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Quando a Fisioterapia passou a ser profissão?

Atualmente reconhecida como uma das profissões em expansão no mercado de trabalho, a Fisioterapia é uma especialidade relativamente nova em seu reconhecimento legal. Isso porque, na década de 1930, os serviços de Fisioterapia no Brasil eram realizados pelos chamados “médicos de reabilitação”. Finalmente em 1969, por meio do decreto-lei n°938/69, a Fisioterapia foi reconhecida como um curso de nível superior e como profissão. 

Quer saber mais sobre como foi o caminho da Fisioterapia ao longo da história? Então continue a leitura e descubra a trajetória dessa profissão que muda vidas!

Contribuições da Enfermagem e da Medicina

Os conhecimentos teóricos e práticos da Fisioterapia tem origem principalmente em duas outras áreas profissionais: medicina e  enfermagem. Os saberes relativos à fisiologia e biomecânica, da saúde e da doença, são conhecimentos usados por fisioterapeutas, e herdados da medicina.

Com esses conhecimentos foi possível desenvolver a reabilitação, derivadas de sequelas de lesões ortopédicas, neurológicas e medulares. Esses avanços foram importantes em especial nos períodos da Primeira e Segunda Guerra Mundiais.

A enfermagem contribuiu para a Fisioterapia por meio da utilização da massagem como ferramenta terapêutica. Essa técnica era usada para alívio, em especial de desconfortos ortopédicos e reumatológicos. Posteriormente essas heranças de duas áreas da saúde permitiu o desenvolvimento de técnicas, que mais tarde iriam originar a terapia manual, a hidroterapia e a eletroterapia.

Massagens foram a base da Fisioterapia

Segundo estudiosos na área de Fisioterapia, a data de 1894 é importante para a profissão. Isso porque foi nessa época que criou-se a Sociedade de Massagistas Formadas, uma entidade fundamental para o nascimento da Fisioterapia.

Sendo assim, as técnicas utilizadas por fisioterapeutas tiveram origem na terapia manual. Esses métodos, que usam as mãos, são fundamentais na avaliação, diagnóstico e tratamento de pacientes. 

Resumidamente as referências à massagem durante a história, tem início em 2.598 a.C. A técnica é descrita na publicação médica mais antiga: “O livro de Medicina do Imperador Amarelo”.

Posteriormente, na Revolução Industrial, a massagem foi difundida na Europa por enfermeiras e parteiras. Em 1863 iniciou-se a era da massagem moderna, por meio de uma publicação sobre o tema, do médico francês Estradere.

Definitivamente a enfermagem foi uma área que contribuiu muito com a Fisioterapia. Isso porque, foi uma enfermeira, Florence Nightingale, que introduziu a massagem com finalidade terapêutica, na qualificação de futuras enfermeiras.

Além disso, Florence também documentou, em 1860, a importância da massagem para relaxamento muscular, redução de edemas e no combate à ansiedade e à dor.

Início na Inglaterra

As primeiras técnicas de Fisioterapia, que se tem informações, se deram origem na Inglaterra, em 1894, mas também serviram de escândalo. Isso porque, as práticas profissionais da Fisioterapia, começaram depois da divulgação, nos jornais da época, de práticas imorais relacionadas às casas de massagens britânicas. 

Em síntese, naquela época, as massagens, na visão do público, tinham uma relação com busca de prazer e prostituição. Por isso, o British Medical Journal, publicação da área médica da época, recomendou que a massagem fosse reconhecida como ferramenta terapêutica. Assim foi criada a Society of Trained Masseuses (Sociedade de Massagistas Formadas), que em 1943, tornaria-se a Sociedade de Fisioterapeutas Formados.

Durante a Primeira Guerra Mundial, esse grupo de fisioterapeutas já tinha uma formação consolidada e parceria com médicos. Dessa forma, foi criada a Escola de Massagem da Marinha Real, para o tratamento de pessoas doentes nos combates. No entanto, na Segunda Guerra Mundial, estudantes de todas as partes do mundo iam para Londres. Eles aprendiam técnicas fisioterápicas, e retornavam aos seus países para atuarem como profissionais. 

Consolidação da Fisioterapia na América

A reabilitação física foi o motivo do reconhecimento da Fisioterapia como profissão. Certamente a atuação de profissionais durante a Primeira e Segunda Guerra Mundial contribuiu para essa finalidade. Já que as técnicas de massagem eram utilizadas para recuperar sequelas físicas e neurológicas ocasionadas durante os conflitos. 

No entanto, o desenvolvimento da reabilitação física, como eixo fundamental da Fisioterapia, só ocorreu na América. Sobretudo, por meio da entidade Mulheres Auxiliares dos Cuidados Médicos, nos Estados Unidos, que fazia parte do Departamento Médico do Exército, na Primeira Guerra Mundial. É importante salientar que na época já existiam cursos de fisioterapia na Inglaterra e na França, mas nos EUA, a profissão só ganhou visibilidade pela recuperação física dos combatentes de guerra.

Entre os anos de 1939 e 1945, nos EUA as práticas de reabilitação foram ampliadas por conta das guerras. No entanto, os atendimentos eram principalmente em virtude da amputação de membros, lesões medulares e cerebrais, em soldados. Todavia, entre 1914 e 1916, a fisioterapia começou a ser utilizada no tratamento de crianças com poliomielite, em virtude das primeiras epidemias.

Surgimento da Fisioterapia no Brasil

Com a chegada da epidemia de poliomielite em âmbitos mundiais, os avanços no campo da reabilitação foram grandes. No entanto, nesse primeiro momento foram implementados apenas cursos técnicos de Fisioterapia:

  • Em São Paulo, em 1950, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo;
  • No Rio de Janeiro, em 1954, Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro;
  • Em Minas Gerais, em 1961, na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais;

Posteriormente, um dos primeiros documentos oficiais que orientam para a formação de nível superior da Fisioterapia surgiu em 1963, no Conselho Federal de Educação. No entanto, o documento ainda trazia a especificação de “técnico de fisioterapia”.

Além disso, a norma definia o fisioterapeuta como integrante da equipe de reabilitação em saúde, sem autonomia para diagnóstico e prescrição de tratamento. 

Logo em seguida, em 1964, o Conselho Federal de Educação estabeleceu as bases curriculares para os cursos superiores em Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Em suma, teriam três anos de duração, com disciplinas de história da reabilitação, ética, administração aplicada e fisioterapia geral e aplicada.

Posteriormente, o curso de Fisioterapia só foi atualizado em 1983, e passou a ter duração de quatro anos. 

Representação e reconhecimento da Fisioterapia como profissão

Segundo informações do CREFITO, depois de várias turmas graduadas em Fisioterapia, houve a necessidade da representação da classe. Por isso, em 1959, foi criada a Associação Brasileira de Fisioterapia – ABF. Da mesma forma, iniciaram-se associações compostas por fisioterapeutas em todas as partes do país, em especial em Minas Gerais. 

Iniciava-se nessa época o engajamento para reconhecimento da profissão no Brasil. Houveram desentendimentos, pois o presidente da república à época, João Goulart, reconheceu a profissão de massagista, com intuito de levar profissionais para a Copa do Mundo de 1966, no Chile.

A revolta dos fisioterapeutas levou à uma articulação que culminou na regulamentação da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional no Brasil, no dia 13 de outubro de 1969. 

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