Quando se pensa em espaço, as imagens que nos vêm à mente são naves espaciais, ver a Terra de cima, o céu escuro, entre outras. Mas dificilmente pensamos em formas de vida ou como desenvolver formas de vida no espaço. Mas saiba que a Biologia tem muito a ver com esse assunto e é fundamental para a exploração espacial.
Como o biólogo é o profissional que conhece a vida e sabe como ela funciona, é papel dele estudar como a vida funciona fora da Terra. Além disso, quais são as adaptações que precisam ser feitas para que pessoas, animais e plantas possam viver? E como o espaço pode até alterar algumas de nossas características? Mas vamos do começo.
O que você verá neste artigo:
Biologia e o estudo da vida
A palavra tem origem grega e significa estudo da vida. O prefixo bio significa vida, sendo assim, ciências que começam com ele, como biofísica, bioquímica e bioenergia têm a vida envolvida. Para se tornar um biólogo, precisa cumprir uma etapa, a faculdade.
O curso de Biologia tem quatro anos de duração na modalidade bacharelado, e o estudante tem contato com matérias que vão de anatomia a genética. Mas há várias outras, como botânica, ecologia, embriologia e bioquímica. Isso só para ficar em algumas.
A ideia é formar um profissional com um conhecimento amplo sobre a área. Ao terminar a faculdade, ele poderá atuar em uma gama grande de especializações. Há a Biologia Marinha, a Genética, a Ecologia, a Gestão Ambiental, a Entomologia (estudo dos insetos), e por aí vai.
O biólogo pode trabalhar no espaço?
Sim: inclusive a Biologia é uma das ciências aceitas para quem quer ser candidato a astronauta na Nasa, a agência espacial norte-americana. Há muitos estudos que envolvem o desenvolvimento da vida fora da Terra e em outros planetas, e é aí que o biólogo entra.
Fazer especializações em áreas correlatas ajuda muito neste caso, e uma delas é a Astrobiologia. Ela une o conhecimento da vida com a interação entre outras ciências como engenharia, matemática e química, por exemplo.
O biólogo, ao estudar a interação do espaço nos seres vivos, analisa vários pontos de vista. Um deles é a respiração: praticamente toda forma de vida na Terra depende de oxigênio. E esse gás não existe na proporção ideal fora da Terra. Mas o biólogo sabe que há bactérias anaeróbias, que não precisam de oxigênio para viver. Elas podem ser uma forma de começar uma colonização de algum planeta, por exemplo.
É possível viver no espaço?
Atualmente, os astronautas passam meses na Estação Espacial Internacional (ISS, da sigla em inglês), que orbita a Terra a 408 km de altitude. Ela é alimentada por energia solar, mas os astronautas dependem de suprimentos que a Nasa envia periodicamente para eles. Ou seja, viver de forma autônoma ainda não é possível.
Por outro lado, um dos estudos realizados a bordo da ISS é justamente uma mini-horta. Ela tem o tamanho de uma mala de viagem. Biólogos e outros cientistas plantam alimentos e estudam como eles se desenvolvem em ambiente de microgravidade. Eles já conseguiram colher pimentas no espaço!
O caminho ainda é bastante longo. Para alimentar uma população maior, é necessário ter uma plantação grande, com um suprimento de água que deve ser reaproveitada, e ter incidência de luz solar na medida certa. Não se sabe como serão levados animais de corte, por exemplo, para servir de alimento. Ou se já será possível ter carne sintética, impressa em impressoras 3D.
Viver em outros planetas será possível?
A Biologia também se preocupa em estudar como tornar outros planetas habitáveis. A terraformação (que é adaptar um planeta às condições terrestres) é um termo que existe na ficção científica, mas ainda está um pouco longe de ser colocado em prática. Não há missões tripuladas para Marte planejadas para acontecer a médio prazo. Marte é citado como possível destino por ser o mais parecido com a Terra, mas ainda assim o trabalho de torná-lo habitável é grande.
Uma opção mais próxima é a Lua. Nosso satélite natural está ‘pertinho’ – a quatro dias de distância. Mas isso não significa que não haja desafios. A atmosfera é praticamente inexistente. A temperatura varia de -184°C à noite a 214°C de dia. Lidar com essa variação é fundamental para se estabelecer alguma colônia humana. A Lua também tem depósitos de gelo – que podem ser usados como fornecimento de água. Os cientistas pretendem criar colônias terrestres como se fossem ‘pontos de parada’ para missões mais distantes.
A vida em Vênus
Outro planeta que entrou na rota da ciência – e da Biologia – é Vênus. A vantagem sobre Marte é que ele está menos longe. Para se chegar ao planeta vermelho, a viagem leva, pelo menos, oito meses. Já até Vênus, dependendo das condições, seis meses. Mas há alguns grandes problemas. Na superfície, a temperatura venusiana chega a quase 500°C. Fica difícil construir algo que resista a tamanho calor.
Por outro lado, construir grandes naves, ou dirigíveis, e ficar pairando na atmosfera de Vênus vem se tornando uma alternativa mais viável. A atmosfera a 60 km de altitude é bastante parecida com a Terra – nem precisaria usar um traje especial. Até a temperatura é parecida, entre 20°C e 30°C. É um campo perfeito para a Biologia: estudar como esse tipo de ambiente interfere no DNA dos humanos, como eles se adaptariam ao local e como desenvolver alimentos para sustentar essa população.
Como está a Biologia hoje?
Ainda estamos longe nesse sentido. O que a Biologia vem estudando e desenvolvendo são formas de criar alimentos no espaço de forma sustentável. Profissionais de outras áreas, como engenheiros e químicos, estão encarregados de construir naves que levem a grandes distâncias. Além disso, a Biologia estuda formas de como fazer os solos áridos desses planetas mais amigáveis para as plantas. Só assim será possível estabelecer colônias permanentes e sustentáveis.
Mas a ciência não para. É por isso que ela precisa de biólogos, para desenvolver o que já existe e criar soluções para superar estes desafios. Dessa forma, fique com a gente e continue na leitura de mais conteúdos sobre Ciências Biológicas aqui na Voomp!