InícioGraduaçãoCiências BiológicasO que o curso de Biologia tem a ver com o Planeta Marte?

O que o curso de Biologia tem a ver com o Planeta Marte?

No filme ‘Perdido em Marte’ (2015), o astronauta Mark Watney (Matt Damon), participa de uma missão tripulada ao planeta vermelho. Um belo dia, uma tempestade forte atinge o local onde eles estavam abrigados, e os tripulantes conseguem escapar. Mas Watney fica para trás – e perdido em Marte.

Mas ele tem uma vantagem nessa história: ele é biólogo. E como a Biologia poderia ajudá-lo a sobreviver em Marte até que uma nave possa levá-lo de volta à Terra? No filme, ele consegue fazer uma plantação de batatas no solo árido do planeta usando como adubo os dejetos dos astronautas que ficaram na nave que os levou até a superfície. Trabalhando com esse material e a água que ele tinha a bordo, consegue fazer uma plantação de batatas.

A ideia soa plausível, mas é um pouco mais complicada do que isso. É aí que a Biologia entra: o conhecimento da vida faz que o biólogo saiba do que os seres vivos precisam. Disso decorre desenvolver melhores alimentos, condições mais adequadas de plantio e…colonização de outros planetas.

Mas como a Biologia faz isso?

Do grego “estudo da vida”, a Biologia é uma área muito ampla do conhecimento. É possível estudar desde grandes animais, árvores, insetos, até bactérias. Tudo que envolve vida, a Biologia está no meio. A área é tão ampla que é possível se especializar em Biologia Marinha, Entomologia (estudo dos insetos), Genética, Biologia Evolutiva, e assim por diante.

Antes de chegar nesse ponto, é importante pensar na graduação. A faculdade de Biologia, em nível bacharelado, tem quatro anos de duração, e uma gama de disciplinas bastante variada. Alguns exemplos de matérias são Botânica, Ecologia, Genética, Virologia, Anatomia e Bioquímica. Esse conhecimento é fundamental para que o biólogo consiga estudar espécies animais e vegetais ainda desconhecidas. E fazer expedições para Marte.

O papel do biólogo no processo de tornar Marte um planeta habitável – procedimento chamado terraformação – é fundamental. É ele quem vai abrir os caminhos para que o planeta, aos poucos, se torne um local amigável à espécie humana.

Como a Biologia ajudará em Marte?

Primeiro, é necessário ter em mente que esse processo pode levar décadas e até séculos para se concretizar. Os desafios são enormes – a começar pela viagem até o planeta vermelho, que leva, no mínimo, de oito a nove meses. Imagine confinar uma equipe de astronautas por tanto tempo em um espaço pequeno. Um dos primeiros detalhes a serem vistos é a alimentação. O biólogo pode ajudar no processo de criar hortas para que os astronautas plantem sua própria comida.

Isso torna a viagem menos desgastante, e os profissionais a bordo podem se alimentar de forma mais natural, nutritiva e gostosa. O biólogo precisa pesquisar formas de cultivar alimentos em um ambiente de baixa gravidade, e com incidência de luz solar correta. Isso sem esquecer da água.

Ainda não temos missões tripuladas planejadas a médio prazo. O que já existe são robôs que agora mesmo estão em Marte captando imagens, amostras de solo, atmosfera, temperatura e pressão. Tudo isso para preparar o terreno – literalmente – para a chegada dos humanos.

A nave chegou a Marte, e agora?

Os astronautas que estão nessa missão devem estar cientes que será a mais longa de suas vidas. São, pelo menos, oito a nove meses para chegar ao planeta. Uma vez lá, eles precisam esperar a janela de tempo exata para poder voltar. A distância entre a Terra e Marte fica menor quando os planetas estão mais ou menos alinhados – gasta-se menos combustível e tempo. Assim, os profissionais precisam ficar em solo por vários meses até que esse período chegue.

Para isso, precisam ter uma base fixa em Marte, usar roupas especiais para sair – a atmosfera marciana tem 95% de gás carbônico. Impossível respirar. A pressão também é menor. A temperatura varia de -125°C à noite a 20°C de dia. Mas os estudos não param.

Para a Biologia, é fundamental descobrir como tornar o solo de Marte possível para a plantação de alimentos. E isso não acontece de uma hora para a outra. Não é somente o solo que é hostil aos humanos. Sabe-se que há água em Marte, mas como retirá-la? A água é condição fundamental para a vida. Isso inclui humanos, animais e plantas. Por isso que os estudos são tão importantes, e a Biologia tem um trabalho essencial para tornar Marte um planeta mais parecido com a Terra.

Quais são os desafios?

Para ficar em alguns: a Biologia se encarrega de estudar o solo e o ar, para tornar Marte menos inóspito. Para a engenharia, é pensar em como construir colônias fortes o suficiente para aguentar as tempestades de vento marcianas. Ele também precisa descobrir formas de encontrar água no planeta.

O geneticista vai estudar o quanto a radiação de Marte pode causar danos ao DNA humano. Afinal, por ter uma atmosfera mais fina, a radiação solar é mais intensa – embora a incidência de luz solar seja menor. Bom lembrar que a tripulação deve ter um médico a bordo, para alguma eventualidade. E até mesmo estudar como Marte interfere na saúde humana.

Por essas e outras, a terraformação de Marte vai levar muito tempo. Embora já tenhamos tecnologia para construir naves que cheguem até o planeta, não se conseguiu desenvolver uma que retorne de lá. E isso é fundamental para trazer os astronautas de volta.

Morar em Marte será possível?

Os cientistas vêm se debruçando nessa possibilidade. Esses e outros muitos desafios precisam ser vencidos, para poder enviar humanos a Marte sãos e salvos. E que eles possam retornar também. Assim, quem sabe em um futuro um pouco distante, poderemos criar colônias autossustentáveis de humanos, onde os alimentos possam ser plantados e colhidos, a produção de oxigênio não dependa de fontes exteriores, a água possa ser extraída e morar seja uma opção.

Até aí a Biologia pode ajudar. Estamos falando de um outro planeta, e como suas condições podem afetar a saúde humana? Os terráqueos que morarem lá vão evoluir para melhor se adaptar ao novo ambiente? Tudo ainda é uma incógnita. Mas é isso que faz a Biologia – e a ciência – ir adiante nas pesquisas.

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