A educação faz parte da vida de todos. Quando paramos para calcular o tempo que passamos na escola, ficamos surpresos. Afinal, ficamos em torno de 15 anos no ambiente estudantil. E é nesse espaço de conhecimento e troca que nos desenvolvemos enquanto seres humanos. Visando o aprimoramento de nossas qualidades e o desenvolvimento de novas.
Porém, as metodologias de ensino e as abordagens aplicadas pelos pedagogos precisam evoluir em conjunto com a sociedade. Por isso, é importante conhecermos a origem da pedagogia e sua evolução através do tempo.
O que você verá neste artigo:
Berço da pedagogia
Os primeiros conceitos de pedagogia e educação fazem parte da herança cultural deixada pela Antiguidade. Mais precisamente, pela Grécia Antiga.
Esparta e Atenas são consideradas as cidades de origem dos conceitos de organização social e educação. Os moldes desenvolvidos por esse povo foram utilizados como modelo para diversas sociedades durante séculos.
Com grande influência militar, o modelo de ensino espartano prezava pela rigidez, autoritarismo e no ensino de artes marciais. Além disso, instigar a competição e o alto desempenho.
Já o de Atenas tinha como foco o conhecimento. O ideal educativo era o mais importante. Esse modelo prezava a boa retórica e o desenvolvimento de consciência política.
Ensinar a pensar
Como herança do modelo de Atenas, surgiram os sofistas. Esse grupo de estudiosos eram focados no desenvolvimento da retórica e oratória. Esses mestres ensinavam aos seus alunos como desenvolver técnicas de argumentação afim de obter destaque na área política.
Enquanto os sofistas preocupavam-se com a dominação dos argumentos, Sócrates defendia o questionamento. Ou seja, para o pensador, mais do que ensinar a falar, os alunos deveriam desenvolver questionamentos e análises lógicas. Só a retórica não era o suficiente.
Embora sejam opostas, as concepções sofistas e de Sócrates traçaram a educação como conhecemos hoje. Unindo ambas em um único saber.
Educação na Idade Média
No período da Idade Média, traços da educação espartana se destacam. Os estudantes recebiam informação de acordo com o pensamento conservador da época. O processo de aprendizado era ditado e monitorado pela Igreja Católica e alinhava-se aos seus dogmas.
Até o século XVII, os valores morais e conhecimentos eram ditados pelo regime religioso. A aprendizado de funções que garantiam a subsistência eram transmitidos majoritariamente dentro dos círculos familiares, de membro para membro.
Entretanto, o movimento renascentista trouxe reformas religiosas e uma nova era para diversas áreas artísticas e de conhecimento. Neste momento, iniciam-se discursos voltados à educação, defendendo o conhecimento como um campo de grande relevância.
Esse movimento voltado ao conhecimento livre de dogmas perdurou com o passar do tempo. Essa matriz de pensamento foi a responsável pela criação do papel da educação desde a queda do Antigo Regime e até a constituição dos Estados Nacionais.
Neste momento, o conhecimento e suas organizações passam a ser transmitidos pelo órgão estudantil. É neste período em que surge o professor enquanto autoridade e detentor do saber, que preza pela disciplina e ordem.
Educação moderna
Com a educação centrada na figura profissional do professor, representante e transmissor do conhecimento as técnicas de docência se expandiriam ao longo dos séculos XVIII e XIX.
Essa evolução foi impulsionada pela Revolução Industrial, seus ganhos e consequentemente o desenvolvimento urbano e demográfico.
Outro marco da educação moderna foram as expansões dos movimentos sociais e democráticos. Essas movimentações influenciaram a busca pelo direito ao acesso ao conhecimento.
É neste momento que frequentar a escola é definido como um direito do cidadão e passa a ser visto como uma forma importante de formar pessoas capazes de compreender seus direitos e conscientes de seus deveres.
Participação dos alunos
A partir do século XIX a educação empregada de forma autoritária passou a ser questionada por profissionais do meio. Os professores, inspirados pelos estudos de psicologia e seus resultados, começaram a notar falhas no processo de aprendizagem e desenvolvimento humano.
Os conteúdos curriculares eram impostos aos alunos, o que causava desinteresse pelo processo de educação. É neste momento que educadores e estudantes passaram a demandar a participação ativa dos alunos. Eles defendiam essa contribuição como peça importante do processo de aprendizado e trabalho dos pedagogos.
Agora, era importante incluir a experiência anterior do aluno como parte do processo educacional, considerando sua trajetória enquanto indivíduo e o contexto social em que vive.
Formação de pedagogos
No Brasil, o primeiro marco do estudo da ciência direcionada ao ensino, a pedagogia, data de 1939. Neste ano, o governo federal promulgou o decreto-lei n. 1.190/39. Por meio dessa lei, foi criando o curso de Pedagogia e, simultaneamente, a Faculdade Nacional de Filosofia – FNFi.
Atualmente, de acordo com os últimos dados levantados pelo Censo, em 2020 foram contabilizados 2,2 milhões de professores atuando nas salas de aula. Além disso, outros 161.183 pedagogos foram registrados, atuando como diretores dentro das 179,5 mil escolas de educação básica do país.
Novos desafios
Conforme podemos observar, a construção da pedagogia e sua história moldaram-se por meio do tempo.
A sociedade muda, transforma-se e adota novos conceitos. Cabe a essa área de conhecimento adaptar-se e encontrar novas formas de contemplar esses novos cenários.
O maior desafio que os professores enfrentam no século XXI é educar em meio aos tempos do excesso de informação. Isso é ocasionado pelo desenvolvimento tecnológico e o dinamismo da internet.
De forma contrária aos conceitos disseminados nos séculos XVIII e XIX, a figura do professor mudou ao longo das décadas. O educador não é mais visto como o detentor de todo o conhecimento disponível na área em que atua. Da mesma forma, a relação do aluno com o aprendizado também mudou. Não é necessário passar horas na biblioteca debruçado sob os livros para encontrar o que se busca.
Tecnologia como aliada da pedagogia
Nessa nova hora do conhecimento fora da redoma, o pedagogo precisa utilizar os artifícios tecnológicos como aliados em seu processo educacional.
Vale ressaltar que, nessa nova concepção, o aluno não é tido apenas como um receptor de informações, mas também como um autor ativo delas. Todos ensinam e todos aprendem nesse processo, produzindo informações de forma horizontal.
Nesses novos moldes, o pedagogo precisa orientar-se ao dinamismo das informações e preparar-se para lidar com uma nova sala de aula, na qual a velha pedagogia perde cada vez mais espaço.
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