O trabalho do designer de produto está em praticamente tudo ao nosso redor, da cadeira onde sentamos até objetos tecnológicos
O telefone celular que você segura, o notebook com o qual trabalha, a garrafinha de água que carrega para cima e para baixo. São objetos tão diferentes que têm algo em comum: o trabalho do designer de produtos.
Parece banal, mas é o conhecimento de design que faz o profissional elaborar produtos que sejam funcionais e tenham uma estética bonita. Sim, diferentemente do que achamos, o designer não se preocupa apenas com a aparência, embora ela também faça parte do projeto.
Outra ideia que temos é acreditar que precisa saber desenhar para fazer o curso de designer de produto. Ser bom em desenho ajuda no trabalho, mas o que conta é a curiosidade de pensar produtos diferentes com projetos inovadores. Mas como é esse trabalho?
O que você verá neste artigo:
O amplo trabalho do designer de produto
Tudo começa em entender o que seu público quer. Por exemplo, imaginemos uma fábrica de ferramentas. Ela deve produzir chaves de fenda, inglesa, de pressão e alicates, que são bastante procurados pelos consumidores.
Mas, porque não pensar em desenhos mais práticos, que facilitem a vida de quem for lidar com essas ferramentas? E se o mecânico precisa usar uma determinada chave em um local com pouco espaço? Ou se a peça estiver em um local de difícil acesso?
Isso é uma parte do trabalho que o designer de produto tem. Entender as necessidades dos consumidores, vivenciar na pele o que eles sentem e desenhar algo que possa resolver os seus problemas. Ver o que a concorrência produz também ajuda a balizar o trabalho.
Em alguns casos, o designer vai a campo para ver o dia a dia de seu público. Ele faz anotações, vê como é feito o trabalho e coloca a ‘mão na massa’: mexe com a ferramenta para ver como funciona. Pode parecer estranho, mas essa experiência real faz toda a diferença na hora de projetar um produto novo.
Como começar o projeto do novo produto?
Uma vez com a lista de problemas que o produto pretende sanar, o designer de produto precisa fazer escolhas. Como essa nova ferramenta pode ajudar a resolver os problemas? Determinados desenhos são mais apropriados para trabalhar em algumas áreas do que para outras. Assim, ao escolher o produto que melhor corresponde às expectativas do seu público, é hora de colocar o desenho no papel.
Anotações, rabiscos, rascunhos, tudo faz parte desse processo. Hoje, com o uso de softwares específicos, o designer de produto consegue fazer esboços rápidos e funcionais. Isso faz muita diferença na hora de ver o que faz mais sentido para produzir e usar. O que ficou muito bom no campo das ideias pode não ficar tão bom no campo visual.
Essas etapas de concepção de novos produtos não acontecem imediatamente em um período curto de tempo. Ideias, rascunhos e desenhos precisam ser discutidos com os departamentos de produção da empresa. Assim, o processo é acompanhado de perto e pode receber modificações.
Depois do desenho pronto no computador, em muitos casos, fazer um protótipo é parte importante. É com ele que sem uma noção mais próxima da realidade de como vai ficar o produto final. Às vezes, é nessa etapa que sabemos o quanto determinado desenho ajuda (ou não) a vida da pessoa que for usar a ferramenta.
Na fase de testes
A etapa de ideias fluiu bem, o designer de produto elaborou um projeto, fez o desenho no computador, construiu um protótipo e tudo correu bem até aqui. A fase final é do teste com um pequeno número de consumidores. É o que se chama de validação.
Esses consumidores são uma amostra do público da nossa fábrica de ferramentas fictícia. Eles vão usar as novidades e vão avaliar se o desenho é confortável, ergonômico, se ela alcança lugares difíceis, se são fáceis de manusear, e ver sua durabilidade.
Essa parte é muito importante, porque são eles que vão dizer o quanto a nova ferramenta é útil. Ela é realmente funcional? Faz a diferença na vida deles? Vai facilitar o seu trabalho? A partir dessa avaliação, o designer de produto pode fazer alterações no desenho ou na funcionalidade, para atender melhor o público.
O curso de designer de produto
O exemplo da fábrica de ferramentas é apenas um, mas o campo de trabalho do designer de produto é enorme. O curso dá um panorama bastante amplo do mercado para o aluno. Aulas de História da arte e do design fazem parte, para conhecer como o design vem evoluindo ao longo dos séculos. Mas não fica só nisso.
Aulas de desenho também estão na grade curricular: o aluno conhece técnicas para elaborar projetos de uso industrial. Tem também aulas de uso de softwares específicos de design, processos de fabricação dos produtos, ergonomia, técnicas de projetos e fotografia.
O curso também fala de meio ambiente, e é uma área em expansão. Elaborar produtos que sejam menos danosos à natureza, com materiais sustentáveis, está na mira das empresas. Afinal, um objeto que seja, ao mesmo tempo, funcional e usar materiais recicláveis chamam mais a atenção do consumidor, atualmente.
Mercado de trabalho do designer de produto
O profissional tem muitas opções para escolher onde quer atuar. Pode trabalhar na área de concepção ou redesenho de produtos, em que ele faz projetos novos; no setor de embalagens, que desenvolve invólucros mais fáceis de abrir, que protegem mais o produto interno e usar menos matéria-prima são alguns exemplos.
Mas há outras novidades para o designer de produtos. O mercado não é feito somente de objetos físicos, mas também os digitais. O profissional pode fazer cursos de especialização em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, para desenvolver aplicativos de celular ou softwares.
Nessa mesma linha, há a área de UX Design, que é a experiência focada no usuário. Embora ela seja muito ligada ao campo digital, como desenhar um site de fácil acesso, ele pode criar produtos que facilitem a experiência das pessoas. E aí vale tudo: pode ser sinalização de ambientes, experimentar produtos antes de comprá-los, fazer sessões de imersão para conhecer lugares…o campo é vasto. É ver qual deles você tem mais afinidade e mergulhar nos estudos!