Sim, existem astronautas formados em Biologia: afinal, é uma ciência que estuda a vida. Dessa forma, um biólogo pode perfeitamente se candidatar à vaga de astronauta. Mas, claro, há outros requisitos para se chegar lá.
Como a Biologia estuda os seres vivos, como eles se desenvolvem e do que precisam para viver, ter um biólogo a bordo ajuda muito em pesquisas científicas. Por exemplo, entre os vários estudos desenvolvidos atualmente, há os que procuram viabilizar plantações no espaço.
Sim, plantar comida fora da Terra é fundamental para se pensar em colonizar outros planetas. Além disso, astronautas que passam longos tempos em órbita podem plantar e comer sua própria comida.
O que você verá neste artigo:
O que faz a Biologia no espaço?
Vamos voltar ao exemplo da plantação de alimentos em naves espaciais. Uma viagem até Marte leva anos, e os astronautas precisam se alimentar. Atualmente, eles levam comida desidratada na nave. Basta um pouco de água para que ela se torne uma comida nutritiva.
Mas nem sempre essas comidas prontas têm aquilo do qual eles sentem muita falta: o gosto. Assim, passar anos comendo praticamente a mesma coisa é motivo de cansaço para os astronautas. Assim, plantar seu próprio alimento é garantia de ter comida fresca sempre.
O biólogo, por conhecer Botânica, sabe como as sementes germinam e estuda a ação da microgravidade sobre a planta. Com isso, ele pode desenvolver espécies mais adaptadas a este ambiente. Além disso, pensar em condições melhores de cultivo é outra atribuição sua.
Como ser um biólogo?
Antes de ser astronauta, primeiro vamos à faculdade de Biologia, que tem quatro anos de duração, no modo bacharelado. Nesse curso, o aluno tem aulas de várias formas de vida. Botânica, Ecologia, Fisiologia, Genética, Zoologia e Bioquímica, só para ficar em alguns.
Mas, para ser astronauta, o caminho não termina com a graduação. O profissional pode se especializar em áreas correlatas, como Genética, Bioquímica e até Astrobiologia. Esta última é uma área recente, que estuda a origem, evolução e futuro da vida no espaço.
É um campo promissor, porque o especialista estuda Astronomia, Geologia, Paleontologia, Biologia Molecular, Biofísica, entre outros assuntos que serão fundamentais para o estudo de vida fora da Terra. E aqui, estamos falando tanto de desenvolver uma colônia humana em outro planeta como até mesmo descobrir seres extraterrestres.
Qual é a preparação para astronauta?
No caso da Nasa, a agência espacial norte-americana, há uma série de requisitos para se tornar um astronauta, além de ser formado em Biologia ou áreas ligadas às ciências, engenharia ou matemática, por exemplo. Experiência de três anos na área de atuação, e pelo menos mil horas de voo em aviões a jato, também entram na lista.
Pessoas de outros países precisam saber se há alguma parceria da agência espacial do seu país com a Nasa, já que, na essência, somente cidadãos americanos podem se candidatar à vaga de astronauta.
Há uma pré-seleção para ver se todos os quesitos foram atendidos e, depois disso, sessões de entrevistas, exames médicos e físicos, além de orientações psicológicas. Caso seja aprovado, o pretendente se torna um candidato a astronauta. Mas não termina aí.
Muito treino e estudo
O profissional da Biologia que chegar a esta etapa fica pelo menos dois anos no Centro de Treinamento da Nasa, estudando, se preparando e treinando em condições que se assemelhem à Estação Espacial Internacional. E o treinamento é puxado: aulas de sobrevivência na selva, simulações e voos em aviões a jato, prática contínua de esportes e aulas de russo. Sim: conhecer outro idioma é fundamental para se comunicar com outros astronautas, e os russos participam de muitas missões norte-americanas.
Depois do treinamento, se aprovado, o já astronauta continua treinando, e pode trabalhar na área técnica e administrativa. Afinal, nem só de voos vive o astronauta: entender o que há por trás dos voos espaciais faz toda a diferença. Se o profissional em Biologia for escolhido para um voo, ele é avisado, pelo menos, dez meses antes do lançamento, e os treinamentos são ainda mais intensos.
Nada de moleza: exercícios em piscinas especiais simulam a falta de gravidade. Aprender a por e tirar a roupa espacial é fundamental para evitar problemas em ambiente fora da nave. Conhecer em detalhes toda a estrutura da espaçonave faz parte do treinamento também.
Como a Biologia pode ajudar no espaço?
Uma vez com todo o treinamento em dia, e selecionado para um voo, o biólogo vai aprender muito no tempo que passar fora da Terra. Estudar como animais, vegetais e até pessoas reagem ao ambiente de microgravidade trazem dados valiosos para o futuro. Assim, é possível pensar em missões de longa distância, como viagens a Marte, e como começar a colonização em ambientes tão hostis à humanidade.
O biólogo pode estudar se houve alguma forma de vida no planeta que será colonizado, por exemplo. Outros muitos detalhes têm que ser pensados, como a exploração e o manejo da água, como reaproveitar o oxigênio de forma sustentável, e até como dispensar os dejetos humanos. Sim, tudo pensado para não poluir um ambiente que nem vida tinha antes da chegada dos seres humanos.
Dá para tornar um planeta habitável?
Disso dependem os estudos de biólogos, agrônomos e engenheiros, cada um na sua especialidade. A Biologia tem um papel fundamental na manutenção da vida. Criar ambientes que tornem o ar respirável, sem ter de usar roupas muito pesadas para locomoção fora de casa. Estudar solos para plantio e criação de animais também entram na lista. Além disso, estudar os próprios animais, para ver o quanto eles reagem a um ambiente fazem parte das atribuições.
Biólogos podem desenvolver novas técnicas de exploração de oxigênio por meio da plantação de florestas, ou criação de algas em lagos artificiais. Até a geração de energia elétrica de forma sustentável pode ser uma boa ideia. Enfim, é um campo cheio de possibilidades para quem quer se aventurar fora da Terra e desenvolver uma carreira bem sucedida. E, quem sabe, ser responsável pelo início da vida fora do nosso planeta?
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