Das místicas e sinuosas construções de Gaudí às curvas sutis de Niemeyer, obras de arquitetos famosos podem ser uma grande fonte de inspiração para estudantes de Arquitetura e Urbanismo. Mais que isso: referências podem ajudar jovens estudantes a entender, a partir de diferentes movimentos e estilos, um pouco da história da arquitetura.
Não é fácil selecionar arquitetos famosos que sejam essenciais para quem está começando nessa carreira. A quantidade de profissionais, claro, é muito maior que os nomes listados aqui, e sempre sujeita a revisão e expansão. Mas esse pode ser um começo para quem deseja aprofundar seus estudos na história da arquitetura, conhecer diferentes tendências e movimentos artísticos ou simplesmente adquirir conhecimentos gerais sobre essa área tão fascinante.
Entre os selecionados, estão arquitetos famosos que, de alguma forma, contribuíram com mudanças significativas no ramo. É fácil se encantar com o arranha-céu de Burnham que até hoje ajuda a preencher o cenário de Chicago ou com o minimalismo revolucionário de Mies Van der Rohe, que influenciou toda uma geração de modernistas pelo mundo, inclusive no Brasil.
A iraquiana-britânica Zaha Hadid é outro caso inspirador, uma das poucas mulheres a receber um Pritzker, considerado o prêmio máximo da arquitetura, uma espécie de Nobel desses profissionais. Mas isso já é adiantar um pouco do que está por vir neste texto. A arquitetura é uma forma fascinante de conhecer o mundo, seus diferentes ?pensamentos e organização de espaços. A dica aqui é que estudantes continuem suas pesquisas, descubram inspirações e desbravem os caminhos que ainda estão por vir. Boas descobertas!
O que você verá neste artigo:
Antoni Gaudí, o “arquiteto de Deus”
Assim ficou conhecido o catalão nascido em 1852 após a concepção de seu projeto mais ambicioso: a Sagrada Família. A igreja, cuja construção foi iniciada em 1883 e que ainda não terminou, é cheia de simbologia e referências à natureza, uma de suas maiores fontes de inspiração. Outros de seus famosos projetos preenchem as ruas de Barcelona e atraem turistas de todos os lados do globo. Entre eles, estão o Parque Güell, com colunas sinuosas que imitam as ondas do mar; a Casa Milà, exemplo perfeito da art noveau desenvolvida pelo arquiteto; ou então a colorida Casa Battló, conhecida como “casa das máscaras” pela aparência singular de suas fachada.
São projetos como esses que colocam o profissional como uma figura além de seu tempo, mas há muito a ser desvendado de sua história de vida. Entre os fatos que podem atrair curiosos de todos os lados, estão a sua atuação política em favor do nacionalismo catalão, motivo pelo qual chegou a ser preso. Outro fato curioso que percorre sua biografia é o seu isolamento em 1910, quando decide abandonar todos os seus projetos; ou até sua morte em 1926 em decorrência de um atropelamento por um bonde.
Zaha Hadid, a mulher que desafia limites
Mind Zone, em Londres / Foto: Helène Binet
Assim foi descrita uma das poucas mulheres a ganhar um Pritzker, o “Nobel da arquitetura”: a iraquiana radicada no Reino Unido tinha a inovação como valor principal, sem projetos “fáceis” ou “tradicionais”. Entre suas obras mais conhecidas, estão o Vitra Fire Station, na Alemanha; o Mind Zone, o Reino Unido; e o Centro de Arte Contemporânea de Cincinnati, nos Estados Unidos.
Além de sua atuação profissional, continuou a transmitir seus conhecimentos em arquitetura até o seu falecimento recente, em 2016. Lecionou em algumas das principais universidades do mundo, como Harvard, Yale, Columbia e a Universidade de Illinois, nos Estados Unidos; além da Universidade de Hamburgo e da Universidade de Artes Aplicadas de Viena.
Oscar Niemeyer e a capital brasileira
Museu de Arte Contemporânea de Niterói / Foto: Michel Moch
Se algum brasileiro merece figurar essa lista de arquitetos famosos, esse é Oscar Niemeyer. Conhecido mundialmente, o responsável pelo projeto de Brasília, a capital do país, coleciona obras pelo território brasileiro. Podemos apreciar suas suaves curvas em cidades como São Paulo, com o Conjunto Copan. Na capital paulista, há também a OCA ou o Auditório do Ibirapuera. Em Niterói, encontramos o Museu de Arte Contemporânea (MAC). Internacionalmente, projetou o Museu de Arte Moderna de Caracas, na Venezuela; o Centro Cultural Le Havre, na França; ou ainda o Parlamento Latino-Americano, no Peru.
Niemeyer lecionou na Universidade de Brasília (UnB) até 1965, quando decidiu se demitir em protesto contra a política universitária instaurada em 1964 com o regime militar. Foi impedido de trabalhar no Brasil e instalou-se então em Paris, onde abriu seu escritório, realizou diversos projeto e foi condecorado Oficial da Ordem da Legião de Honra da França. Voltou a desenvolver projetos para Brasília em 1985, com a redemocratização. Recebeu diversas condecorações; entre elas o Prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura mundial.
Do vidro ao mármore: a obra de Mies Van der Rohe
Um dos principais arquitetos do século XX, o alemão é referência nos projetos com vidro e aço, além de materiais nobres como mármore, ônix ou aço cromado. Entre seus principais trabalhos, estão Promontory Apartments de Chicago (1951); os Lake Shore Drive Apartments (1951); os Batery Park Apartments de Nova York (1957 a 1958) e o Seagram Building de Nova York (1956 a 1959). Na Alemanha, é possível encontrar obras como a Colônia Weissenhorf de Stuttgart (1927) e a Neue Nationalgalerie de Berlim (1962-1968). Também teve uma atuação acadêmica: entre os anos de 1938 e 1959, após migrar para os Estados Unidos, dirigiu o departamento de arquitetura do Illinois Institute of Technology de Chicago.
Daniel Burnham e o primeiro arranha-céu
Dizem que a “era dos arranha-céus” em Chicago começou com alguns projetos de um então jovem arquiteto: Daniel Burnham. Junto a seu colega, John Root, fundou o escritório de arquitetura Burnham and Root. Foram responsáveis pelo projeto de edifícios que supriam as necessidades de seus clientes após o incêndio de 1871 em Chicago. A demanda era por edifícios mais altos, que abrigassem mais pessoas. E assim eram os projetos de Burnham e Root, com o exemplo do Montauk Block, terminado em 1883. Com um total de 10 andares, padrão de altura bastante elevada para a época, é considerado por alguns o primeiro arranha-céu da história.
A “máquina de morar” de Le Corbusier
Entre os arquitetos famosos, o suíço Le Corbusier é definitivamente um dos mais importantes, especialmente no movimento moderno da arquitetura. Foi ele quem desenvolveu o conceito de casa como “máquina de morar”, com os cinco pontos principais que o arquiteto deveria considerar em uma obra. Colocou sua teoria em prática no projeto Villa Savoye, de 1928.
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