InícioGraduaçãoDireitoExistem normas de vestimenta nas faculdades de Direito?

Existem normas de vestimenta nas faculdades de Direito?

O perfil dos alunos do curso de Direito mudou muito nos últimos anos. Antigamente, as faculdades exigiam, por exemplo, o uso de terno e gravata por parte dos alunos. Com o tempo, a prática foi sendo abolida. Ou seja: não existem normas de vestimenta nas faculdades de Direito. Apesar disso, o curso continua sendo mais formal. Por isso, separamos algumas reflexões sobre como se vestir durante a graduação.

Antes de mais nada, podemos citar um pensador liberal que voltou a despertar a atenção da academia: o pensador político francês Alexis de Tocqueville (18051859). Trata-se de um pensador que fez severas críticas à democracia denominada burguesa e ao individualismo das sociedades modernas. 

Segundo escreveu Fernando Magalhães em “O passado ameaça o futuro”, a sociologia e a ciência política de Tocqueville possuem fundamental importância para a compreensão da época em que vivemos.  “Tudo indica que muitas de suas preocupações no que concernem à tirania da maioria não perdem a validade”, escreveu.

O texto foi publicado em 2020 e pode servir de base para refletirmos sobre o comportamento de alunos e professores nos cursos de graduação, inclusive o Direito. Afinal, em nossa sociedade como um todo, o individualismo extremado tem levado populações inteiras ao desespero.

Em outras palavras, a valorização de aspectos individuais típicos ao liberalismo burguês estariam prejudicando os interesses coletivos.

Mudanças nas regras de vestuário

Quem vai hoje às aulas do curso de Direito não imagina como era há algumas décadas. Durante 145 anos, os estudantes não podiam frequentar as aulas sem terno. Os homens eram também obrigados a usar uma gravata apertando o pescoço.

Por incrível que pareça, essa exigência perdurou até pouco tempo. Pois foi apenas em 8 de março de 1972 que a Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP) finalmente aboliu a exigência.

A data é conhecida até hoje por alunos e professores como sendo o Dia da Abolição da Esgravatura. Aliás, a Faculdade de Direito da USP, fundada em 1827, foi a última do Brasil a derrubar oficialmente essa obrigatoriedade.

Qual a forma correta de vestir?

Conforme analisou Tocqueville, vivemos em uma democracia burguesa que valoriza o individualismo. Por isso, é possível que em muitas faculdades de Direito ainda prevaleça o uso de vestimentas mais formais.

Apesar disso, com o ingresso de estudantes cotistas nas universidades, faz-se necessário repensar os códigos de conduta. Ou seja: as regras não oficiais que acabam sendo adotadas pelos estudantes. Com isso, queremos dizer que não há uma forma correta de se vestir. Porém, quando começam a estagiar, os estudantes costumam adotar uma vestimenta mais séria.

Isso acontece porque geralmente os alunos saem das aulas diretamente para o estágio (ou vice-e-versa). Consequentemente, é natural que adotem as combinações clássicas, tais como calça jeans ou calça social com camisa social ou camisa polo.

Outros preferem ser mais formais e adotar o terno e a gravata. Tudo dependerá da função exercida.  No caso dos rapazes, por exemplo, a exigência é maior. Para participar de uma audiência, mesmo sendo estudante de Direito, quase sempre é preciso usar gravata. Já as mulheres podem usar uma combinação de blazer e calça social.

Roupas para ocasiões especiais

No dia a dia, os estudantes do curso de Direito vestem-se como qualquer outro aluno. Mas é possível que precisem incrementar o visual em ocasiões especiais. Estamos falando das aulas que exigem uma vestimenta diferenciada, como é o caso da participação em um julgamento simulado ou da apresentação de algum trabalho.

Por isso, convém manter ao menos um terno no guarda-roupa. Nessas ocasiões, deve-se privilegiar, acima de tudo, a simplicidade. Para isso, a melhor dica é evitar modismos e comprar uma roupa que continue servindo mesmo após a graduação.

Entenda as mudanças em vista

Em 2019, o banco Goldman Sachs anunciou que está afrouxando seus códigos de vestimentasEssa novidade foi comunicada por meio de um memorando que  delineou um novo código de vestimenta “flexível”.

Na ocasião, David Solomon, CEO do banco, o presidente John Waldron e o diretor financeiro Stephen Scherr observaram “a natureza mutável dos locais de trabalho em geral em favor de um ambiente mais casual”.

Eles também apontaram o desejo de construir um cultura coesa em toda a empresa. Tudo indica que esse tipo de flexibilização, inclusive, tenha conquistado novos adeptos, com a pandemia da COVID-19 e a consequente ampliação do trabalho remoto. Isso, obviamente, não significa que estagiários e advogados esteja usando calça jeans em todas as ocasiões.

Entretanto, a tendência é de mudança. Com o tempo, caberá ao funcionário adotar seu próprio critério sobre o que é ou não apropriado. Já nos tribunais, o Conselho Nacional de Justiça decidiu, em 2011, que advogados devem usar terno e gravata mesmo em cidades quentes, a não ser que haja autorização dos tribunais locais.

Descubra o que seu corpo fala

Por fim, é importante ressaltar o impacto da forma como nos apresentamos. Aliás, mais importante do que a roupa escolhida, o estudante de Direito deve se preocupar com a maneira como se comunica.

No clássico livro “O corpo fala”, Pierre Weil e Roland Tompakow explicam que, pela linguagem do corpo, dizemos muitas coisas as outros.

Os tipos (boi, leão ou águia), por exemplo, dizem muito sobre as pessoas. Conhecer esses tipos pode ajudar a repensar a forma como estamos nos comunicando. Entre outros, é possível observar também o estado emocional das pessoas olhando atentamente para o seu tórax:

  • Aumento da respiração significa tensão e forte emoção
  • Suspiros são indicadores de ansiedade e angústia
  • Se for possível observar o palpitar do coração, o aumento do ritmo cardíaco é também indicador de forte emoção.

Ainda segundo os autores, o modo como posicionamos a cabeça tem grande relevância. Isso porque nós, ocidentais, estamos mais habituados a observar expressões na cabeça do que no restante do corpo das pessoas.

Abaixo, listamos o significado da forma como posicionamos a cabeça:

  • Cabeça erguida significa hipertrofia do controle mental.
  • Ao contrário, cabeça baixa significa que o indivíduo controlado pelos estímulos externos.
  • Cabeça em posição normal indica um controle normal da mente.

Em suma, os estudantes podem usar a vestimenta que desejarem, contanto que o estilo seja elegante e profissional e a preocupação com outros aspectos da imagem também sejam considerados.

Quer saber mais? Leia esse guia sobre como obter sucesso no curso de Direito e saiba quais as principais dificuldades dos estudantes durante o curso.

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