Muitos pessoas ignoram a diferença entre ‘Linguística’ e ‘Língua Portuguesa’. Entretanto, todas as pessoas, sem alguma patologia, nascem e em algum momento da primeira infância começam a pronunciar suas primeiras palavras. Os sons monossilábicos: “mã mã”, “pa pa” são músicas para os ouvidos dos pais que se desmancham de orgulho diante dos filhos.
Desta forma, este processo de aquisição da linguagem parece tão natural que muitas vezes não refletimos a respeito da complexidade envolvida no aprendizado de uma língua.
Mas, assim como muitos desconhecem as questões que envolvem a apropriação de uma língua materna, talvez apenas diante de uma preparação para o vestibular, ou mesmo já na faculdade vão tomar consciência das peculiaridades dos termos ‘Linguística’ e ‘Língua Portuguesa’.
O que você verá neste artigo:
O que é Linguística?
A Linguística é considerada uma ciência. E como toda área de estudos tem seu objeto de análise, a Linguística estuda tudo aquilo que se refere às questões de linguagem. Mas é realmente difícil fugir da tentação de imaginar que tal ciência fique presa apenas aos aspectos normativos de uma língua; a famosa gramática.
No entanto, engana-se quem pensa que uma ciência da linguagem vive de ditar regras e ficar ensinando como temos que falar. Os estudos linguísticos tem como foco a observação dos fenômenos da língua e a partir de suas observações produz conhecimento necessários para que os falantes, vulgo ‘todos nós’, nos beneficiemos dessas pesquisas.
Deste modo, a Linguística é uma ciência que tem como um de seus objetos de estudo a Língua Portuguesa.
Mas, e na prática, o que esse campo do conhecimento investiga? O que faz um linguista? Te contaremos um pouco no próximo tópico.
O que um estudante de Linguística estuda na faculdade?
Algumas produções cinematográficas serviram para dar visibilidade a essa área de estudos tão pouco conhecida. Em 2016, por exemplo, o filme “A Chegada” (Arrival) contou a história de uma linguista (Amy Adams) que teve o desafio de se comunicar com seres interplanetários.
Os visitantes não emitiam quaisquer sinais, não gesticulavam, apenas “desenhavam” aquilo que na verdade se tratava de uma espécie de sentença, frase, enfim, uma mensagem em sua língua extraterrestre. A Dra. Louise Banks consegue encontrar padrões de linguagem que possibilitam a comunicação entre ela e os alienígenas. Assim, sem dar muito spoiler, adiantamos que tudo termina bem entre terráqueos e extraterrestres (os do bem, é claro!)
Mas, nem só de bate papos com alienígenas vive a Linguística. Essa ciência está presente em nossa rotina sem que nos demos conta de sua atuação. Por isso, durante sua formação, entre outras competências, um graduando em Linguística se prepara para:
- – Auxiliar na elaboração de metodologias de ensino para facilitar a aquisição em um idioma estrangeiro;
- – Analisar discursos polêmicos presentes nas mais diversas mídias e contribui para o debate de políticas públicas de combate à intolerância, preconceito, xenofobia, machismo, violência, etc;
- – Atuar no desenvolvimento de tecnologias que possibilitam a criação de programas computacionais de reconhecimento de fala, corretores automáticos, tradução, processamento de textos, entre outros;
- – Elaborar e revisar materiais didáticos que vão para as salas de aulas de alunos de todo o território nacional;
- – Produzir conteúdos de qualidade para diferentes segmentos da economia;
- – Atuar na comunicação interna das empresas e também em assessorias de imprensa;
- – Descrever e analisar línguas a fim de elaborar dicionários e gramáticas;
- – Auxiliar na preservação da escrita e da fala de grupos étnicos minoritários.
Língua Portuguesa: Refinando nossos conhecimentos
Pode até parecer um tanto paradoxal que tenhamos que aprender Língua Portuguesa se, no Brasil, já crescemos falando português. Na verdade, todos os falantes de uma língua são fluentes na fala, mas não necessariamente na escrita. O que aprendemos na escola é a modalidade escrita da língua portuguesa e sua norma culta.
Todos nós, brasileiros, que temos a língua portuguesa como língua materna, conseguimos nos comunicar perfeitamente neste idioma. Contudo, assim como escolhemos uma roupa para ocasião, também elegemos uma modalidade da língua para cada ambiente.
Note, que possivelmente durante uma entrevista de emprego, por exemplo, você policie mais o seu vocabulário. Talvez tente se expressar de uma maneira que julga mais adequada para a situação. No entanto, quando está em meio aos amigos, em um ambiente de maior descontração, você sequer se preocupa em deixar escapar algum palavrão.
É bem nítida a necessidade de dominar o idioma em sua modalidade culta. Afinal, seríamos hipócritas em negar o fato de que as pessoas com mais habilidades nesta forma da língua portuguesa têm maiores chances de crescimento profissional e educacional.
Como os professores formados em Letras podem nos ajudar?
Aqueles que optam pela docência, por ensinar alunos de todas as faixas etárias a ganhar domínio na norma culta da língua, estão na verdade contribuindo significativamente para um futuro mais promissor na vida desses estudantes.
O Enem, e outros vestibulares, apesar de combaterem o preconceito linguístico, também exigem dos candidatos conhecimentos avançados na norma culta da Língua portuguesa.
Os concursos públicos também avaliam as habilidades dos candidatos a uma vaga no setor público por este mesmo quesito. Logo a necessidade de ter fluência na escrita e também na norma culta da língua são tão necessárias.
Ciência e objeto de estudo
Agora que você já sabe a diferença entre Linguística e Língua Portuguesa; ciência e objeto de estudos respectivamente, sugerimos que você também conheça mais da atuação de bacharel em Letras e de um licenciado em Língua Portuguesa.
Continue nos acompanhando para mais informações que podem ajudar no seu desenvolvimento acadêmico e profissional, vem de Voomp!