InícioGraduaçãoMatemáticaExistem astronautas formados em Matemática?

Existem astronautas formados em Matemática?

Sim, a Matemática é uma das (poucas) áreas do conhecimento que são aceitas para os candidatos a astronauta. As outras áreas são Biologia, Engenharia, Física, Medicina e áreas ligadas à computação. Mas não somente o curso de bacharelado: ter o mestrado é obrigatório e, em alguns casos, até doutorado.

A Matemática é fundamental porque astronautas devem saber fazer os cálculos para colocar a nave espacial em órbita, fazer a rota para chegar ao destino e o caminho de volta. Embora os computadores ajudem muito nesse trabalho, é o matemático que entende o que as contas querem dizer.

O que é o curso de Matemática?

Sabe aquela disciplina que você tinha na escola? Bom, digamos que a faculdade é bem mais abrangente. Termos como álgebra, trigonometria, lógica e equações fazem parte da grade curricular dos ensinos fundamental e médio. Mas é na faculdade que o conhecimento é muito mais aprofundado.

Matérias como teoria dos números fazem parte das disciplinas do curso de Matemática. E por quê? Essa matéria estuda os números inteiros, que são fundamentais para cálculos complexos. Algoritmos, por exemplo, e criptografia dependem muito desses números, e conhecê-los em profundidade destaca o matemático na multidão.

Aulas mais aprofundadas de álgebra, estatística, lógica, geometria, funções analíticas e tudo o que tiver a ver com números ajuda o futuro astronauta a fazer os cálculos para as missões. O curso em nível bacharelado dura quatro anos, em média.

Terminei a faculdade, e agora?

Ainda tem chão – ou espaço – para percorrer até se tornar um astronauta. Há uma série de exigências para se chegar lá. Vamos levar em consideração a Nasa, a agência espacial americana, que é a maior e mais conhecida do mundo. Embora somente cidadãos norte-americanos possam se candidatar a astronauta, pessoas de outros países, por meio de convênios, podem tentar uma vaga. Foi dessa forma que o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, conseguiu ir à Estação Espacial Internacional e ficar lá por dez dias.

Mas vamos às exigências. Além de se formar em Matemática, pense em um mestrado relacionado à área. Além disso, o candidato precisa estar em boa forma física, ter entre 27 e 37 anos de idade e altura entre 1,59 e 1,90. A saúde deve estar em dia. Se o seu caso é ser piloto de nave, é obrigatório ter curso de pilotagem e no mínimo mil horas de voo.

O matemático no treinamento

Com tudo isso em mãos, e a candidatura aprovada, vamos às lições práticas. O aspirante a astronauta fica pelo menos dois anos em treinamento puxado, com aulas teóricas e práticas. Treinamento na selva, para sobrevivência; piscinas para se acostumar com a falta de gravidade, simuladores de voo são praticamente rotina.

Por essas e outras que a saúde deve estar em dia: para poder passar por uma série de provações e sair ainda mais fortalecido. Ah, e tem também aulas de como colocar a roupa espacial. Afinal, no espaço, sem oxigênio, o traje deve estar absolutamente vedado. Além disso, há aconselhamento psicológico, especialmente para orientar o candidato nas horas de muito esforço.

Depois desse tempo de treinamento intenso, ainda não é hora de colocar a roupa e embarcar na primeira nave. O matemático ainda fará muitas tarefas em terra, participará de missões a distância, para ir se acostumando com o trabalho.

Como a Matemática ajuda no espaço?

Se o astronauta está em terra, ele tem um papel fundamental, e não somente no planejamento da rota dos voos. Muitas vezes, são os cálculos dos matemáticos que descobrem, por exemplo, que determinado cometa vai passar ‘perto’ da Terra. Mas ‘perto’ é uma maneira de dizer, porque essa distância é bastante relativa. É longe o suficiente para não atingir o planeta, mas perto para poder ser observado – às vezes, até a olho nu.

Rotas de meteoros, asteroides e movimentação da Lua, só para ficar em alguns exemplos, são atribuições da Matemática. Como os cálculos consideram uma infinidade de variáveis, é o matemático que saberá interpretar os resultados e como fazer a equação certa.

Na nave espacial

Já quando se fala em planejamento de rota de aeronaves, a Matemática faz a parte de planejar o processo. O quanto de combustível será necessário para sair da órbita da Terra? Qual a velocidade que a nave deverá estar para chegar ao espaço? Em quanto tempo? Se for uma missão para se acoplar à Estação Espacial Internacional, como será feita a acoplagem da nave? Esses e uma miríade de outras contas são feitas com a ajuda da Matemática.

Em missões mais longas, como ir a Marte, o cálculo é outro. Há que se ver quando a Terra estará mais próxima do planeta vermelho, para que a viagem seja mais curta e utilize menos combustível. Uma vez com essa distância calculada, o matemático vê em quanto tempo a nave vai chegar, quanto de combustível será necessário, como será a aterrissagem, entre outros.

E claro que há planos para missões tripuladas à Marte. O cálculo deve considerar isso e outras coisas, como o consumo de combustível para a volta à Terra (as missões atuais, que levam robôs, são só de ida). Por quanto tempo os astronautas ficarão fora da Terra? Como calcular a data correta para a viagem de volta?

O que estudar além da Matemática?

Se você gosta mesmo de espaço, considere fazer cursos de mestrado que expandam seus horizontes. Astrobiologia é um deles: vai dar o conhecimento da Biologia fora da Terra. Física ou Química aplicada, ou até mesmo Bioquímica ou Biofísica, são outras boas opções. Se quiser se enveredar pela Engenharia, ter a formação em Matemática vai ajudar bastante.

A Agência Espacial Brasileira tem parcerias com vários países que também desenvolvem pesquisas espaciais. O Brasil participa com estudiosos no assunto, enviando projetos para serem levados ao espaço, ou no desenvolvimento de novas tecnologias e participando até de grandes projetos. Um deles foi no lançamento do telescópio James Webb, considerado o maior do mundo, que saiu da Guiana Francesa. O lançamento do foguete Ariane, que levou o equipamento ao espaço, foi parcialmente rastreado de uma estação de estudos no Rio Grande do Norte.

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