A escola é um local de aprendizagem. Além disso, é onde os estudantes têm contato com os conteúdos importantes para formação no ciclo básico da educação no país. Contudo, a escola é também um local de acolhimento e segurança para crianças que vivem em situações de risco ou abuso. Sendo assim, é importante que os profissionais que trabalhem na instituição conheçam as técnicas da pedagogia de emergência.
Então, a técnica da pedagogia de emergência busca diminuir e lidar com as consequências em crianças que passaram por traumas. Como, por exemplo, abusos ou violência familiar. Dessa forma, a prática tem o objetivo de auxiliar os profissionais de educação a dialogar com os estudantes e criar um laço de confiança para ajudar as crianças.
Sendo assim, ficou curioso para entender melhor sobre a pedagogia de emergência? Então, está no lugar perfeito! Dessa forma, a Voomp preparou um artigo contando todos os detalhes dessa prática do setor da educação. Além disso, você terá a oportunidade de entender quais os caminhos devem percorrer para se tornar um profissional especializado nesta técnica.
Por isso, continue a leitura do texto e esclareça todas as dúvidas sobre a técnica da pedagogia de emergência e os benefícios para os estudantes. Então, vem com a gente!
O que você verá neste artigo:
Afinal, o que é pedagogia de emergência?
Então, a melhor forma para dar início no artigo é explicar o que é a técnica da pedagogia de emergência. Sendo assim, essa prática foi criada por um professor alemão, Bernd Ruf, em 2006. Contudo, esse conceito no setor de educação só foi propagado no Brasil a partir do ano de 2011.
Dessa forma, é possível notar que a especialidade é recente, mas já mostrou grandes benefícios na formação de jovens que passaram por algum tipo de trauma.
É importante contar que a técnica da pedagogia de emergência segue os conceitos educacionais criados pela Pedagogia Waldorf para a infância. Por isso, o conceito acredita que recursos artísticos e de expressão corporal auxiliam as crianças a lidarem com traumas e situações de violência.
Além disso, a técnica foi criada para ajudar a educar crianças em situações extremas. Tais como, deslizamentos de terra, terremoto e violência urbana. Por isso, o fundador da pedagogia de emergência classifica o trauma por quatro fases principais. Confira abaixo as classificações do especialista.
Primeira fase
Aguda e choque – Ocorrem reações físicas nas crianças que vivenciaram situações de trauma.
Como, por exemplo, taquicardia e falta de ar.
Segunda fase
Estresse pós-traumático – As crianças que passaram por traumas têm episódios de raiva, medo e tristeza exacerbados. Além disso, ainda podem apresentar flashback sobre a situação extrema.
Terceira fase
Surgimento de doenças – Sem o devido apoio psicológico, as crianças podem começar apresentar sintomas de depressão e transtornos de ansiedade.
Quarta fase
Mudanças de personalidade – a criança modifica sua personalidade. Como, por exemplo, ficar mais fechada e violenta.
Então, a técnica da pedagogia de emergência busca trabalhar durante as duas primeiras fases na vivência do trauma. Dessa forma, tem o objetivo de diminuir os danos causados pelas situações de extrema violência.
Qual os benefícios da técnica da pedagogia de emergência?
Como foi dito, a técnica da pedagogia de emergência tem o objetivo de auxiliar as crianças durante as duas primeiras etapas dos traumas. Sendo assim, o principal benefício da prática é poder agir logo após o estudante passar por um evento traumático. Sendo assim, os impactos causados pela situação extrema podem ser minimizados e a criança apresenta menos dificuldades no futuro.
Além disso, por meio de intervenções artísticas nas aulas é possível que a criança exponha seus sentimentos e se expresse. Dessa forma, tem a oportunidade de lidar com o auxílio de um profissional preparado com o trauma e os resultados deixados pela violência. Por isso, no futuro, essa criança pode vivenciar uma realidade mais saudável.
Para ilustrar a importância da técnica em todo o mundo, é importante dizer que já foram feitas mais de 50 intervenções de pedagogia de emergência em situações extremas. Dessa forma, as ações são separadas por situações. Como, por exemplo, situações de guerra, terremotos e tsunami.
Então, entre as principais intervenções da técnica de pedagogia de emergência estão:
- Líbano, 2006;
- China, 2008;
- Faixa de Gaza, 2009;
- Indonésia, 2009;
- Haiti, 2010;
- Quirguistão, 2010;
- Japão, 2011;
- México, 2017.
Além disso, os profissionais que atuam com a técnica de pedagogia de emergência em situações extremas também os educadores da região. Dessa forma, essa é uma tática importante para que o trabalho continue após a equipe especialista sair do país que aconteceu a catástrofe.
Como se preparar para trabalhar com essa técnica?
Para poder ajudar crianças que passaram por traumas por meio da pedagogia de emergência é importante ter formação na área. Sendo assim, é necessário ter concluído a graduação de pedagogia para se especializar no setor.
Sendo assim, a graduação na área de pedagogia é uma habilitação de licenciatura e tem duração média de quatro anos. Dessa forma, o curso tem o objetivo de formar professores para atuar na educação infantil, nos primeiros anos do ensino fundamental, na gestão e coordenação de espaços escolares e não escolares.
Por isso, o curso de pedagogia conta com dois ciclos completos durante os oito semestres da graduação. Dessa forma, durante os primeiros semestres são ministradas aulas mais generalistas, que tem o objetivo de fornecer a base para o pedagogo ser capaz de lidar com o ambiente educacional.
Além disso, na primeira fase do curso, os estudantes têm a chance de desenvolver as habilidades necessárias para o bom exercício da profissão. Como, por exemplo, comunicação, organização, relacionamento social.
Então, ao longo dos semestres finais, o curso da área de pedagogia foca em conteúdos mais específicos da atuação do profissional no mercado de trabalho. Tal como, a docência e gestão educacional.
Além disso, a graduação na área de pedagogia ainda prepara o estudante para lidar com a inclusão nas escolas. Dessa forma, o futuro professor aprende sobre deficiências físicas ou cognitivas. Além de diversidade de gênero, etnia, educação de adultos e direitos humanos.