O curso de Biologia é um dos poucos que a Nasa, a Agência Espacial Americana, aceita para quem quer ser candidato a astronauta. Afinal, se a humanidade está pesquisando o espaço, é basicamente por dois motivos. Um é descobrir se há vida em outros planetas. E o outro, para saber se a humanidade poderá viver em outros planetas.
Acredite: há estudos em ambos os lados, e a Biologia faz parte desse grupo. Do lado de vida extraterrestre, além de estudar sinais de rádio e infravermelho, os cientistas buscam sinais de vida. E já sabemos como fazer isso. Mas, antes de falar desse assunto, vamos ver o que é a Biologia e por que ela é tão importante no estudo do espaço.
O que você verá neste artigo:
A ciência da vida
A palavra Biologia vem do grego e significa estudo da vida. Assim, o biólogo está capacitado para estudar todas as formas de vida. Das microscópicas, como bactérias, às macroscópicas, como sequoias com mais de 100 metros de altura, e baleias azuis, com 30 metros de comprimento.
A Biologia tem uma diversidade de ramos de estudo que fica difícil elencá-los todos aqui. A faculdade de Biologia procura abordar boa parte deles. O curso dura quatro anos, e lida com matérias como genética, ecologia, botânica, anatomia, microbiologia, entre outras. Conhecendo basicamente como a vida funciona, é possível estudar seres ainda não tão conhecidos.
O desconhecido e o que se conhece
Quando falamos de Biologia para ser astronauta, é importante saber que, mesmo no planeta Terra, há espécies que não foram encontradas. Assim, são formas de vida ainda desconhecidas. Nesse grupo estão plantas, animais que moram nas profundezas do oceano, em regiões perigosas como vulcões, entre outras.
É aí que a Biologia entra no campo de estudo do futuro astronauta. Lembra quando falamos que há maneiras de descobrir formas de vida fora da Terra? Pois isso é possível com o uso de aparelhos especializados. Como água, materiais orgânicos, oxigênio e minérios, por exemplo, têm características específicas, os equipamentos conseguem detectá-los a milhões de quilômetros de distância.
Os equipamentos usam técnicas que conseguem detectar essas substâncias à distância. Isso foi possível com a ajuda de biólogos, que estudaram essas características únicas e que podem ser encontradas por meio de aparelhos.
A água como chave da vida
Quando se pensa em encontrar algum planeta para estabelecer colônias humanas, o primeiro procedimento é ver se ele tem água. Afinal, sem água, sem vida. Todos os seres vivos dependem da água para fazer as reações químicas fundamentais para manter seu funcionamento. Assim, se um planeta tem água – mesmo que em forma de gelo – já ajuda. Mas não para por aí.
Outros fatores interferem muito quando falamos de possibilidade de vida. Além da água, é o tipo de atmosfera que reina no planeta ou satélite. A proporção de gases é fundamental porque o oxigênio é o que nos faz vivos. Se o planeta não o tem, fica difícil. E há outros detalhes fundamentais: gravidade e temperatura. Existem astros que são extremamente quentes ou frios, e a gravidade por ser grande (o que nos achataria) ou pequena (que nos faria flutuar, como na Lua).
Como a Biologia pode ajudar?
Um dos candidatos a futura morada humana fora da Terra é Marte. É o planeta mais parecido com o nosso, mas há uns detalhes que fogem da curva. Um deles é a presença de água no subsolo, o que não seria um grande problema para ser explorada. O outro é o tipo de solo, totalmente hostil a qualquer tipo de plantação. Tem também a variação de temperatura (20°C no Equador durante o dia e -125°C à noite. A atmosfera é composta basicamente de dióxido de carbono – que é o gás que expelimos na nossa respiração.
Ou seja: tudo parece conspirar contra. Mas a Biologia está aí para isso. A terraformação (processo para adaptar outro planeta às condições terráqueas) pode levar décadas ou séculos, mas é possível sim. E aos poucos. Extrair a água, tratar o solo de forma a ter plantações, criar um ambiente amigável para que humanos e animais possam viver sem o uso de roupas especiais é um deles.
Ainda não temos tecnologia para isso, mas os cientistas, entre eles os biólogos, já começaram com protótipos. A bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, da sigla em inglês), há uma nano horta, que cabe em uma mala de viagem. Lá, terra, adubo, luz na quantidade certa e plantas convivem em ambiente de microgravidade. Os astronautas já conseguiram colher pimentas em órbita!
A Biologia e a evolução da espécie
Para que uma colônia humana possa sobreviver em um ambiente tão hostil, astronautas de várias gerações precisarão fazer viagens de longo prazo para preparar o planeta. Com o conhecimento que temos hoje da Biologia – e o que vamos aprender no futuro – desenvolver formas de moradia terrestre em ambiente marciano ficará menos difícil.
Vamos continuar na nossa viagem a Marte e pensar como seria a vida dos humanos por lá. Há várias simulações, de enormes domos cobertos por materiais transparentes, de forma a deixar passar a luz do Sol. A temperatura, pressão e gravidade seriam controladas. Hortas, florestas, casas, indústrias, tudo estaria dentro desses domos. Poderiam haver vários deles, e seria possível até transitar entre eles usando veículos especiais.
Mas existe a possibilidade de os humanos moradores de Marte adquirirem determinadas características que tornem a vida deles mais fácil. É a evolução das espécies, na qual elas se adaptam ao ambiente onde vivem para tornar a vida mais fácil. Como seria essa adaptação? E os terráqueos que moram em Marte sobreviveriam na Terra? Isso a Biologia do futuro poderá responder.
Biólogos podem ser astronautas!
Sim, a presença deles nas missões de exploração de planetas – e experiências com animais e vegetais é fundamental. Ele vai saber estudar os efeitos da microgravidade, radiação, adaptação a um novo ambiente, entre outros, nas espécies estudadas. Esse conhecimento vai se somar ao que já temos e, quem sabe, poderemos habitar Marte, Vênus, a Lua, ou outros locais. Por isso que a ciência precisa de astronautas da Biologia!
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