Os dias vão passando, o fim do ano chegando e, com ele, chega também o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). É comum que, com a proximidade da prova, diversas técnicas supostamente milagrosas surjam. Estudar por incansáveis horas na noite anterior à prova, começar o exame pela questão mais fácil e até mesmo ingerir tipos específicos de comida são dicas amplamente compartilhadas entre os estudantes.
Será que tudo isso funciona? Quais são as melhores técnicas para mandar bem na prova? É isso que vamos te contar neste texto!
O que você verá neste artigo:
Virar a noite estudando na véspera da prova não te ajudará
Para obter bons resultados, é importante compreender como o cérebro funciona no processo de aprendizado. Aprender consiste em criar novas ou mais fortes correntes cerebrais. A prática de uma atividade fortalece essa conexão. Além disso, quanto mais complexidade for adicionada ao aprendizado (gradativamente), mais fortes e maiores se tornam essas correntes.
Quando você, estudante, passa a noite estudando na véspera da prova, você priva o seu cérebro de tempo para o processo de fortalecimento das correstes cerebrais e ainda pode sobrecarregar o seu órgão ao não garantir o descanso necessário para a solidificação desse aprendizado.
Vale ressaltar que tempo e treino são aliados nessa equação de absorção de conhecimento. Se o tempo é limitado, é sistemicamente mais difícil a criação de novas estruturas no seu cérebro e, ainda, você perde tempo, energia e gera estresse ao se preocupar com a falta de resultados.
A revisão é a tática que deve ser sua aliada!
Para fixarmos algo em nossos cérebros, é importante que seja disposto um bom tempo para a revisão, preferencialmente logo após ao primeiro contato com um conteúdo ou atividade.
A razão disso é que precisamos estimular a atividade em nossos neurônios. Caso contrário, a informação será esquecida ou fragmentada rapidamente e, se isso acontecer, é preciso começar o processo de aprendizagem novamente.
Por isso, separamos algumas dicas da pesquisadora Barbara Oakley, escritora do livro “Aprendendo a Aprender para Crianças e Adolescentes: Como se Dar Bem na Escola”:
– Revise todo o conteúdo assim que ele for aprendido. Dessa forma, é possível reforçar as correntes cerebrais ligadas ao aprendizado em questão, evitando perdê-las.
– Mantenha viva as ideias-chave daquele conteúdo; tente lembrar dessas ideias em voz alta (sem lê-las no papel) ou explicá-las a alguém. Isso ajudará na fixação da informação na sua cabeça.
– O segredo é constância. Por isso, estude um pouco, por vários dias. Isso irá ajudar a reforçar o conhecimento dentro do seu cérebro.
– Não sobrecarregue o seu cérebro, é importante entender que o aprendizado é um processo que não acontece de um dia para o outro.
Começar pelo exercício mais difícil pode ser uma boa estratégia
Com certeza você já foi instruído a começas a prova pelas questões mais “fáceis” e deixar para o fim as mais difíceis, certo? Porém, a neurociência não concorda com essa ideia amplamente difundida nos ambientes estudantis. De acordo com os pesquisadores, é possível utilizar essas questões mais simples para relaxar o seu cérebro após um exercício dificultoso.
Barbara explica em seu livro que o cérebro atua de duas formas diferentes que trabalham em sintonia na hora do aprendizado:
Modo focado: esse modo acontece quando estamos prestando atenção a uma atividade, professor ou filme, por exemplo. Nossa atenção fica retida e nos tornamos receptores da informação diante de nós.
Modo difuso: nesse modo, o cérebro fica relaxado. Estar com a mente relaxada é imprescindível para inúmeros processos, sobretudo para a solução de problemas. É por isso que temos boas ideias tomando banho, durante uma caminhada ou após uma boa noite de sono.
Ou seja, passar de um exercício complexo para um mais fácil permite esses momentos difusos. Isso coloca o seu cérebro num modo mais relaxado, o que com certeza pode lhe ajudar na resolução de questões.
Marque sua prova
Alinhado ao tópico anterior, quando começar a prova observe todas as questões rapidamente. Assinale as questões que você julga como mais complexas. Após, entre as mais complicadas, escolha uma e comece a trabalhar. Faça isso por dois minutos ou até se sentir “empacado”. Quando isso acontecer, é hora de parar.
Agora, é preciso encontrar uma questão mais fácil para a resolução. Dessa forma, você aumentará sua confiança e estará se sentindo mais relaxado e pronto para voltar até a questão mais complexa.
Questione o seu próprio pensamento e escolha
Caso sobre tempo ao final da resolução da prova, revise as questões e respectivamente suas escolhas. No entanto, faça isso em uma ordem diferente da qual você fez inicialmente. Isso pode ajudá-lo a questionar suas respostas.
Ainda de acordo com a pesquisadora e autora do livro “Aprendendo a Aprender para Crianças e Adolescentes: Como se Dar Bem na Escola”, assim que escrevemos uma resposta para um exercício, tendemos a achar que ela está certa.
Por isso, é importante que você force a sua mente a analisar a prova sob uma nova ótica. Afinal, seu cérebro pode levar você a pensar que está correto. Piscar, desviar a atenção por alguns segundos e revisar as respostas em uma ordem diferente pode ajudar nessa questão.
Estar saudável talvez seja a melhor tática de todas
É fato que dormir bem, fazer atividades físicas e se alimentar adequadamente fazem bem ao cérebro. Isso aplica-se também ao processo de aprendizagem. Manter esses comportamentos saudáveis impulsiona o seu cérebro a atuar de forma mais assertiva.
É comum que os vestibulandos abdiquem de horas de sono para se dedicarem aos estudos. No entanto, o sono também faz parte do processo de aprender algo novo. Quando dormimos, o cérebro ensaia tudo o que fizemos e aprendemos ao decorrer do dia. Ele age fortalecendo as correntes elétricas de aprendizado e eliminando as toxinas.
O segredo é aprender, praticar e dormir. Dessa forma, mais conexões são formadas. Além disso, se você não gosta de atividade física, talvez seja a hora de tirar a poeira do seu tênis de exercícios físicos! Praticar atividades que movimentam o corpo mantém o corpo e a mente saudáveis.
O exercício físico faz com que novos neurônios cresçam. Ele proporciona momentos que estimulam o modo difuso e libera substâncias que fazem bem para o nosso humor e disposição. Obviamente, tudo isso conta pontos significantes para o processo de aprendizagem.
Agora que você já conhece como o seu cérebro funciona na hora de aprender, não deixe de utilizar essas dicas ao seu favor. Nada de dormir pouco ou querer aprender todo o conteúdo em um único dia, combinado?
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