Muitas pessoas sonham em cursar a faculdade de Enfermagem motivadas pela nobre missão de cuidar da saúde e bem-estar do outro.
Mais do que uma bela vocação, a Enfermagem é uma necessidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, atualmente faltam 6 milhões de profissionais para suprir a demanda global.
No Brasil, segundo o Conselho Federal de Enfermagem, temos mais de 2.447.000 enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem.
Apesar de o número atender à recomendação da OMS de um profissional para cada 500 habitantes, a distribuição pelo País é muito desigual. Enquanto mais da metade dos profissionais se concentra no Sudeste, apenas 17% atuam no Nordeste.
Como se pode ver, existe bastante demanda para esse serviço no Brasil. No entanto, antes de optar pela faculdade de Enfermagem, é importante que você conheça o perfil esperado desse profissional da saúde. Abaixo listamos alguns dos principais requisitos.
O que você verá neste artigo:
Paixão pelo ser humano: o básico para quem quer fazer a faculdade de Enfermagem
A principal característica de alguém que pretende cursar a faculdade de Enfermagem é, sem dúvida, gostar de pessoas. Afinal, zelar pela saúde e o bem-estar delas é o propósito dessa carreira.
A vocação para cuidar do outro, entretanto, tem o seu preço: exige do enfermeiro extrema dedicação de tempo para cumprir os plantões e os turnos de trabalho.
A empatia, habilidade de se colocar no lugar de alguém, é um requisito imprescindível. Ela será exercitada diariamente na rotina do enfermeiro, a cada novo atendimento, e será fundamental para uma assistência humanizada.
O ato de servir também implica ter sensibilidade para ouvir, entender e se solidarizar com as queixas, medos e dúvidas dos pacientes. Lembre-se de que a complexidade do ser humano envolve suas emoções. Ou seja, o estado psicológico tem grande influência sobre a condição física.
Se você considera que tem esses atributos, então a faculdade de Enfermagem pode ser realmente um bom caminho para você.
Senso prático: ensinado na faculdade de Enfermagem, aprendido no dia a dia
Não basta ser solidário à dor alheia; agir é essencial para diminuir o sofrimento do paciente.
A faculdade de Enfermagem tem a importante função de preparar o estudante para saber como e quando agir em caso de necessidade. Mas de nada adianta conhecer a teoria se você não for capaz de aplicá-la na prática.
Tenha em mente que no dia a dia do enfermeiro a capacidade de agir rápido para preservar a vida do paciente é uma exigência constante. E muitas vezes em um cenário crítico, como um resgate ou uma emergência no pronto-socorro.
Nessas situações, o profissional de saúde precisa unir o conhecimento teórico à agilidade dos procedimentos para garantir o sucesso do atendimento.
Outra qualidade esperada do enfermeiro é tomar decisões. Afinal, ele é a ponte entre os pacientes e os médicos.
Isso significa que o seu papel é observar os sinais apresentados pelo paciente e, com base nisso, fazer o diagnóstico da enfermagem e escolher as intervenções mais apropriadas. Essas decisões podem ser cruciais para a condução de um tratamento.
Uma terceira competência relacionada às anteriores é a habilidade de resolver problemas, sejam eles administrativos ou assistenciais. O enfermeiro deve ser um facilitador, buscando sempre fazer o máximo para oferecer o melhor atendimento e cuidado ao paciente.
Atenção
Na faculdade de Enfermagem o estudante aprende que vai lidar com prontuários, amostras biológicas (sangue, urina, secreções etc.), instrumentos perfurocortantes e medicamentos em sua rotina.
Para não cometer erros que podem afetar o tratamento do paciente e ferir a ética profissional, como administrar a dose ou o tipo errado de medicamento ou ainda trocar amostras, o enfermeiro deve ter foco e atenção durante as tarefas.
Isso é ainda mais importante quando consideramos que esses profissionais da saúde trabalham por longas horas, geralmente em regime de plantão.
Estabilidade emocional
Se você pretende cursar a faculdade de Enfermagem, é importante estar ciente da realidade que vai enfrentar.
A maioria dos enfermeiros atende um grande número de adultos e crianças todos os dias, muitos deles com graves problemas de saúde e em situação bastante frágil. Presenciar essas cenas com frequência pode ser muito desgastante e abalar o estado psicológico do profissional.
No entanto, para cumprir sua missão de auxiliar os pacientes mesmo sob pressão e estresse, o enfermeiro deve desenvolver a estabilidade emocional.
Isso não tem nada a ver com frieza, mas sim com a capacidade de manter a calma, a paciência e a racionalidade em situações que desafiam nossos limites.
Veja algumas dicas para isso:
- Conheça seus próprios limites. Analise as coisas que você se sente capaz ou incapaz de fazer e respeite essas fronteiras.
- Observe seus pensamentos e reações em circunstâncias adversas. Assim, será possível identificar um padrão de comportamento e trabalhar para mudá-lo, se necessário.
- Não seja impulsivo. Quando for submetido a uma situação-limite, evite reagir subitamente. Tire alguns minutos para respirar, caminhar ou se distrair de alguma forma. Oxigenar o cérebro nos ajuda a tomar decisões melhores.
- Não ignore as emoções negativas. Assim como as positivas, elas também fazem parte da nossa vida. Se permita senti-las, analisá-las e dominá-las.
- Aprenda com os erros. Quando procuramos extrair o melhor das falhas que cometemos, passamos a desenvolver a resiliência. Ou seja, a capacidade de voltar ao nosso estado mental normal mesmo após uma situação emocionalmente desgastante.
Espírito de equipe e boa comunicação
Imagine a seguinte situação: em uma troca de turno, a equipe que está assumindo não sabe ao certo quais atendimentos foram prestados ao paciente pela equipe anterior. Por isso, não consegue planejar seu turno. Uma baita confusão na qual todos saem perdendo: médicos, enfermeiros e pacientes!
Logo no começo da faculdade de Enfermagem os alunos aprendem que para atuar na área é preciso valorizar o esforço coletivo. Quando cada um tem consciência da importância da sua função e coopera com os colegas para o melhor cuidado do paciente, os resultados são muito melhores.
E um componente indispensável ao trabalho em equipe é a comunicação. Um time que se comunica bem trabalha de forma integrada e evita erros, retrabalhos e informações desencontradas.
Outras duas habilidades que estão conectadas e fazem toda a diferença no cotidiano do enfermeiro são a liderança e a pró-atividade. Isso porque muitas vezes será necessário tomar a frente de processos ou tarefas para garantir que sejam executados.
Para facilitar o trabalho em equipe, mantenha um bom relacionamento com os colegas. Isso torna o ambiente de trabalho muito mais agradável, harmonioso e estimula a cooperação.
Estar atualizado
Nas ciências da saúde as coisas mudam muito e mudam rápido. A graduação na faculdade de Enfermagem é apenas o pontapé inicial.
Para não ficar para trás, o enfermeiro deve estar atualizado às novas técnicas, práticas e equipamentos utilizados na área.
Apesar do ritmo acelerado da profissão, é preciso se planejar para fazer cursos, treinamentos, especializações e até uma pós-graduação. Isso terá um reflexo no seu currículo e também no seu salário.
Existe uma variedade de áreas para se aprofundar. Entre elas:
- Enfermagem obstétrica
- Enfermagem de urgência e emergência
- Enfermagem em nefrologia
- Enfermagem em cardiologia
- Enfermagem em centro cirúrgico
- Enfermagem oncológica
Outro meio de se manter sempre atualizado sobre o que acontece no mundo da Enfermagem é participar de grupos de estudo para trocar experiências, analisar casos clínicos e construir sua rede de relacionamentos. As faculdades, hospitais e demais instituições de saúde costumam promover esse tipo de interação.
Se depois de ler este texto você está certo de que sua vocação é mesmo cuidar da saúde do próximo, busque uma faculdade de Enfermagem, se prepare e vá em frente!