InícioGraduaçãoArquitetura e UrbanismoComo podemos classificar o curso de Arquitetura?

Como podemos classificar o curso de Arquitetura?

Você já ouviu falar que existem cores mais adequadas para cada ambiente de uma casa? Por exemplo, para o quarto o ideal é usar cores que transmitem calma e tranquilidade, como o azul. Mas se engana quem pensa que o trabalho do arquiteto se limita a definir as melhores cores para o ambiente, pois vai muito além disso. Há, ainda, a relação entre arquitetura e sociedade. 

De antemão, a pessoa arquiteta e urbanista é responsável por propor e executar projetos de ambientes que tragam conforto, segurança e acessibilidade às pessoas que os frequentam. Deve também garantir que o ambiente satisfaça às suas necessidades e objetivos. Neste post veremos mais sobre como a arquitetura pode afetar as relações entre o espaço e a sociedade.

A influência da arquitetura no comportamento do indivíduo

Antes de mais nada, o maior papel da pessoa arquiteta é projetar ambientes definindo o dimensionamento do espaço, sua iluminação e a organização dos móveis e objetos que o compõem. Tudo isso tendo em vista a sua funcionalidade, conforme as necessidades das pessoas que utilizarão o ambiente.

Vale lembrar que, quando falamos de ambiente, não nos referimos especificamente à natureza ou ao ar livre. Ambiente deve ser entendido como um espaço, fechado ou não, com alguma função à pessoa ou grupo de pessoas que o frequentam.

Frequentemente, ao frequentarem o ambiente, essas pessoas percebem todos os elementos do espaço, reagindo através de estímulos sensoriais. Os elementos arquitetônicos estimulam então visão, olfato, audição e cinestesia (sentido da percepção de movimento, peso, resistência e posição do corpo, provocado por estímulos do próprio organismo).

Dessa forma, o espaço pode provocar relaxamento ou euforia, estimular a criatividade ou a reflexão, causar estresse ou nostalgia. Tudo isso graças ao projeto desenvolvido por uma pessoa formada em arquitetura e urbanismo.

Exemplos práticos da relação da sociedade com a arquitetura

Para demonstrar como a arquitetura pode afetar a nossa percepção do ambiente, podemos citar a Capela Thorncrown. O design arquitetônico dessa capela, que fica nos EUA, é único por causa das vigas que a compõe, dispostas em padrões lineares. Dependendo do ponto de observação, as pessoas podem ter a impressão que as vigas não são paralelas. No entanto, elas são perfeitamente simétricas.

Outro bom exemplo são os ambientes hospitalares. A forma como são projetados, ou como são construídos sem um projeto arquitetônico, afeta diretamente as pessoas. Tanto pacientes quanto os trabalhadores e até visitantes podem sofrer de estresse.

Ainda mais, uma forma eficiente de otimizar esses ambientes reduzindo impactos não desejados é a disposição e quantidade de portas e janelas. Elas podem ampliar ou reduzir o campo de visão das pessoas, além de influenciar na propagação da iluminação. São questões importantes, principalmente quando pensamos num ambiente cuja finalidade é a melhoria da saúde.

Os benefícios da luz natural

É muito importante para as pessoas arquitetas darem uma atenção especial à luz natural nos ambientes projetados por elas. Existem estudos que comprovam benefícios na produtividade das pessoas que passam seu dia sob incidência de luz do sol. Diferentemente daqueles que ficam o dia todo em ambientes com iluminação artificial.

Pessoas que trabalham em ambientes naturalmente iluminados tem produtividade aumentada em até 40%, segundo estudo da Eco Business. Da mesma forma, em salas de aula repletas de janelas e banhadas pelo sol, os alunos aumentam sua capacidade de retenção das informações.

Os efeitos são percebidos até mesmo fora do ambiente de trabalho. Pessoas que trabalham em escritórios com iluminação natural dormem 46 minutos a mais por noite. E não é apenas na qualidade, já que seu sono tem menos agitação, roncos e o sonambulismo também é reduzido.

Psicologia ambiental

A princípio, citada pela primeira vez em 1943, a psicologia ambiental é um braço da psicologia que lançou um novo olhar para a arquitetura. Esse ramo aborda as características da sociedade e dos ambientes em que vivem, e como elas afetam o comportamento dos indivíduos.

Pessoas que estudam esse ramo da psicologia afirmam que o ambiente e a arquitetura têm papel fundamental na formação da nossa identidade cultural. É por isso que a psicologia ambiental utiliza uma abordagem multidisciplinar e focada nas experiências do usuário. 

Como a arquitetura pode beneficiar a saúde

Ao apostar na abundância de luz natural na arquitetura, uma nova possibilidade se abre: a de colocar mais plantas em ambientes internos. E, como é sabido, as plantas têm a propriedade de melhorar a qualidade do ar.

Ainda mais, o Instituto da Tecnologia da Índia, após uma série de estudos, concluiu que três plantas são muito eficientes em melhorar o ar e ótimas para o ambiente interno. Juntas, elas eliminam praticamente todos os elementos contaminantes presentes no ar. São elas:

 

  • Palmeira Areca (ou Areca-bambú)
  • Espada-de-são-jorge (ou língua-de-sogra) 
  • Jiboia (ou Dama do lago)

 

Imediatamente, as duas primeiras são responsáveis por capturar CO2 do ar, converter em oxigênio e devolver ao ambiente. A jiboia, por sua vez, elimina do ar alguns elementos químicos nocivos, como o formaldeído.

Assim, num ambiente com luz natural abundante e algumas plantas, o Instituto de Tecnologia da Índia pôde comprovar alguns benefícios em seus funcionários. A irritação nos olhos reduziu 54% e os problemas respiratórios por volta de 34%. A produtividade aumentou 20% e a conta de energia, sem necessidade de muitas lâmpadas nem purificadores e circuladores de ar, reduziu 15%.

De acordo com os benefícios apresentados acima, vemos que eles se devem, em sua maioria, à presença de plantas no ambiente. Porém, a sobrevivência das plantas só foi possível graças a uma arquitetura inteligente, que operou uma transformação completa no ambiente. 

É notável então que, através de um planejamento focado na qualidade de vida e na sustentabilidade, a arquitetura pode proporcionar impactos positivos à sociedade. Um projeto arquitetônico pode e deve agir na percepção das pessoas, em seu comportamento e atitudes.

Enfim, fica claro que existem ambientes propícios ao estresse, pressão, falta de criatividade e saúde precária. Por outro lado, estão os ambientes com boa saúde, alta produtividade e motivação. E é possível que a diferença entre esses dois ambientes esteja na atuação de uma pessoa arquiteta.

Agora que você já entendeu a influencia e relação entre arquitetura e sociedade, continue lendo sobre o tema, veja agora sobre qual o perfil ideal para um profissional de Arquitetura e Urbanismo.

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