Ambos os termos significam o cuidado com o idoso. Do grego ‘geron’, que significa velho, as duas profissões estão em alta: a tendência do envelhecimento populacional já é uma realidade. Cada vez mais as pessoas vivem por mais tempo e, por isso, procuram uma melhor qualidade de vida.
É aqui que entra a importância destes dois profissionais. A Gerontologia é a ciência que estuda o envelhecimento e a Geriatria é uma especialidade da Medicina que trata da saúde do idoso. Embora tenham trabalhos diferentes, a preocupação é a mesma. Cuidar para que os mais velhos possam se manter saudáveis e tratar das doenças da melhor forma.
Afinal, todos nós vamos chegar lá um dia. Saber cuidar do processo de envelhecimento, da atenção dada ao idoso e aos familiares e tratar dos problemas de saúde são alguns dos objetivos dessas duas profissões. Vamos vê-las mais de perto.
O que você verá neste artigo:
Gerontologia cuida do paciente idoso
O curso de Gerontologia é oferecido na modalidade tecnológica, e pode ter até dois anos de duração. É a formação mais adequada porque traz um conteúdo voltado especificamente para o cuidado dos mais velhos. As disciplinas deste curso falam da psicologia para o idoso, o processo de envelhecimento, a saúde mental, cuidados paliativos, nutrição e fundamentos de fisioterapia.
Devemos lembrar que o gerontólogo não é médico, nem fisioterapeuta ou nutricionista. Ou seja, ele não pode prescrever medicamentos, exercícios ou dietas. Um de seus trabalhos é acompanhar o idoso em seguir as orientações destes profissionais.
O graduando também tem aulas de educação para o envelhecimento, promoção de saúde, atenção psicossocial e a relação dos idosos com os familiares. O trabalho deste profissional é mais voltado para o atendimento não somente do vovô e da vovó, mas também com a família. É uma fase da vida que requer uma atenção especializada, por isso o acompanhamento da Gerontologia é fundamental.
Geriatria trata das doenças dos mais velhos
É uma especialidade da Medicina, como a Oftalmologia, Cardiologia ou Neurologia. O geriatra é especializado nos problemas de saúde dos idosos, como o envelhecimento atua no corpo e como proceder com os tratamentos mais adequados.
Diferente do gerontólogo, o geriatra é o médico que vai trabalhar especificamente com a saúde do mais velho. Ele saberá prescrever exames, elaborar diagnósticos e planos de tratamento para este paciente especial. Medicamentos também precisam ser suas doses ajustadas, já que o corpo mais velho processa os princípios ativos de forma diferente.
Assim, o geriatra faz uma residência médica e vai atuar diretamente em hospitais, casas de repouso e clínicas especializadas. No final do período, ele obtém o título de especialista em Geriatria e pode atuar na rede pública e privada de saúde. Há casos em que, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), pacientes mais velhos são encaminhados ao geriatra para fazer um acompanhamento integral da saúde.
O mundo está ficando mais velho
O aumento da expectativa de vida tem a ver, sim, com a melhoria das condições de saúde de forma geral. E podemos elencar vários fatores. Um deles é o maior acesso à alimentação de qualidade, assim como a água e a saneamento básico. Não que este problema esteja resolvido: há muitos lugares que ainda têm uma séria carência nesses cuidados básicos. Por outro lado, onde houve melhora nesses índices, a taxa de mortalidade caiu sensivelmente.
Mais acesso a medicamentos e tratamentos modernos também contribui com essa melhora significativa. Afinal, conseguimos realizar diagnósticos de doenças com mais antecedência, o que facilita o seu controle. Remédios mais seguros com menos efeitos colaterais, e mais eficazes, entram na lista.
A taxa de fecundidade, por outro lado, vem caindo. Há menos crianças nascendo no mundo, e isso ajuda no aumento da quantidade de idosos no mundo, e no Brasil não é diferente. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta que, em 2060, haverá mais idosos do que jovens no Brasil. Daí a importância de se estudar esse público longevo para que eles possam ter uma melhor qualidade de vida.
Gerontologia e Geriatria como tendências de futuro
Por conta do envelhecimento cada vez maior da população, uma área que o aluno pode pensar em trabalhar é com os idosos. Para quem quer começar, o curso tecnológico de Gerontologia é uma boa opção. A formação é mais rápida e tem uma abrangência mais geral para o assunto.
Para quem já gosta da Medicina e quer cuidar dos mais velhos, a especialização em Geriatria é a ideal. O tempo de formação é mais longo, mas, se estiver na sua lista de afinidade, é uma ótima opção.
Nada impede que o gerontólogo faça Medicina e Geriatria, ou o geriatra faça Gerontologia. Os conhecimentos só vão se somar e agregar mais valor ao seu trabalho.
Mercado de trabalho
Os profissionais de Gerontologia podem atuar na área da saúde em hospitais, clínicas especializadas, ambulatórios e laboratórios. Aqui, eles serão consultores e aqueles que vão se comunicar com os familiares, para informá-los da saúde do vovô ou da vovó.
Já em casas de repouso, eles são peça fundamental. Muitos deles gerenciam as atividades do local, tomando conta dos seus vários departamentos. Assim, ele pode acompanhar como estão as atividades desenvolvidas para os atendidos, bem como a estrutura do local. Pode também contratar profissionais de diferentes especialidades para atender os idosos, como fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos.
Outra área de atuação é em Organizações Não Governamentais (ONGs), em projetos de promoção da saúde, educação da comunidade para o tratamento com o idoso e na defesa de seus direitos.
Já o geriatra pode trabalhar em consultórios, clínicas e hospitais, sempre voltados para o atendimento ao paciente idoso. Casas de repouso podem contar com um profissional da Geriatria de plantão para atender alguma emergência. Há também o trabalho em domicílio, quando o idoso não pode se deslocar para o consultório.
As clínicas de tratamento paliativo são outra área de atuação. Nestes lugares ficam internados pacientes com doenças graves, com prognósticos não tão positivos sobre a evolução da doença. Assim, o geriatra pode acompanhar e prescrever tratamentos para tornar esse período mais confortável e menos doloroso, bem como orientar os familiares.
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