InícioGraduaçãoTudo o que você precisa saber sobre o CST em Terapias Integrativas e Complementares

Tudo o que você precisa saber sobre o CST em Terapias Integrativas e Complementares

Cuidar do corpo como um todo é um dos objetivos das Terapias Integrativas e Complementares; elas tratam e podem até prevenir doenças

Estamos acostumados a ir ao médico para tratar problemas específicos. Males como dores nas costas, de cabeça, ansiedade, gastrite, a lista vai longe. Mas, e se puder complementar esse tratamento com técnicas que promovem o bem-estar do corpo como um todo? É um dos princípios das Terapias Integrativas e Complementares, que hoje conta com um curso superior de formação tecnológica.

Não que antes essas técnicas não existissem: algumas delas, como a acupuntura e a ayurveda, têm milhares de anos de História. O que o curso faz é tornar a atuação do terapeuta mais profissional, com aulas com registro no Ministério da Educação. Além, claro, de fornecer uma formação com disciplinas que ensinem como administrar e promover seu próprio negócio.

Essa é a novidade do curso superior de Terapias Integrativas Complementares. Tornar mais acessível e profissional o trabalho do terapeuta, bem como levar esse conhecimento para mais pacientes. Eles vão se beneficiar – e muito – dessas técnicas. Mas, o que são as Terapias Integrativas e Complementares?

O trabalho em grupo para promoção da saúde

Primeiro, vamos à definição de Terapias Integrativas e Complementares. Por norma, são técnicas que usam recursos terapêuticos tradicionais, validados por anos e anos de prática, estudos e comprovações.

Elas atuam em conjunto com a medicina alopática, ou convencional, a que utiliza medicamentos e tratamentos específicos. Assim, é possível tratar da ansiedade com remédios e terapia ocupacional. Outras várias doenças são igualmente beneficiadas por esse trabalho em grupo, como hipertensão, obesidade, dores em geral e demais males.

É como se fosse um trabalho em grupo. Uma parte do tratamento é feita pelos remédios, que podem atuar nos sintomas ou causas. Já as Terapias Integrativas e Complementares podem atuar em áreas diversas: nas consequências dos medicamentos, nos motivos, e até para prevenção de problemas futuros. Esses tratamentos devem ser prescritos por profissionais habilitados, para segurança do paciente.

Terapias com conhecimento de milênios

Acupuntura, ayurveda, meditação, homeopatia, reiki e quiropraxia são algumas das 29 terapias oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Sendo assim, são validadas por estudos internacionais e têm relevância no tratamento médico.

Algumas, como a acupuntura e a ayurveda, têm milênios de História, e trazem uma bagagem de conhecimento que a medicina tradicional vem incorporando gradualmente. Afinal, as Terapias Integrativas e Complementares tratam o corpo de um jeito um pouco diferente do que estamos acostumados. O que não significa ser menos eficaz no tratamento de doenças.

Tais terapias lidam com conceitos como energia, harmonia e equilíbrio, algo que se busca muito na sociedade atual. E essa forma de trabalhar vem combinando bastante com a medicina tradicional. Não à toa, essas técnicas ganham o nome de complementares. Vamos conhecer algumas delas melhor.

Acupuntura: o tratamento por agulhas

Você já deve ter visto fotos de como é o tratamento por essa milenar medicina chinesa. Várias agulhas são colocadas em pontos específicos do corpo, e lá permanecem por alguns minutos. Pode não fazer muito sentido para os olhos ocidentais, mas, para os chineses, é uma terapia carregada de História e bons resultados. E, claro, faz parte do rol das Terapias Integrativas e Complementares.

Há registros de acupuntura na China, onde surgiu, que datam de pelo menos cinco mil anos antes de Cristo. Segundo a medicina tradicional chinesa, todos nós temos uma energia que flui pelo corpo, chamada de qi ou chi. Ela passa pelos meridianos, ou canais de energia. Quando esse fluxo está irregular ou interrompido, surgem dores, doenças, distúrbios ou problemas de saúde.

O que os terapeutas da época – já que não havia exames para diagnosticar doenças – perceberam foi que, ao pressionar determinados pontos, havia o alívio dessas dores. Utilizava-se a pressão dos dedos, pequenas quantidades de erva queimadas e as agulhas nesses locais específicos. Eles criam um estímulo, que vai até o local que deve ser tratado.

Tal conhecimento é utilizado até hoje, mas com algumas sofisticações da modernidade. Os pontos são os mesmos, que podem ser estimulados também com agulhas ligadas a uma corrente elétrica, laser e ventosas, por exemplo.

Ayurveda: o corpo como um todo

Da China para a Índia, a ayurveda (do sânscrito, ciência da vida) é ainda anterior à acupuntura. Acredita-se que ela é a medicina mais antiga da qual se tem registro. Ela trata do corpo como um todo: se algo vai mal, o corpo padece. Assim, estresse, má alimentação, falta de exercícios físicos levam às doenças.

Isso pode parecer banal atualmente, mas quando esse conhecimento surgiu na Índia antiga, foi revolucionário. Os terapeutas ayurvedas não avaliam somente o sintoma que o paciente tem. Ele é visto na totalidade. Assim, para dores em partes específicas do corpo, o terapeuta avalia o estilo de vida, os sonhos, a alimentação, o humor, etc. Tudo isso é considerado.

Afinal, é por essas e outras que o corpo padece da falta de equilíbrio entre sentimentos e energias. E a medicina aiurvédica tem seus tratamentos especiais: alimentação adequada, yoga, meditação, técnicas respiratórias, fitoterapia e massagens entram na lista. Não à toa também faz parte das Terapias Integrativas e Complementares.

Fitoterapia e a ajuda das plantas

Vimos que a ayurveda usa a fitoterapia como parte do tratamento. A fitoterapia não é exclusividade dessa técnica: a força das plantas é conhecida por centenas de povos no decorrer dos séculos.

Do grego, fitoterapia significa tratamento pelos vegetais. Foi pela observação dos efeitos de determinadas plantas que esse conhecimento pôde ser transmitido ao longo dos anos. E não precisa ir muito longe: as avós já sabiam que um chá de camomila acalma os nervos. Como elas sabiam?

Esse conhecimento empírico (baseado em experiências) vem com séculos e séculos de observação. O que a fitoterapia fez foi estudar tais propriedades das plantas, elencar as substâncias ativas e ratificar o que já se sabia. Por outro lado, esse estudo profundo dos vegetais desmistificou o uso de outros vegetais para a cura de determinadas doenças.

Esse conhecimento é importante, porque o uso indiscriminado de plantas de forma medicinal oferece alguns riscos. Aí que entra a importância do profissional de Terapias Integrativas e Complementares. Ele sabe bem quais delas devem ser utilizadas, por quanto tempo e em qual quantidade.

Homeopatia e a cura pelo semelhante

Quando temos alergia a alguma substância, a medicina convencional trata com um antialérgico. Ou seja: combate uma reação do corpo com algo que seja contrário a ele. Já a homeopatia usa a mesma substância que causa a reação alérgica para tratar a própria alergia.

Pode não fazer sentido, mas faz, e muito. A ‘cura pelo semelhante’, o significado da homeopatia em grego, utiliza substâncias minerais, vegetais e animais para tratar doenças que vão de rinite alérgica à gripes e ansiedade.

Mas há outro detalhe importante. Diferente de pegar a bula de um remédio e ver que ele é indicado para alguma doença, é o profissional que avalia qual medicamento é mais indicado para cada pessoa. Assim, pacientes com sintomas semelhantes podem ser tratados com remédios diferentes.

Ela faz parte das Terapias Integrativas e Complementares justamente porque a homeopatia trata o corpo como um todo. Ela tanto vai à causa das doenças quanto atua no suporte a outras terapias tradicionais.

Hipnoterapia e o autoconhecimento

A hipnose é uma técnica que traz o paciente para um estado de atenção muito focado em algo ou alguma atividade, e reduz a consciência ao redor. A imagem clássica do terapeuta balançando um relógio na frente do paciente é até verdadeira, mas não se limita a isso. Hypnos era o deus grego do sono, e não à toa a hipnose leva esse nome.

Os profissionais em Terapias Integrativas e Complementares conseguem induzir, através de técnicas especiais, um estado mental similar ao sono. Mas o paciente fica acordado, e consciente. Por que isso acontece?

Foi a hipnoterapia que levou o médico austríaco Sigmund Freud a desenvolver a psicanálise. Por meio desse estado de consciência, suas pacientes conseguiam relatar acontecimentos que estavam no inconsciente, inacessível por conversas normais. Assim, ao ter contato com seus traumas e histórias perturbadoras, Freud conseguia entender as razões de determinados comportamentos.

Hoje essa terapia ajuda a tratar com sucesso fobias, ansiedade, insônia, angústia, dores crônicas e depressão. Complementa, muitas vezes, o tratamento com medicamentos.

Meditação e o foco no agora

A origem da meditação é antiga e aparece de forma independente em alguns povos. Mas o propósito é parecido: trazer a mente para a concentração em um ponto ou em algo em particular. Atividade que pode parecer difícil nos dias atuais, quando somos bombardeados por estímulos o tempo todo.

Aliás, é por isso que a meditação é hoje ainda mais eficaz e importante. É aquele momento de silêncio, em contato com você mesmo, prestando atenção a uma música, aos movimentos do corpo, ou à respiração.

Ao conseguir se desligar do mundo exterior, a mente consegue focar a atenção naquilo que precisa, e descansa o corpo também. As técnicas e os efeitos variam, mas de forma geral, os pacientes procuram a meditação para aumentar sua concentração nas atividades que interessam.

Por exemplo, se você não consegue focar em uma atividade no seu trabalho e se distrai com facilidade, a meditação te traz ao centro. Ela também consegue proporcionar momentos de tranquilidade e diminuição do estresse. Sabe-se que períodos longos sob pressão fazem mal ao corpo, com o aumento do risco de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e hipertensão, além de dificuldade para dormir.

Por isso, a meditação faz parte da lista das Terapias Integrativas e Complementares. Ela vem ao encontro do tratamento tradicional de uma série de problemas psíquicos, como ansiedade, depressão e falta de vigor físico.

Cromoterapia e a ajuda das cores

O mundo está repleto delas, que trazem vida ao nosso dia a dia. Flores, animais, o céu, as roupas, a comida: tudo tem cores envolvidas. A cromoterapia as usa com um auxílio no tratamento de doenças, mas é importante entender como as cores funcionam.

A cor é o reflexo da luz sobre uma superfície. Dessa forma, uma blusa é vermelha porque ela absorve todas as cores, mas reflete a vermelha. Uma mesa azul reflete a cor azul, e assim vai. A cor preta é quando todas as cores são absorvidas, e a branca, quando todas são refletidas. Esse conceito é importante, porque cada cor tem uma frequência específica. E são elas que fazem a diferença na cromoterapia.

Há basicamente dois tipos de cores, as quentes (vermelho, amarelo e laranja) e frias (azul, verde e violeta). Elas têm indicações específicas nos tratamentos. O paciente fica em uma sala que recebe uma luz especial, conforme o que se quer tratar. A vermelha, por exemplo, estimula o sistema nervoso. Já a azul traz mais calma. O terapeuta elenca as cores segundo o que precisa ser tratado.

Assim, todo o corpo é beneficiado, e esse tratamento faz parte das Terapias Integrativas e Complementares porque pode ser associado a outros.

Osteopatia e os ossos, e articulações em dia

Comparada com as terapias milenares, a osteopatia é relativamente recente: surgiu no final do século XIX. Mas a finalidade, de trazer bem-estar ao corpo, se alinha com as técnicas mais antigas. Os profissionais manipulam membros, articulações, músculos e tendões, por exemplo, para trazer harmonia para o corpo.

Sendo assim, ela é parte da lista das Terapias Integrativas e Complementares, já que a osteopatia considera o corpo todo. Dessa forma, ela não apenas trata uma dor nas costas com uma ação localizada. O profissional avalia a pessoa na totalidade e elenca as melhores técnicas para aquele paciente.

Além da dor nas costas que citamos como exemplo, a osteopatia é indicada para tratamento de tendinites, problemas na articulação da mandíbula, no nervo ciático, na coluna como um todo e até torcicolos.

Outras Terapias Integrativas e Complementares

Como dissemos lá atrás, o SUS disponibiliza 29 delas. Há a apiterapia, que usa produtos feitos pelas abelhas (como o mel, geleia real, própolis e cera). A arteterapia se baseia na comunicação do paciente através de expressões artísticas, como pinturas, esculturas, canto, expressão corporal e dança.

A geoterapia usa os elementos da terra, como argila, barro e lama medicinal, bem como cristais e pedras, como auxiliar no tratamento. A musicoterapia tem a música como ‘remédio’: ritmos específicos tratam de problemas específicos. O reiki funciona com a imposição das mãos em pontos específicos do corpo, para reequilíbrio do seu funcionamento.

A terapia por florais é um pouco diferente da fitoterapia. Extratos de determinadas flores são usados no tratamento de várias doenças. O yoga usa exercícios, práticas de respiração e meditação para trazer leveza, flexibilidade e força ao corpo. A reflexoterapia é feita nos pés, orelhas e mãos, com movimentos precisos de pressão e massagem, para estimular pontos do corpo.

O curso de Terapias Integrativas e Complementares

Tudo isso que você viu até agora foi uma amostra do que o aluno terá contato nessa formação na modalidade superior tecnológica. O curso tem duração de dois a três anos, e traz um panorama completo das Terapias Integrativas e Complementares oferecidas pelo SUS. Mas não fica só nisso.

Como o aluno tem um contato bastante próximo com o paciente, uma das disciplinas é justamente a de Anatomia. Ele precisa conhecer como o corpo é por dentro, para saber a melhor forma de atuar para equilibrar a saúde física e mental.

Aulas de Fisiologia entram na lista, afinal, conhecer como o corpo funciona faz parte do tratamento. Disciplinas que englobam Bioética e Responsabilidade Civil fazem parte do currículo, e não é para menos. O profissional de Terapias Integrativas e Complementares cuidará de vidas, e ele precisa saber até que ponto ele poderá atuar nos tratamentos complementares.

Os alunos também têm aulas de Administração, Marketing e Comunicação, para fornecer uma base na hora de empreender seu próprio negócio. Projetos que integram várias disciplinas colocam à prova o que os estudantes aprenderam, bem como trazem na prática o conhecimento da teoria.

Especializações após formado

O campo de atuação do profissional é muito extenso. Embora o aluno tenha aulas sobre as diversas Terapias Integrativas e Complementares, ele pode se especializar em uma ou várias, a depender da sua afinidade.

Assim, ele pode voltar aos bancos escolares após formado e encarar um curso específico de acupuntura, ou hipnoterapia, ou ayurveda. Essas formações adicionais são importantes, e procuradas por clínicas de saúde ou no SUS. Isso traz mais segurança ao profissional, que pode aprofundar o que aprendeu e utilizar mais técnicas no seu dia a dia.

O aluno pode também partir para cursos na área de empreendedorismo e comunicação, para trabalhar na parte de divulgação das terapias ou da clínica. Isso ajuda na administração da empresa, visto que um profissional qualificado sabe quais são as terapias. Com isso, ele saberá as melhores formas de se comunicar e mostrar à comunidade a importância de tais tratamentos.

Mercado de trabalho para as Terapias Integrativas e Complementares

Como dissemos há pouco, o profissional pode atuar em clínicas de saúde. Ele vai trabalhar em conjunto com especialistas de outras áreas e demais terapias. Assim, o aluno pode escolher atuar em Cromoterapia, por exemplo, com o colega que faz acupuntura. Essa reunião de várias terapias traz vantagens ao tratamento do paciente, que consegue abordar a doença ou problema de saúde de forma mais abrangente.

Seguindo essa mesma linha, o profissional pode atuar em hospitais, da rede privada ou pública. O Brasil é um dos exemplos mundiais nesse ponto: o SUS oferece 29 tipos de Terapias Integrativas e Complementares no seu sistema. Assim, pacientes que já fazem tratamento médico nos postos de saúde podem se beneficiar dessas terapias complementares.

O profissional pode também empreender e ter sua própria clínica, trabalhando por conta própria ou administrando um grupo de terapeutas. Por ter a formação completa na área, ele sabe como se comunicar com os especialistas, pacientes e como divulgar melhor o trabalho.

Também pode se especializar em uma ou mais terapias, como já falamos. As Terapias Integrativas e Complementares se beneficiam do estudo contínuo, para trazer inovações, novas tecnologias e técnicas. Tudo isso se agrega ao conhecimento milenar de algumas delas, para tornar o tratamento mais eficaz, completo e saudável para o paciente.

 

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