Escolher uma carreira com base nas ofertas de emprego é uma opção, mas, definir a profissão depende muito da área com mais demandas por trabalho. Por outro lado, essa busca pode ajudá-lo a descobrir seu talento.
Muitos jovens ficam em dúvida na hora de escolher o curso quando se candidatam para o vestibular. São tantas carreiras, modalidades de aulas, tempo de curso, que ficar confuso é normal. Mas, não precisa ficar ansioso, caso você esteja com dificuldade de escolher a carreira. Vamos por partes.
Temos a tendência de nos comparar com amigos, parentes e colegas de sala quando vemos que eles já sabem o que querem fazer. Porém, cada um tem uma vivência diferente, e não é porque seu amigo vai fazer o curso X que esse é o mais indicado para você também.
Antes de continuar essa conversa, veremos uma diferença importante que irá clarear um pouco suas dúvidas nebulosas com relação ao curso. Afinal, qual é a diferença entre profissão e carreira?
O que você verá neste artigo:
O curso da faculdade x A escolha da vida
Os termos são parecidos, e muitas vezes usados como sinônimos, mas, não o são. A profissão é o que o curso superior nos habilita. Assim, temos a formação em Engenharia, Medicina, Psicologia, a lista é extensa.
Assim, quando concluímos o curso, podemos atuar na área de formação. O engenheiro poderá solicitar o registro junto ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea). O médico precisará se registrar no Conselho Regional de Medicina (Cremesp), e assim por diante.
Mas, isso não significa que o engenheiro deve necessariamente trabalhar na engenharia. Ele pode usar os conhecimentos adquiridos na faculdade para desenvolver projetos especiais, ou trabalhar como diretor de empresas. As áreas variam bastante.
Profissão é para a vida toda?
Não. Nossa vida é uma constante mudança. Somos afetados por acontecimentos que nos marcam, e esses podem nos fazer repensar opiniões, pontos de vista, estilos de vida e até a profissão.
Essa ideia é importante porque o jovem em dúvida também se questiona se, uma vez graduado, terá de seguir essa profissão pelo resto da vida. Não é uma imposição. Mesmo se você já decidiu o que quer estudar, isso não significa seguir uma carreira duradoura ou um destino.
Devemos perceber quando não nos sentimos bem em nossa área de atuação, e decidir mudar quando nos sentirmos preparados. Assim, não se preocupe com esse ponto na hora de escolher o curso.
Do que você gosta ou com o que tem mais afinidade?
Essa é outra pergunta-chave que os jovens podem se fazer nessas horas de dúvida. Um ponto de partida é ver de quais disciplinas você gosta mais na escola. Isso fará diferença.
Afinal, quando gostamos mais de Português ou de Matemática, por exemplo, procuramos mais informações a respeito. Pode ser que o estudante até decida pela carreira didática, lecionando no ensino básico e médio. Mas, ele pode se enveredar por alguma área de Exatas, por conta da Matemática, como outro ponto de partida.
Mas as influências não ficam somente nos bancos da escola. O aluno em dúvida pode se inspirar em seu dia a dia. Assim, pode acompanhar o trabalho de seus pais, parentes, amigos e até vizinhos e conhecer as suas rotinas profissionais.
Ver as vagas de emprego pode ajudar na escolha da profissão?
Pode, sim, mas é necessário ter um pouco de cuidado. Há épocas em que profissionais de determinadas áreas são mais requisitados do que outras. Isso causa uma falsa impressão de que essa profissão estará em alta por mais tempo. Como o tempo de graduação varia bastante, é importante acompanhar essa área para verificar se a demanda por profissionais ainda estará alta até você concluir o curso.
Por outro lado, essa busca por vagas pode te estimular na pesquisa por campos de atuação. Uma área em especial pode te atrair, e não é porque ela está em alta, mas, sim, porque algo chamou a atenção.
Contudo, há carreiras que já vêm em expansão e não é de hoje. As que são voltadas para a tecnologia da informação são um exemplo. E todas as profissões que envolvem comunicação, em geral, vão precisar de profissionais por muitos anos ainda.
Testes vocacionais podem ser um guia
Há instituições de ensino superior que oferecem testes vocacionais gratuitamente. Esses testes podem ser a luz no fim do túnel para quem tem muitas dúvidas sobre qual área seguir. Os testes são feitos com psicólogos, que conversam com os alunos e aplicam provas escritas.
Os resultados podem surpreender, visto que você vai descobrir habilidades que até então não conhecia, ou não dava tanta importância. Vale lembrar que testes vocacionais podem ser feitos durante a vida toda.
Como já falamos lá atrás, não devemos seguir uma profissão só porque nos graduamos nela. A vida nos mostra outras oportunidades, e podemos descobrir novos gostos. Profissionais de mais de 40 anos, por exemplo, podem se beneficiar de mudanças de curso, caso sintam necessidade.
Trocar de curso no meio da graduação
Outro medo dos jovens em dúvida é se arrepender de ter escolhido um curso depois de já tê-lo iniciado. Isso não deve ser um receio, e acontece com mais frequência do que se imagina. Mesmo quando temos uma ideia bastante fixa a respeito de uma profissão, podemos nos decepcionar. E isso é normal.
Não se deve insistir no curso caso aquela admiração pela carreira não exista mais. Afinal, você não assistirá às aulas com o mesmo entusiasmo, o ensino não será interessante e você sentirá que está desperdiçando seu tempo.
Assim, se notar que o curso não é o que você esperava, converse com os colegas, da sua sala ou de outras formações acadêmicas, com professores e orientadores pedagógicos. Vale conversar também com pais, amigos, profissionais de outras áreas e ler a respeito. Quanto mais informações, melhor.
Isso não significa que o aprendizado anterior não será utilizado. Conhecimento nunca é demais e não ocupa espaço. Pode até ser que essas matérias sejam utilizadas na nova carreira, por exemplo. Elas acabam sendo uma complementação para seguir na nova profissão e, quem sabe, para um novo estilo de vida. Mantenha a mente aberta para as oportunidades que a profissão mais adequada para você aparecerá!