As dificuldades de um médico do SUS podem ser maiores do que para outros profissionais. Afinal, todos sabem dos problemas que esse sistema possui, e a luta começa desde a faculdade.
Medicina não é um curso fácil, mas as diferenças começam a aparecer quando você decide que quer trabalhar no SUS. Então, descubra quais serão os desafios a enfrentar.
O que você verá neste artigo:
Médico do SUS: O que é?
SUS é a sigla para Sistema Único de Saúde. Ele começou em 1988 e oferece aos brasileiros acesso à saúde de graça. Sendo assim, um sistema elogiado no mundo todo.
São mais de 190 milhões de pessoas que o utilizam. Além disso, por ano, são feitos 2,8 bilhões de atendimentos. Os serviços feitos pelo médico do SUS englobam desde os mais simples até os sérios.
Por exemplo, podem ser procedimentos ambulatoriais ou transplante de órgãos. No entanto, o SUS não faz apenas consultas e cirurgias. Também é responsável por campanhas de vacinação e da vigilância sanitária.
É comum pensar que o Sistema Único de Saúde é ruim. Entretanto, ele tem muitos benefícios, como:
- Maior sistema de saúde pública do mundo;
- É um direito da constituição;
- Leva saúde para locais pobres;
- Medicamentos gratuitos.
Como se tornar um médico do SUS?
Para trabalhar no SUS é preciso fazer concurso público. Então, as inscrições são feitas em um site, que informa os documentos necessários.
O médico do SUS pode atuar em muitos locais diferentes. Por exemplo, em hospitais, postos de saúde, entre outros. Além disso, é claro que outros profissionais da saúde também podem fazer o concurso.
Em geral, os cargos também são dos mais variados. Sendo assim, você pode trabalhar em outras áreas do SUS. Por exemplo, há setores de fiscalização, ensino e pesquisa.
Vale ressaltar que o concurso público é apenas uma das fases. Além disso, depois virão a avaliação do seu currículo e algumas entrevistas. Então, prepare-se.
O instituto SIMERS fez uma pesquisa com os médicos jovens. Segundo ela, 40,1% deles, de até 35 anos, trabalham no SUS. Além disso, caso os salários e condições fossem iguais às do setor privado, 58,2% escolheriam trabalhar no setor público.
Residência para ser um médico do SUS
Fazer uma residência no Sistema Único de Saúde pode ser uma das melhores opções. Afinal, tem diversas áreas com as quais o médico do SUS pode ter contato.
A residência costuma ser feita em hospitais e centros médicos. Afinal, é necessária supervisão de profissionais aptos, e a maioria se encontra nesses locais.
Funciona igual aos lugares que são privados. Sendo assim, a carga horária, bolsa e o trabalho são iguais. Além disso, o valor fica em cerca de R$ 3 mil por 60 horas semanais.
A diferença é que o residente do SUS está associado à Secretaria de saúde. Portanto, depende do local em que ele está fazendo a residência.
Médico do SUS: desafios
Muitos dos desafios são relacionados à política e economia do Brasil. Aliás, a pandemia do coronavírus evidenciou este problema.
Há menos recursos dados ao SUS por conta da economia. Por isso, o médico do SUS não consegue atender aos pacientes do jeito que desejaria. Entretanto, eles sempre tentam fazer o melhor possível.
A infraestrutura também pode não ser das melhores. Por isso, até mesmo ter acesso a equipamentos de qualidade é difícil. Ou seja, fica mais complicado trabalhar no SUS.
Com todos esses problemas, os pacientes podem acabar ficando impacientes. Então, cabe ao médico e outros profissionais da saúde lidar com o nervosismo. Sendo assim, é necessário ter habilidade para lidar com esse tipo de emoção.
Para completar, o dinheiro que recebem é menor do que em hospitais privados. Sendo assim, uma das formas encontradas para ganhar mais é fazendo mais plantões.
Médico do SUS: Problemas do sistema
A pessoa que quer se tornar um médico do SUS pode enfrentar diversos problemas. Entretanto, a maioria deles está ligada à falta de apoio do governo. Portanto, veja a seguir os principais.
Falta de verba
Em 2019 foi feita uma pesquisa que mostra que apenas 4% do PIB é usado na saúde. No entanto, a média mundial fica em torno de 11%. Além disso, em 2017 o governo cortou quase R$ 42 bilhões com gastos públicos. Aliás, parte desse dinheiro era usado no SUS.
Tecnologia
Há pouco investimento na saúde pública. Logo, a tecnologia não pode ser das melhores. Então, apenas hospitais privados conseguem comprar. Vale ressaltar que contar com inovação de qualidade melhoraria muito a rotina do médico do SUS.
Fila de espera
Essa é uma das maiores reclamações quando é falado sobre o SUS. Além disso, é tratado também sobre a superlotação dos hospitais. Por causa disso, o atendimento costuma não acabar nunca. Desse jeito, os profissionais da saúde acabam exaustos e estressados.
Falta de profissionais
Medicina é um curso muito concorrido. No entanto, poucos dos alunos formados decidem seguir carreira na saúde pública. A má distribuição de médicos também é um problema. Alguns deles vão trabalhar em locais que não precisam dos serviços. Por exemplo, em capitais.
Vale à pena ser médico do SUS?
Depois de tudo isso fica a dúvida se vale à pena ou não trabalhar no SUS. Entretanto, ser médico do SUS tem um impacto importante na carreira.
O profissional também pode atuar no SUS ou por conta própria. Então, não existe um contrato de exclusividade. Além disso, há alguns direitos garantidos, como um recesso anual.
Trabalhar no SUS também significa ter contato com áreas diferentes. Afinal, o médico trabalha com outros profissionais. Portanto, acaba sendo ótimo para quem quer fazer residência.
Não é fácil trabalhar em um sistema que sofre com problemas políticos e econômicos. Por isso, as pessoas costumam considerar os trabalhadores da saúde que ficam no SUS como heróis.
A felicidade do médico do SUS está em ajudar a população que precisa. Afinal, é o local em que mais se precisa de atendimento. Além disso, escolher trabalhar no SUS também ajuda o sistema melhorar.
Viva o SUS
Por causa dos problemas, muitas pessoas acham que o SUS não é bom. Ainda mais, acham que é preciso acabar com ele. Entretanto, são diversos os benefícios oferecidos.
O sistema gratuito de saúde é elogiado em diversos países, inclusive em locais que são chamados de “primeiro mundo”. O Brasil, no entanto, é um dos únicos que têm esse programa.
Mesmo sendo gratuito, ele oferece serviços complexos e que poderiam ser muito caros. Um médico do SUS pode fazer, por exemplo, transplante de órgãos. Além disso, tem o maior programa de vacinações do mundo.
Por causa disso, é importante defender o sistema. Acabar com ele trará problemas, principalmente para os mais pobres.
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