A Covid-19 mudou nossas vidas. Dá até para dizer que existia vida pré-Covid e pós-Covid. Mudou a forma de se relacionar com as pessoas, o tipo de trabalho, os protocolos sanitários, e a Medicina. Ela foi e continua sendo uma das áreas mais requisitadas da atualidade. Seja por conta do atendimento ao público doente, seja no desenvolvimento de novas técnicas, vacinas e remédios. Mas como a Medicina mudou com a Covid-19?
Dá para começar com a telemedicina. Essa área estava em desenvolvimento e ainda em teste no Brasil. Muita gente não via eficácia em uma consulta à distância. Mas, com a pandemia, e o isolamento social imposto no período mais agudo, sair de casa não era uma opção. Ir a médicos era arriscado. Então, para quem já fazia tratamentos de longo prazo, como fazer?
O que você verá neste artigo:
Medicina a distância
É aqui que a telemedicina teve aquele empurrão para se desenvolver de maneira exponencial. Convênios médicos passaram a oferecer a possibilidade de consultas médicas e psicológicas. Afinal, o mundo não pode parar com uma doença transmitida pelo ar. Assim, os humanos precisaram se reinventar. E a telemedicina foi uma das áreas que mais se desenvolveu.
Não é em todos os casos que o médico à distância funciona. Há situações que o profissional precisa examinar o paciente com cuidado e com o equipamento necessário. Assim, as consultas presenciais ainda serão muito importantes. Mas, quando o paciente faz acompanhamento médico e não tem nenhum sintoma extraordinário, ele passa em consulta online com o médico, que pode ter acesso a exames feitos por ele. Assim, ele pode tomar as devidas providências.
E a medicação? Como vou à farmácia com a prescrição médica? Até aí a Medicina à distância se adaptou. Aplicativos foram desenvolvidos para que o médico possa enviar ao paciente o link da receita médica que ele precisará comprar. Basta apresentar na farmácia o QR code ou código de barras que o remédio está disponível. Mas nem para todos os casos. Há determinados tipos de prescrição médica que precisa ser retirada de forma presencial.
Desenvolvimento de vacinas
Esse talvez seja o maior legado da Covid-19. Como é uma doença transmitida pelo ar, é muito contagiosa e pega justamente no que os humanos têm: a reunião de pessoas. Pessoas falam, e soltam gotículas de saliva no ar. Uma pessoa contaminada consegue facilmente transmitir o vírus para outras. Como remédios ainda não estavam à disposição, as vacinas seriam a forma mais eficaz de proteger a população.
Mas havia um problema: o desenvolvimento de vacinas costuma levar anos, da mesma forma que o dos remédios. Como o tempo não estava a nosso favor, indústrias farmacêuticas, com seus médicos e pesquisadores, se debruçaram em métodos já existentes para desenvolver um imunizante em tempo recorde. E foi o que aconteceu. Em menos de um ano, as primeiras vacinas começaram a ser aplicadas contra a Covid-19.
Embora todas tenham sido testadas dentro dos padrões científicos, ainda havia – e há – um certo ceticismo por parte de algumas pessoas. Elas não acreditam que uma vacina produzida em tão pouco tempo possa ser eficaz. As evidências mostram o contrário: nos países onde a vacinação está avançando, o número de casos de Covid-19, bem como o de mortes, vem caindo.
Observação de sintomas incomuns
Os médicos de UTI passaram a observar alguns sintomas estranhos de pessoas internadas em UTIs com Covid-19. Um deles foi o arroxeamento das extremidades, como mãos e pés. Isso é perigosíssimo, visto que é um indicativo de gangrena, o que pode levar à amputação dos membros. Médicos intensivistas notaram que, ao aplicar anticoagulantes, a cor da pele voltava ao normal – e a respiração também.
Isso é um belo de um indicativo de tratamento. Cientistas começaram a analisar os pulmões de pacientes mortos por Covid-19 e notaram que havia uma grande quantidade de trombos, como são chamados os coágulos sanguíneos, nas microveias e artérias pulmonares. Esse é um dos motivos pelos quais os pacientes não conseguiam respirar.
Com a aplicação do anticoagulante em ambiente hospitalar nestes casos, muitas vidas foram salvas. Isso é um começo. Mas não é qualquer anticoagulante não, é um remédio que só é aplicado por médicos, em casos mais graves.
Perda de olfato
Logo no começo da pandemia da Covid-19, os doentes relatavam um sintoma repentino, o da perda do olfato e do paladar. E essa perda era por meses a fio – há casos de até mais de um ano. Os médicos descobriram que o corona vírus afetava o nervo olfatório de uma tal forma que ele ficava bloqueado de enviar os sinais de cheiro e sabor ao cérebro. Assim, o paciente não conseguia sentir cheiro ou gosto de nada.
Os médicos e fisioterapeutas precisavam contornar essa situação, já que a perda de um sentido tão importante para as pessoas estava levando-as à depressão. Assim surgiu a fisioterapia olfativa. Sessões com especialistas ‘treinam’ as pessoas a voltar a sentir cheiros novamente. A Medicina explica: o cérebro arranja outras formas de desbloquear esse nervo por meio de treino. E consegue.
Como a Medicina se desenvolve?
Os médicos precisam estar sempre atualizados com as descobertas da ciência. Seja novos medicamentos, ou técnicas, ou até mesmo novas doenças, o médico não termina a faculdade com a sensação de ‘sei tudo’. Ele vai aprender muito no dia a dia com os pacientes. Doenças como a Covid-19 são uma oportunidade para que a ciência – e a Medicina – se desenvolva de forma exponencial, com novos tratamentos e vacinas.
Assim, o aluno de Medicina, ainda na faculdade, precisa ficar de olho no que a ciência descobre. As aulas são fundamentais para se ter o conhecimento básico de como funciona o corpo humano. Mas até mesmo doenças como a Covid-19 e outras colocam parte desse conhecimento em xeque. É dessa forma que novos medicamentos surgem, ou a associação de sintomas até então comuns são um sinal de alerta.
Portanto, mesmo ainda na graduação, o estudante deve acompanhar o desenvolvimento da Medicina, ainda mais se ele já sabe a área na qual quer atuar no futuro. Isso o ajuda a sair na frente e se tornar um excelente profissional.