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A Enfermagem e Covid-19: novos conhecimentos

A Enfermagem passou por um turbilhão em 2020, quando de repente centenas de pacientes começaram a chegar aos hospitais com tosse, falta de ar e fadiga. A pandemia da Covid-19 chegou de uma vez, pegando profissionais da saúde de surpresa, e os da Enfermagem foram um dos mais afetados. Afinal, eles lidam com pacientes e familiares o tempo todo.

Dessa forma, como lidar com pais e parentes ansiosos, aguardando notícias dos pacientes internados em UTIs? Era uma época em que tudo era novo, o desconhecido era o leão a ser enfrentado por dia e as informações chegavam a conta-gotas. Os profissionais da Enfermagem passaram por períodos de exaustão, muito trabalho, falta de informação – e também de um grande aprendizado.

Proteção acima de tudo

Antes de mais nada, primeiro deve-se cuidar do socorrista. Assim, os profissionais da área da saúde, como os enfermeiros, precisavam redobrar os cuidados na hora de atender pacientes com Covid-19. Isso significava usar luvas, máscaras, toucas, óculos de proteção, escudos faciais e roupas especiais. Assim, roupas que eram usadas em casos específicos, como infecções bacterianas, se tornaram rotina.

Não somente os enfermeiros tinham que se vestir dessa forma. Até os soldados do exército usaram uma vestimenta que se assemelhava a roupa de mergulho. Isso acontecia nas ocasiões nas quais eles desinfetavam áreas de grande movimentação. Tudo para evitar o contágio pelo coronavírus.

Nas UTIs, era muito comum ver enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos usando todo o aparato necessário para evitar contaminação. Afinal, todo cuidado ainda era pouco. Não havia vacinas e remédios eram usados somente para tratar sintomas. A Enfermagem passou a ser responsável pela observação da evolução dos pacientes para municiar os médicos sobre o andamento da doença.

Enfermagem e educação

Como os enfermeiros são os que têm contato com os familiares do paciente de forma mais intensa, são eles quem devem informá-los sobre as formas de contágio. Assim, estes profissionais precisaram aprender como funciona o ciclo do coronavirus para poder orientar a população. Mesmo depois que o paciente tem alta, os cuidados ainda se mantêm.

Importante notar que os profissionais da Enfermagem se doaram muito no período mais agudo da pandemia. Mesmo com todos os cuidados, muitos acabaram adoentados, e os que estavam bem precisaram repor aqueles que estavam afastados. Ver pacientes doentes já não é fácil, mas ver colegas de trabalho sofrendo com a mesma doença ainda é bem mais assustador.

Enfermeiros e demais profissionais da saúde, com essa sobrecarga de trabalho, ganharam resiliência. Sabe quando uma mola se estica muito e depois volta para seu estado original? É mais ou menos isso que a resiliência mostra. Enfermeiros precisaram ganhar resiliência para poder enfrentar o dia a dia corrido em um período tão sombrio.

Segurança no trabalho

Aqui entra outro lado do trabalho da Enfermagem. Falamos da parte de segurança individual e da educação da população. Os enfermeiros também foram protagonistas na orientação dos funcionários do setor de limpeza. Afinal, era essencial que os leitos fossem extremamente bem desinfetados para que outro paciente pudesse utilizá-lo. Assim, o uso de novas substâncias e o maior cuidado na hora de realizar a limpeza vieram das orientações dos enfermeiros.

Isso se estende também à rouparia: roupas e lençóis usados por pacientes contaminados merecem uma atenção extremamente especial. Por mais que o coronavírus se espalhe pelo ar, gotículas de saliva podem ficar impregnadas nos tecidos e, assim, desinfetá-los é obrigatório. O setor de lavanderia também ganhou uma atenção extra.

Enfermagem e observação

Com a evolução dos sintomas, e também do próprio vírus, o enfermeiro passou a notar que algumas coisas eram diferentes. Sinais como arroxeamento dos dedos, perda de olfato, descamação da pele dos pés, por exemplo, apareciam em pacientes com Covid-19. Como os profissionais da Enfermagem têm um contato mais direto com os pacientes, eles passaram a fazer essas observações e associações.

Por conta dessa observação atenta, os médicos puderam identificar outros sintomas além dos que já eram conhecidos da Covid-19. Com a ajuda dos enfermeiros, os médicos puderam associar a Covid-19 a pacientes que, até então, não apresentavam sintomas da doença. E também desenvolver tratamentos em casos mais graves.

Triagem rápida

Quando se chega a um pronto-socorro, os enfermeiros fazem a primeira abordagem. Na observação dos sintomas mais comuns de coronavírus, eles ajudaram a criar uma espécie de cartilha para orientar os demais profissionais. Essa cartilha continha os principais sintomas da doença, como abordá-los, como se proteger de contaminação e como atendê-los. Isso facilitou demais o trabalho dos enfermeiros, que puderam separar os infectados pela Covid-19 dos que não estavam doentes.

Em uma pandemia, isso é uma ferramenta e tanto. Não se pode misturar pacientes infectados com não-infectados, para não correr o risco de espalhar ainda mais a doença. Em muitos locais, o atendimento a casos suspeitos de Covid-19 era feito em tendas instaladas do lado de fora. Isso facilita a ventilação e diminui o risco de contaminação. Ponto para a Enfermagem.

Enfermagem e atendimento especializado

Outro cuidado que enfermeiros precisaram – e ainda precisam ter – é com pacientes com condições especiais. Neste caso incluem idosos, portadores de diabetes, quem é transplantado ou faz tratamento para câncer. Eles correm muito mais riscos de serem infectados e desenvolver as formas mais graves da Covid-19.

Nessas ocasiões, são pacientes que demandam uma certa prioridade de atendimento. São os enfermeiros que desenvolvem protocolos de atendimento para que eles possam ser recebidos e tratados da forma mais eficaz. Isso tudo sem prejudicar o atendimento dos demais pacientes.

Os desafios da Enfermagem na Covid-19

Não foram poucos os desafios, mas este período intenso foi fundamental para aprimorar suas habilidades. Com a chegada das vacinas, a Enfermagem ganhou uma tarefa adicional: o de informar à população os benefícios da vacina. Tanto é assim que a primeira pessoa a tomar a vacina em solo brasileiro foi uma enfermeira, a Monica Calazans, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.

Os cuidados passaram a ser redobrados, os conhecimentos foram aprimorados e muito se aprendeu – e aprende – com a pandemia da Covid-19. Muito se deve aos enfermeiros pelo trabalho árduo nesse período tão difícil pelo qual a humanidade está passando.

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