Estudar fora do país por um determinado período recebendo auxílio financeiro ainda é realidade para estudantes no Brasil. Estamos falando de alunos de graduação ou pós-graduação que recebem bolsas de programas de mobilidade acadêmica internacional.
Nesse texto, indicaremos quando participar de um intercâmbio estudantil é possível. Em primeiro lugar, vamos conhecer as regras atuais. Depois, os programas existentes para escolher para qual se aplicar. Se tiver outras dúvidas, vale a pena ler sobre o que é intercâmbio e quais são as vantagens.
O que você verá neste artigo:
O programa “Ciência sem Fronteiras” acabou?
Vamos começar falando do Ciência sem Fronteiras. Em 2015, o programa Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal, divulgou uma avaliação preliminar com o balanço das bolsas ofertadas. Desde a sua criação, foram ofertadas 101.446 bolsas, sendo 78% destinadas à graduação.
Os principais destinos dos bolsistas pelo mundo foram os Estados Unidos (32,7 mil bolsas) e Reino Unido (11,4 mil), seguidos por Canadá (8 mil), França (7,7 mil) e Austrália (7,5 mil). A engenharia e áreas da saúde foram as mais beneficiadas.
Apesar disso, em 2017, o Governo Federal descontinuou as atividades do programa. Desde então, a mobilidade acadêmica internacional passou a ser oferecida por editais específicos.
Principais destinos dos estudantes de intercâmbio
De acordo com a Pesquisa Selo Belta 2018, o Canadá é o destino preferido dos brasileiros para fazer intercâmbio, seguido por Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Irlanda.
Outra pesquisa, dessa vez divulgada pela Global Vista, também coloca Canadá e Estados Unidos no topo da lista, seguidos por Inglaterra, Austrália, Irlanda, Argentina, Nova Zelândia, Espanha, Chile e África do Sul.
Situação do intercâmbio na pandemia
A pandemia da Covid-19 impactou diretamente na oferta de bolsas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Isso aconteceu porque, preocupada com a segurança dos alunos, a entidade suspendeu temporariamente as mobilidades acadêmicas internacionais. Consequentemente, apenas alunos que já haviam viajado continuaram recebendo os auxílios.
Em fevereiro de 2021, depois de a Capes listar as perspectivas para 2021, o presidente da entidade chegou a anunciar a retomada dos programas em setembro do mesmo ano.
O que é mobilidade acadêmica internacional?
Antes de tudo, a mobilidade acadêmica internacional nada mais é do que o intercâmbio de estudos. Ou seja, estamos falando de um programa que ajuda os estudantes da graduação a enriquecer seu currículo ao estudar no exterior.
Existem vários programas que funcionam de modo parecido.
- o matriculado em uma universidade pode estudar em outra faculdade estrangeira;
- o tempo de permanência é geralmente de um período;
- as disciplinas podem ser reaproveitadas;
- estudantes de universidades estrangeiras também podem estudar no Brasil.
Para isso, em primeiro lugar, é preciso consultar o setor de internacionalização da instituição de ensino.
Em segundo lugar, o aluno pode consultar se há convênios de cooperação de mobilidade acadêmica disponíveis para o seu curso de graduação. Então, enfim, basta escolher o país e conferir os trâmites.
Conheça as vantagens de se fazer intercâmbio
Essa modalidade é fundamental para quem deseja aperfeiçoar o currículo. Listamos abaixo algumas dessas vantagens:
- Conhecer outra cultura;
- Fluência em idioma estrangeiro;
- Desenvolver novas habilidades;
- Obter desenvoltura
- Conquista de autonomia;
- Conquistar a autoconfiança;
- Promoção de networking;
- Maior flexibilidade;
- Aprender a resolver problemas.
O intercâmbio vai atrasar minha formatura?
A participação de um aluno em um programa de mobilidade acadêmica não é motivo para atrasar a conclusão do curso. Muito pelo contrário.
Segundo levantamento realizado por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Economia da PUC-RS, o intercâmbio é um fator que pode evitar o trancamento.
Além disso, a taxa de conclusão para os intercâmbistas (12.58) é muito próxima da apresentada pelos não intercâmbistas (14.45).
Em algumas situações, um intercâmbio pode até adiantar a formatura. Isso pode acontecer caso seja possível usar as horas de formação para validar as atividades extracurriculares exigidas pela faculdade de origem.
Quais os pré-requisitos para obter uma bolsa?
Os programas de bolsa são oferecidos atualmente diretamente pelas instituições de ensino. Para concorrer a uma das bolsas, vale ressaltar, é necessário cumprir alguns pré-requisitos.
Em primeiro lugar, é importante conhecer algumas das exigências dos programas em vigor no Brasil atualmente.
- Estar regularmente matriculado em atividades presenciais;
- Ter menos de 30 anos de idade
- Ter completado ao menos 40% dos créditos obrigatórios previstos do curso;
- Apresentar planos de estudos para análise;
- Escolher uma universidade com curso compatível;
- Verificar se a universidade oferece disciplinas que tenham semelhança com as que deverá cursar até a conclusão do curso.
- Apresentar histórico escolar.
Essas exigências, no entanto, podem variar de uma instituição para outra. O Programa Escalas, por exemplo, é destinado a estudantes de graduação da Asociación de Universidades Grupo Montevideo (AUGM).
Estamos falando de bolsas oferecidas a alunos oriundos do Brasil e mais cinco países da América Latina (Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai). Nesse caso, os candidatos devem ficar atentos a dois critérios: precisam ter menos de 30 anos e não podem ocupar cargo de professor.
Além disso, é importante ressaltar que, geralmente, as faculdades particulares garantem aos alunos isenção do pagamento das mensalidades durante o período de intercâmbio.
Conheça os principais programas
Em segundo lugar, os estudantes precisam conhecer os principais programas de bolsa existentes no país. A Rede Magalhães, por exemplo, congrega universidades da Europa, América Latina e Caribe. A rede tem, acima de tudo, a tarefa de estimular o intercâmbio de estudantes de graduação.
No Brasil, três instituições são parceiras do programa: a Universidade de São Paulo, a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Podemos citar também os programas da Fundação Lemman. Entre eles, o Teachers College (TC), da Columbia University, oferece uma bolsa de até 80%, alojamento e alimentação para estudantes brasileiros.
Outro famoso programa é o Erasmus +, que tem exigências diferentes conforme o edital. Pessoas podem participar de editais oferecidos pelo programa, mas geralmente as ofertas se dão através de uma instituição de ensino conveniada. Além disso, os critérios de elegibilidade dependem do país onde estejam estabelecidas.
Financiamento
Outra opção é recorrer ao Consórcio Estudantil oferecido pelo Banco Santander. Com ele, o banco promete ser possível planejar o intercâmbio ou especialização sem pagar juros e com parcelas que cabem no bolso.
Entre as faculdades parceiras do banco está a Faculdade Pitágoras. Em 2018, por exemplo, foram oferecidas 100 bolsas em 20 diferentes países, além de uma bolsa de 4 mil euros para estudar em outro país.
Para finalizar, também é possível conhecer alguns dos programas existentes, consultando a lista abaixo:
Bolsa Santander Universidades (Unicentro)
Responsabilidade Social (Anhanguera)
Responsabilidade Social (Pitágoras)
Bolsas de Inclusão Social para a Mobilidade Estudantil Internacional – MEI-IS (Universidade Federal Tecnológica do Paraná)
Teachers College (Fundação Lemann)
Erasmus+ (oferece bolsas de estudos financiadas pela União Europeia)
Programa SMILE – Student Mobility in Latin América, Caribbean and Europe.Rede Magalhães (Rede Magalhaes )
AUGM (Associação de Universidades Grupo Montevidéu)
Está terminando a faculdade? Antes de se formar, saiba a diferença entre realizar o intercâmbio antes ou depois da graduação.
