Imaginemos o Enem feito direto de casa, pelo computador ou celular, sem ter de se deslocar até o local de prova. Bom, isso ainda não dá para cravar, mas algumas mudanças vêm por aí. O uso da tecnologia e a mudança no ensino médio são algumas das novidades do Enem do futuro.
Uma delas já está entre nós, a prova digital. Ela começou a ser aplicada em 2020, em instituições com computadores adaptados para receber a prova. Em 2021 ela também será aplicada, o que indica que veio para ficar.
As questões da prova são as mesmas da versão impressa. O que muda mesmo é o meio: em vez do papel, o computador. O candidato ainda precisa ir a uma instituição que tenha computadores capacitados para aplicar a prova. O tempo para a sua realização também é o mesmo.
A vantagem dessa forma de prova é poder atingir alguns candidatos com necessidades especiais. Recursos para facilitar a leitura da prova estarão disponíveis. Outra facilidade é a rapidez na correção das questões de múltipla escolha. O resultado já fica em um arquivo facilmente legível pelo sistema de correção. Essa modalidade já dá uma ideia de como será o Enem do futuro.
O que você verá neste artigo:
O Novo Ensino Médio
Mas a novidade mais próxima de acontecer não tem nada a ver com a adoção de novas tecnologias. É o Novo Ensino Médio, que muda a organização das disciplinas que os alunos veem na escola, além de outras novidades. Elas também vão afetar a estrutura da prova e já dão pistas de como será o Enem do futuro.
A Lei n° 13.415/2017 fez alterações na grade curricular. Assim, a partir de 2024, a carga horária anual de cada um dos anos do ensino médio será de 1.000 horas, e não 800, como é agora. O Novo Ensino Médio será organizado em áreas do conhecimento, mais ou menos como já acontece na prova do Enem.
Dessa forma, o invés das aulas de Geografia, História, Matemática, Português e etc, o currículo será organizado por blocos de assuntos. Assim, teremos as áreas de Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e Ciências Humanas e suas Tecnologias. Nenhuma das matérias que são abordadas hoje será excluída, mas, sim, terá uma organização diferente.
Porém, a grande mudança não é essa. O Novo Ensino Médio, por ter 200 horas a mais por ano, trará um novo bloco de conhecimento, os Itinerários Formativos. É como se o aluno escolhesse uma área em particular para se especializar, uma espécie de curso profissionalizante.
Itinerários Formativos: o que são?
As 200 horas adicionais serão preenchidas por disciplinas que aprofundarão os conhecimentos que os alunos já têm na escola. A grande novidade é que o aluno poderá escolher qual dos itinerários deseja seguir. É uma forma do aluno já ir se especializando em um campo de estudo para, no futuro, poder ingressar em uma universidade.
Serão cinco Itinerários Formativos, quatro deles já fazem parte do ensino médio de hoje. Assim, haverá aulas, projetos, oficinas e núcleos de estudo nas áreas das quais falamos lá atrás. Dessa forma, teremos de Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e Ciências Humanas e suas Tecnologias, além de formação técnica profissional.
Ao se matricular na escola, o aluno poderá escolher em quais dessas cinco áreas ele deseja se aprofundar. Mas a escolha não é definitiva: com o passar dos anos, se o estudante assim desejar, poderá trocar de campo de estudo.
O Novo Ensino Médio começará a ser implantado em 2022, mas todas as escolas deverão estar preparadas em 2023 para já ter essa nova modalidade disponível. O ideal seria que todas as escolas pudessem oferecer todas as áreas de conhecimento aos alunos, mas, na prática, isso ainda não será possível em um primeiro momento.
Assim, se o aluno quer estudar uma área em um determinado Itinerário Formativo, ele precisará procurar em qual unidade de ensino ela estará disponível. E isso já é uma das novidades sobre como será o Enem do futuro.
Qual a vantagem do Novo Ensino Médio?
Com o Itinerário Formativo, o aluno já terá alguma formação profissional para ingressar no mercado de trabalho. Isso deve facilitar a busca por emprego, visto que o estudante já terá um conhecimento adicional. Mas a grande vantagem é mesmo a escolha de em qual área se formar na faculdade.
É como se o estudante tivesse uma amostra de como são algumas formações superiores. Isso traz mais segurança para que ele possa escolher um curso no período do vestibular. Além disso, dará mais suporte e informações para o estudante escolher a carreira certa. Mas, e como o Novo Ensino Médio vai impactar no Enem no futuro?
Provas mais individualizadas
O Enem, a partir de 2024, já virá formatado dentro das novas diretrizes do Novo Ensino Médio. Isso significa que o aluno terá sua prova com as disciplinas das quatro áreas do conhecimento, que já existem, e a do seu Itinerário Formativo. Isso acontecerá independentemente do formato da prova, digital ou impresso.
Um exemplo. Um estudante escolhe uma área de Matemática e suas Tecnologias no seu Itinerário Formativo. Sua prova terá questões, além das quatro áreas que já caem nas provas, as que fazem parte desse itinerário. Essa é uma forma de avaliar o quanto o aluno absorveu de conteúdo. Para o governo federal também é um ótimo termômetro para saber o quanto o aluno aprendeu e o que deve ser melhorado.
Já há vários debates que procuram vislumbrar o futuro do Enem. O que se sabe e o que já se prevê é que, cada vez mais, a procura pela prova aumentará. Como o exame é uma porta de entrada para várias universidades, haverá mais candidatos fazendo essa prova.
Outra previsão é que mais universidades poderão usar a nota da prova como processo seletivo. Isso certamente trará mais praticidade para que novos alunos comecem no ensino superior. Assim, também trará mais profissionais habilitados e capacitados ao mercado de trabalho.
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