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O diploma de ensino superior é importante?

Longe de ser um mero papel, o diploma universitário representa o fim de uma viagem. E, como em toda viagem, não basta chegar ao destino. É preciso, acima de tudo, aproveitar o caminho. Justamente por isso, neste texto, é possível aprender mais sobre a importância do diploma de ensino superior atualmente.

No livro ‘Diário de Andrés Fava”, o escritor argentino Julio Cortázar narra que o prazer de viajar não nasce tanto da entrada no desconhecido, mas da rejeição da circunstância habitual.

E está certo. Ao ingressar em um curso superior, somos, em grande parte, levados pela ideia de uma vida melhor. Queremos mudar nossa realidade. E não há nada de errado nisso.

Melhores salários

Na viagem em busca por uma vida melhor, ter um diploma também significa receber salários melhores. Consequentemente, profissionais com graduação tendem a consumir mais.

Conforme o relatório Education at a Glance 2020, da OCDE, em média, pessoas de 25 a 34 anos com educação superior podem ganhar quase 50% mais quando chegarem aos 45 a 54 anos. 

No Brasil, os números são ainda mais surpreendentes: quem tem a graduação ganha, em média, 140% a mais que quem só cursou o nível médio, segundo a organização.

Ou seja, mais que o dobro. Por isso, quem for escolher entre faculdade ou curso técnico precisa, primeiro, considerar essas diferenças.

O salário médio nacional de um profissional de nível superior, aliás, é de R$ 10.812 por mês, segundo dados consultoria Glassdor.

Em 2013, outra pesquisa comparou a relação entre tempo de estudo e salário. Estamos falando da famosa Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O que esse levantamento descobriu? Em primeiro lugar, que, para cada ano de estudo, o brasileiro ganha um aumento de 15% no salário. Em segundo lugar, que uma pessoa com curso superior completo recebe 142% a mais do que aquela com menos de 14 anos de estudo.

Diplomas e pós-graduação

Outra vantagem de se ter um diploma de nível superior é estudar mais. Isso mesmo. Para quem deseja seguir a carreira acadêmica e ingressar em um curso de pós-graduação no Brasil, o diploma é uma das exigências. 

A exigência vale para todos os programas de pós-graduação seja stricto sensu (de mestrado e doutorado) ou lato sensu (de especialização, inclusive MBA).

Outra exigência é um bom currículo. Nesse caso, para ingressar em um programa de Mestrado ou Doutorado, por exemplo, além do diploma, os alunos precisam preencher formulários para pontuação de currículo. Consequentemente, quanto maior a pontuação maior a chance de ingressar em um programa.

Para ajudar a entender, listamos abaixo algumas das formações, experiências e produções consideradas durante o processo.

  • Ter cursado, como aluno especial, disciplinas em programas de Pós-Graduação
  • Experiência na coordenação de projetos de ensino, pesquisa ou extensão
  • Participação em programas de intercâmbio
  • Ter feito parte de grupos de pesquisa cadastrado no CNPq
  • Ter proferido palestras, conferências, minicursos ou participado de mesas
  • redondas
  • Participação em programas de iniciação científica
  • Experiência na publicação de resumos e artigos acadêmicos

Ou seja, quem melhor aproveitar o período da graduação têm mais chances de ingressar em um Mestrado ou Doutorado. 

Pensamento crítico e universidade

No Brasil, o diploma universitário quase sempre significa também a construção de um pensamento crítico. 

Isso acontece porque a formação acadêmica é direcionada para que os alunos reflitam sobre a realidade. Consequentemente, estudantes com diploma são também mais criativos.

Muitas empresas acabam então preferindo contratar esses profissionais, especialmente em um momento em que “pensar fora da caixinha” é tão valorizado.

Isso sem falar que o pensamento crítico também ajuda o profissional a aprender a resolver seus problemas de vida. Consequentemente, uma pessoa madura e com senso crítico acaba também fortalecendo sua vida social, se torna mais interessante e mais fácil de se relacionar.

Diploma e concurso público

Ter um diploma também é requisito fundamental para o mercado de trabalho, seja para participar de um concurso público, seja para trabalhar em uma empresa privada.

A maior parte das vagas de concurso público, inclusive, exigem nível superior.  A área do Direito, vale dizer, possibilita concorrer a diversos certames. O cargo de delegado de Polícia Federal é um dos mais cotados, com remuneração média de R$23 mil. 

Por outro lado, quem tem formação de nível superior em outras áreas pode concorrer a vagas de agente ou escrivão, cujo salário médio gira em torno de R$11 mil.

Para ingressar na magistratura ou atuar como promotor de justiça, o diploma também é um pré-requisito. Não podemos esquecer dos concursos para professores, que também exigem nível superior. 

Os candidatos que possuem apenas nível médio de escolaridade também podem sentir o gostinho de uma boa remuneração.  Abaixo listamos as principais vagas de concurso que não exigem nível superior:

Técnico de Controle Externo (Tribunal de Contas da União)

Policial Legislativo (Senado Federal)

Técnico Administrativo (Banco Central)

Técnico Legislativo (Câmara dos Deputados)

Mercado de trabalho

Apesar das vantagens do diploma, o mercado de trabalho parece vivenciar uma transformação. Em primeiro lugar, podemos citar o caso de algumas empresas modernas como a Google e a Movile. Estamos falando de organizações que dispensaram a exigência do diploma para algumas vagas.

Em segundo lugar, conforme o Vagas.com, as empresas estão buscando profissionais mão na massa. Ou seja, funcionários com competências comportamentais que são muitas vezes as mais difíceis de se desenvolver.

Abaixo, listamos 6 empresas que não exigem diplomas, segundo o site Napratica.org:

  • Google
  • IBM
  • Stone
  • Apple
  • Bank
  • PwC

Mais tempo desempregados

Como nem tudo são flores, há um aspecto sobre o mercado de trabalho para graduados em nível superior no Brasil que precisamos mencionar. 

Estamos falando da demora para se recolocar no mercado. Isso mesmo! 

Os trabalhadores com ensino superior são os que levam mais tempo para voltar ao mercado de trabalho após ficarem desempregados, segundo pesquisa da consultoria iDados divulgada pelo portal G1.

Um brasileiro que concluiu a faculdade demora, em média, 16,8 meses (quase um ano e meio) para se recolocar, enquanto um com ensino médio leva 14,7 meses e quem concluiu ensino fundamental demora, em média, 13,1 meses.

Você ainda tem dúvidas sobre a importância do diploma? Descubra a diferença entre bacharelado, tecnólogo e licenciatura.

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