InícioGraduaçãoEducaçãoComo a educação pode combater o efeito de Dunning-Kruger?

Como a educação pode combater o efeito de Dunning-Kruger?

Você já ouviu falar no efeito Dunning- Kruger? Sabe porque é preciso fugir dessa armadilha? Se assim como muitas pessoas, você desconhece esta expressão, saiba que podemos te trazer para a luz, caro leitor, e te contar tudo sobre este curioso fenômeno.

Todos nós já nos pegamos fazendo afirmações das quais não tínhamos a menor certeza. Ou então, já olhamos para um amigo com cara de perplexidade ao ouvir uma coisa que soou completamente absurda. Não estamos falando necessariamente de mentiras, ou de pessoas que tentam enganar as outras propositadamente.

Nos referimos àquelas que saem por aí pregando suas convicções, e que não tem qualquer conhecimento para fazer as afirmações que fazem. Estamos falando de pessoas que ignoram a própria ignorância.

De acordo com o Oxford Language, uma das definições de ignorância é o “estado de quem não está a par da existência ou ocorrência de algo”. Portanto, em alguma medida, todos nós somos ignorantes, já que ninguém consegue estar a par de tudo a todo tempo.

Contudo, algumas pessoas se consideram superiores, detentoras de todo o saber. Elas superestimam suas capacidades e menosprezam conhecimentos cientificamente comprovados. Para tentar fugir dessa cilada é preciso investir frequentemente em uma auto- avaliação. Refletir sobre suas certezas e sobre os feedbacks que outras pessoas nos oferecem é um excelente começo!

Como o efeito Dunning- Kruger afeta sua inteligência?

Pode parecer curioso, mas quanto mais você se conscientiza da sua ignorância, maiores são as suas possibilidades de se tornar mais inteligente. Isto acontece porque alguém que se dedica a estudar determinada área do conhecimento reconhece a complexidade e as limitações de seus saberes, enquanto aqueles que se consideram experts, sem nunca terem se aprofundado em nada, tendem a não evoluir, justamente por suporem que o seus saberes, rasos ou inexistentes são excepcionais, e atingem a totalidade de um determinado assunto.

É comum que pessoas desentendidas e desconhecedoras em um certo tema queiram debater suas convicções com estudiosos de uma área. Um exemplo recente é o das pessoas que julgavam saber como evitar a contaminação pelo coronavírus. Alguns sugerem o uso de vitaminas, e o consumo de certos alimentos como forma de prevenção à doença. Eles ignoraram o saber médico e ainda propagaram inverdades, influenciando terceiros.

Da mesma maneira, alguns profissionais acreditam saberem tudo de um segmento, embasados apenas por uma única experiência ou por puro achismo. Além de não compreenderem a magnitude de determinadas ciências, ainda julgam-se portadores do direito e dever de propagar informações inverídicas.

Como surgiu o efeito Dunning- Kruger?

Muitas pesquisas surgem em virtude da observação. Fatos inusitados, novas doenças, novas demandas, tudo isso pode desencadear nos estudiosos o desejo de investigar, desenvolver ou refutar teorias. 

Foi justamente um episódio, no mínimo curioso, o que motivou dois estudiosos a chegarem ao efeito de Dunning- Kruger. 

Um ladrão foi pego pela polícia após roubar um banco. Até aqui nenhuma novidade. No entanto, o que mais chamou atenção dos policiais foi a surpresa do meliante ao ser pego. O sujeito não esperava ser capturado após ter passado a tinta da invisibilidade! Pasmem-se! O ladrão acreditava que por ter passado suco de limão na face não seria flagrado pelas câmeras de segurança do estabelecimento bancário. Ele realmente acreditava que seu suco cítrico, além de muita vitamina C, era capaz de torná-lo invisível. 

O sujeito em questão não tinha problemas psiquiátricos, nem estava sob o efeito de drogas. Ele foi avaliado por profissionais e o diagnóstico foi um só: o bandido sofria  de uma “ignorância aguda”, acima da média!

Se o ladrão te deu um limão, faça uma limonada!

Diante do ocorrido, o fenômeno de Dunning- Kruger passou a ser objeto de estudo de dois estudiosos da Universidade de Cornell, Justin Kruger e David Dunning. Em 1999, os pesquisadores submeteram um grupo de alunos voluntários da faculdade de psicologia a uma série de testes. Eles precisavam responder perguntas a respeito de algumas habilidades e também da percepção que tinham quanto a seus desempenhos em cada uma das avaliações.

O estudo revelou que o grupo formado pelos participantes que obtiveram as melhores notas desvalorizavam seus conhecimentos. Ainda que tivessem obtido as maiores pontuações, julgavam ter tido um desempenho pior.  Enquanto aqueles que obtiveram os piores resultados superestimaram seu nível de inteligência. O grupo formado pelos menos qualificados, se julgou muito mais competente do que realmente era.

No entanto, a dupla de pesquisadores não encerrou suas pesquisas. Outros experimentos demonstraram que existe uma tendência entre as pessoas menos competentes: a ilusão de superioridade! Em outras palavras, os mais ignorantes, por não conseguirem fazer uma auto avaliação, têm dificuldades de reconhecer suas fragilidades intelectuais.

Porque a educação é a saída para o efeito Dunning- Kruger?

Como vimos, são justamente as pessoas que mais ignoram um assunto, uma técnica, ou uma habilidade as que mais se julgam conhecedoras. Elas se agarram às suas convicções e as defendem até mesmo usando de violência. 

Os verdadeiros entendedores costumam desacreditar de suas capacidades, por estarem cientes da grandiosidade de uma ciência.  Como dizia Sócrates: “Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância”. A humildade daqueles que conhecem suas limitações pode ser tamanha, a ponto de supor que outros, que pessoas menos competentes, têm mais capacidades do que realmente tem.

Não queremos ser alvos de risadas, e muito menos ser responsáveis pela propagação de fake news. Por esta razão, nossa única alternativa é buscar pelo aprendizado continuamente. 

Nós aqui, da Voomp, te oferecemos formas de combater a ignorância utilizando a melhor ferramenta, o conhecimento! Bora investir no seu desenvolvimento pessoal e profissional? Conheça o Lifelong learning, “Aprendizado ao longo da vida”.

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