O número de mulheres na medicina aumenta a cada ano no país. Dessa forma, o estudo de Demografia Médica no Brasil aponta que até 2030 as mulheres serão mais 80% do total de profissionais da área no Brasil.
Os dados divulgados para o Plano Nacional de Fortalecimento das Residências em Saúde, do Ministério da Saúde, demonstram que o número de profissionais passou de 315.902 para 487.275, de 2010 a 2020. Além disso, o Ministério da Saúde ainda espera que o número de médicas no país chegue a 815.570 até 2030.
Ainda vale ressaltar que o estudo de Demografia Médica demonstrou, que em 2020, nas faixas de 26 a 30 e 31 a 35 anos, as mulheres eram 12% a mais. O estudo é uma parceria entre o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), a Universidade de São Paulo (USP) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).
Contudo, a presença de mulheres na medicina já foi completamente diferente no país. A presença de mulheres nas faculdades brasileiras de Medicina já foi proibida. Por isso, foi preciso que muitas brasileiras lutassem pelo direito de se tornarem médicas no país.
Então, para relembrar essa conquista feminina, o Voomp preparou uma lista com cinco mulheres que fizeram história na medicina, ajudando a salvar vidas até os dias de hoje.
O que você verá neste artigo:
Elizabeth Blackwell – Primeira médica do mundo
A lista de histórias inspiradoras de mulheres na medicina não poderia começar de outra forma. Assim, a primeira mulher a conseguir se formar em Medicina foi a inglesa Elizabeth Blackwell.
No entanto, o caminho para Elizabeth se formar na área não foi fácil. A pioneira no setor precisou tentar 12 vezes até conseguir entrar na universidade Geneva Medical College em 1847. Assim, após ser admitida na instituição de ensino, precisou vencer diversos desafios dentro da academia. Por exemplo, ter sido considerada inadequada por ser mulher e por isso impedida de fazer demonstrações médicas em sala de aula.
Contudo, conseguiu superar todas as dificuldades e se formou em primeiro lugar em sua classe em 1849. Além de se tornar a primeira mulher formada em Medicina, Elizabeth lutou durante toda a vida para que outras mulheres também tivessem esse direito. Assim, a médica fundou instituições focadas nesse intuito. Entre essas, a New York Infirmary for Indigent Women and Children e Woman’s Medical College da New York Infirmary.
Maria Augusta Generoso Estrela – Primeira médica brasileira
A primeira mulher brasileira a se formar em Medicina só foi possível após mais de 30 anos do ingresso de Elizabeth Blackwell na faculdade. Dessa forma, Maria Augusta Generoso Estrela foi a primeira brasileira a conseguir concluir o curso de Medicina em 1881.
Contudo, na época de Maria Augusta, a presença de mulheres nos cursos universitários de Medicina era proibida por lei. Por isso, a brasileira precisou estudar na universidade New York Medical College and Hospital for Women nos Estados Unidos. Além disso, para poder iniciar a graduação na área da saúde, foi preciso a autorização do pai da médica, Albino Augusto Generoso Estrela.
Apesar do grande feito de conseguir ingressar na faculdade, a brasileira não teve um caminho fácil durante a graduação. Então, a médica brasileira quase não conseguiu terminar os estudos após a falência do pai. Entretanto, obteve o apoio de Dom Pedro II. Dessa forma, o monarca conseguiu uma bolsa de estudos para jovem terminar a faculdade.
Assim, após concluir o curso de Medicina, Maria Augusta retornou ao Brasil e precisou passar nos exames da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro para validar seu diploma. Após a parte burocrática, a médica exerceu a profissão por muitos anos.
Rita Lobato Velho Lopes – Primeira médica formada no Brasil
Em 1879, os políticos brasileiros implementaram uma reforma que modificou profundamente o ensino superior no Brasil. Logo, as mudanças foram principalmente em prol do ensino livre, permitindo aos alunos abreviar a duração do curso e a matrícula de mulheres nas escolas superiores.
Dessa forma, pela primeira vez na história do Brasil, as mulheres puderam ingressar em instituições de ensino superior. Por isso, uma jovem gaúcha chamada Rita Lobato Velho Lopes teve a oportunidade de se matricular na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1884.
Assim, após prestar os exames admissionais, Rita foi transferida para a Faculdade de Medicina da Bahia em 1885. Além disso, a jovem se aproveitou das leis que permitiam abreviar a graduação e se formou na área em 1887. Dessa forma, se tornou a primeira médica brasileira a se graduar em uma instituição de ensino do país.
Contudo, vale ressaltar que Rita não foi a primeira mulher a se matricular em um curso de Medicina no país. Dessa forma, no ano de 1881, as jovens Ambrosina Magalhães e Augusta Castelões Fernandes foram as primeiras brasileiras a ingressarem na faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Valeria Petri – Primeira médica a diagnosticar AIDS no Brasil
Trazendo os casos de mulheres que revolucionaram a medicina para os tempos atuais, temos a profissional Valeria Petri. Dessa forma, a médica brasileira foi a primeira profissional a diagnosticar o sarcoma de Kaposi como manifestação da Aids. A brasileira fez essa descoberta científica em 1992 e descreveu diversas afecções dermatológicas ligadas a essa síndrome. Por conta disso, Valeria recebeu reconhecimento da comunidade médica internacional.
Vale destacar que a profissional se formou em Medicina na Escola Paulista de Medicina em 1973. Além disso, tem mestrado em Imunologia e doutorado em Dermatologia. Atualmente, a médica trabalha como coordenadora do Ambulatório de Psoríase e Vitiligo e no de Adolescência, Patologia da Pele Feminina e Saúde Bucal nas doenças inflamatórias dermatológicas. Além disso, colabora em projetos de pesquisa e na orientação de trabalhos científicos e teses.
Adriana Melo – identificou a relação entre Zika vírus e má formação cerebral
Durante o ano de 2015, o Brasil viveu uma triste epidemia de microcefalia em crianças recém-nascidas. Dessa forma, o surto teve início nos estados do Nordeste, se alastrando por 21 estados da federação. Os maiores números de casos foram registrados no estado de Pernambuco.
Assim, enquanto pesquisadores do mundo inteiro procuravam as causas para essa epidemia, a médica, especialista em saúde materno-infantil, Adriana Melo, identificou a relação entre o vírus Zika e a má formação cerebral dos fetos. Dessa forma, a obstetra paraibana notou que mulheres contaminadas pela doença durante o primeiro trimestre de gestação geram bebês com microcefalia.
Dessa forma, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) conseguiram constatar a presença do vírus da Zika no líquido amniótico de duas grávidas. A descoberta científica foi publicada em artigo científico na revista Lancet em janeiro de 2016.
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