Atender o paciente na sua totalidade, não somente a doença que ele traz consigo. A Medicina Humanizada vem sendo cada vez mais trabalhada para trazer mais conforto para quem está doente e para os familiares do paciente.
Afinal, quando chegamos doentes a um hospital ou a uma clínica, não estamos nos sentindo bem. Este sentimento já nos deixa fragilizados – ninguém gosta de ficar doente – e queremos sair logo desta situação.
Agora imagine chegar já adoentado, debilitado e abatido, e não ter um atendimento adequado, que conheça nossas necessidades. Quando estamos nessa situação, não temos condições até de conversar com os funcionários do local. Assim, o atendimento da Medicina Humanizada procura entender todos os aspectos do paciente e trazê-lo para o centro do tratamento.
O que você verá neste artigo:
Onde começa a Medicina Humanizada
O paciente já precisa ser amparado assim que entra na clínica ou hospital. O primeiro atendimento deve ser feito de forma rápida, se possível, mas com a compreensão do momento pelo qual o paciente passa. Caso ele não tenha condições de fazer os procedimentos burocráticos (como assinar papéis, por exemplo), algum familiar pode fazer isso por ele, e ser igualmente bem recebido.
Ainda na triagem, o profissional deve conversar com o paciente ou o responsável de forma a tentar entender o que está acontecendo para encaminhar ao médico que fará o primeiro atendimento. Este, por sua vez, vai investigar os sintomas e procurar identificar possíveis causas. Tudo de modo humanizado, vendo a pessoa de forma holística, para poder ir além do que os sintomas dizem.
Isso faz toda a diferença. O paciente vai se sentir acolhido e se sentirá mais confortável para dizer o que sente e porque sente. Muitas vezes, ele chega ao hospital já com medo que seja algo muito grave. É o tato do médico e de sua equipe que trarão tranquilidade ao paciente.
Como capacitar uma equipe
A Medicina Humanizada deve ser uma responsabilidade de todos. Do segurança que fica na porta até o diretor do hospital. Afinal, estamos lidando com vidas e, muitas vezes, vidas em perigo. Portanto, tudo o que queremos é que essa pessoa se sinta o melhor possível.
Assim, a capacitação para a Medicina Humanizada trata do cuidado com o paciente em todos os níveis de atendimento. Da recepção aos procedimentos cirúrgicos é necessário ter essa compreensão do paciente como um ser completo.
Isso vai deixá-lo mais amparado, sabendo que há pessoas que se preocupam com ele e seus familiares. Aliás, este é outro ponto que deve ser abordado pela equipe médica. Conversar com a família do paciente é fundamental para trazer segurança, mesmo quando as notícias não são muito boas. Não omitir informações, mas saber transmiti-las de forma correta e segura.
Como a Medicina Humanizada trabalha
Vamos começar pelo atendimento na recepção. Para tornar o registro do paciente mais eficaz, os funcionários devem ser breves e objetivos, mas sem perder o tato no cuidado. O registro é fundamental, visto que é com o registro que o paciente terá agilidade para passar pelos procedimentos médicos.
O médico, por sua vez, deve ouvir o paciente atentamente. Perguntar como ele se sente, quando os sintomas apareceram e permitir que ele fale. Informações preciosas podem aparecer em um relato que o paciente considera importante. Assim, um acontecimento, um sonho, um passeio, por exemplo, podem ter relação com a queixa.
Importante saber que cada um entende o mundo de uma maneira diferente. Assim, explicar o que está acontecendo de forma que o paciente entenda é um passo enorme. Linguagens técnicas não ajudam muito – e chegam até a dar mais medo.
Se for o caso de solicitar exames, explicar para que servem e porque são importantes. Caso o paciente tenha receio de fazer algum, é muito bom confortá-lo explicando que o resultado ajudará no trabalho médico. Dessa forma, existirão mais subsídios para o diagnóstico.
Medicina Humanizada fora do consultório
Os profissionais que lidam com a realização de exames também precisam entender a fragilidade do momento. E podem ser os exames dos mais variados, da coleta de sangue a um mais invasivo.
É importante explicar ao paciente como o exame será feito e porque o médico o solicitou. Até exames de sangue merecem atenção especial. Há pessoas com muito medo de agulhas e de ver sangue. Conversar com elas enquanto o exame é feito traz tranquilidade e acolhimento. Perguntar da vida dela, o que ela fez, se está frio, calor, são assuntos que trazem o cotidiano para uma situação que pode ser amedrontadora.
Explicar exames mais complexos, ainda mais para quem tem pouca instrução escolar, ajuda o paciente a se sentir mais confiante. Ele será submetido a um procedimento que fará a diferença para o diagnóstico médico. Isso traz confiança ao paciente, que vai passar pelo exame de forma mais colaborativa.
Por que a Medicina Humanizada é importante?
O tratamento humanizado traz muitos benefícios. Da parte do paciente, a recuperação é menos sofrida e pode ser até mais rápida, especialmente em casos de cirurgias ou longos tempos de internação.
Assim, o paciente tende a aceitar melhor os tratamentos, já que terá mais informações sobre o mesmo e saberá que são para o seu bem. Os familiares ficam mais tranquilos ao saber que uma equipe está se preocupando com sua saúde e está disposta a ajudar. Tanto paciente quanto a família terão mais confiança no médico e equipe e se sentirão mais seguros ao ouvir o diagnóstico e o que acontecerá em seguida.
Esse atendimento também traz muitos pontos para a equipe em si. Pacientes e familiares satisfeitos falarão muito bem dos médicos, da equipe e da instituição de saúde. Mas, não se deve ver somente por esse lado. O fato de prestar um bom atendimento e deixar as pessoas satisfeitas traz um sentimento de dever cumprido. Sem contar que é muito bom saber que o trabalho da equipe fez a diferença na vida de alguém. Ou seja, a Medicina Humanizada tem tudo para ficar e ser uma tendência para os médicos de hoje e do futuro.
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