As novas modalidades de ensino, como semipresencial e o ensino a distância (EaD), surgiram por conta de uma demanda. Essa demanda foi construída em diversos âmbitos, por indivíduos que desejavam adentrar no ensino superior, mas não tinham a oportunidade devido à distância das universidades até suas cidades. Além disso, a demanda daqueles que vivem em uma rotina recheada de compromissos, mas não abrem mão de ingressar na faculdade.
Desse modo, considerando os aspectos positivos, quais seriam os 5 desafios para os alunos da modalidade semipresencial?
O que você verá neste artigo:
O ensino semipresencial
Esta modalidade de ensino adentrou oficialmente nas instituições quando, em 2004, foi assinada a Portaria MEC n°. 4.059. A mesma viabilizou o início das disciplinas semipresenciais em cursos de graduação.
Ademais, os cursos nos quais a modalidade se faz presente devem ser reconhecidos pelo MEC. Ainda, conforme as normas da Portaria, a modalidade semipresencial demanda recursos tecnológicos e de comunicação durante o processo de aprendizagem. E, esses recursos, em simultâneo com a modalidade semipresencial, alcançam até 20% da carga horária total dos cursos.
Diante da pandemia do COVID-19, ficou mais fácil compreender o ensino semipresencial, em especial nas escolas. Considerando, então, que os estudantes, em especial no segundo semestre de 2021, adotaram de forma vigorosa o ensino híbrido, torna-se possível usar essa experiência para exemplificar a modalidade de ensino semipresencial.
Neste contexto, o estudante tem contato com os dois mundos. E, por consequência, com os prós e contras de ambos. Enfim, no tópico a seguir, iremos discorrer sobre cada um dos cinco principais desafios da modalidade semipresencial. Vamos lá?
Os desafios da modalidade semipresencial
A princípio, explicitamos e analisamos cinco desafios da modalidade semipresencial, que podem ser vistos de forma paradoxal. Alguns deles podem ser vistos como uma alavanca para facilitar a vida. Contudo, para outros, uma árdua tarefa.
Ferramentas tecnológicas
Para uns, a tecnologia pode ser um facilitador. Mas, para muitos, é definitivamente um desafio. Conhecer, obter e utilizar ferramentas tecnológicas tanto para assistir aulas quanto para realizar tarefas ou conversar com colegas e professores.
Ademais, este desafio ocupa espaços diferentes na vivência estudantil. Faremos aqui dois recortes que agravam o desafio da tecnologia. O primeiro deles é um recorte socioeconômico; o segundo, é o aspecto etário.
Recorte socioeconômico e a tecnologia
Primeiro, usaremos dados com credibilidade científica para dissertar sobre o primeiro recorte. Veja a pesquisa a seguir:
Segundo o IBGE, no ano de 2019, o Brasil tinha 39,8% milhões de pessoas sem conexão com a internet. Ainda, este número representa 21,7% da população acima de 10 anos.
Também, a mesma pesquisa relata que a porcentagem que consegue acessar a internet, não possui aparelhos como computadores, notebooks ou tablets, mas, sim, o celular. E o celular torna os estudos, de certa forma, limitado.
Recorte por faixa etária
Sem dúvidas, a faixa etária é um fator determinante no uso da tecnologia. E, isso se deve a transição entre gerações e as ferramentas utilizadas no cotidiano.
Assim, algumas pesquisas apontam dados sobre essa pauta. A empresa russa de cibersegurança chamada Kaspersky fez uma pesquisa com 11 mil pessoas. E, na pesquisa, apontou que um terço dos participantes com mais de 55 anos tem dificuldade de utilizar aparelhos tecnológicos sem ajuda de terceiros.
Neste contexto, percebe-se que a preparação da sociedade para modalidades de ensino para além da tradicional sala de aula é deficitária. Considerando ainda que, no Brasil, um indivíduo só é considerado idoso a partir dos 60 anos.
Por fim, nota-se que há discrepâncias nos dois recortes. Assim, tanto o acesso ao ensino superior quanto o bom uso das ferramentas tecnológicas no processo de aprendizagem tornam-se limitantes e, consequentemente, desafiadoras.
Organização
Sem dúvidas, para muitos, a organização é um processo desafiador. Ainda mais em um contexto no qual deve-se administrar duas dinâmicas absolutamente distintas.
Inicialmente, é indubitável que o ensino presencial é, em todas as esferas, diferente do online. Desde as aulas e interações, até a realização e entrega de tarefas.
Então, para administrar esse processo, é ideal colocar cada parte do ensino em caixinhas diferentes. Crie dinâmicas organizacionais para os momentos em que o estudo é realizado em casa e outras dinâmicas específicas direcionadas ao estudo presencial.
Deslocamento
Sem dúvidas, deslocar-se é uma questão. Demanda tempo, organização prévia e dinheiro. Então, o deslocamento para a instituição de ensino nos dias em que as aulas serão presenciais é mais um dos desafios da modalidade semipresencial.
Assim, a dica para lidar com esse desafio é usar do tópico anterior: organização. Faça um planejamento meticuloso do seu tempo, dos dias em que terá de ir à faculdade, qual meio de transporte usará e o quanto de investimento monetário permeia esse processo.
Interação com professores e colegas
Historicamente falando, nos acostumamos com o contexto da sala de aula. As carteiras, os colegas, os intervalos, o entra e sai de professores, etc. Desse modo, não há como negar o impacto relacional com a adesão de novas modalidades de ensino.
Desse modo, as dinâmicas entre pessoas alterou-se. Com a modalidade semipresencial, pode ser desafiador manter contato constante com professores e colegas via internet, seja por conta de alguma dificuldade com a mesma ou até exaustão por tanto tempo grudado na telinha.
Por fim, apesar da ausência de interação ser desafiadora, precisamos ressignificá-la. Procurar meios e métodos para manter ativo o contato com o outro, nem que seja para falar sobre os estudos e as amenidades da vida.
Concentração
Bem, ao considerar as distinções ao longo do processo de aprendizagem semipresencial, deve-se olhar com carinho para a concentração.
De certa forma, a concentração não vem pronta. Ela é lapidada e desenvolvida por meio do contato que se tem com o objeto de estudo. Então, leva-se em conta que, por mais que o objeto de estudo seja o mesmo, a forma que se constrói é diferente.
Por fim, uma dica para driblar essa narrativa é perceber os momentos nos quais há distração e trabalhá-la, pois, concentrar-se tanto no presencial quanto no online é uma tarefa desafiadora.
Até a próxima, querido leitor!
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