Não tem como dissociar os carros elétricos da Engenharia Elétrica. A propósito, carro elétrico é a tendência de transporte que já é realidade em vários países, mas que ainda está em estágio incipiente no Brasil. Embora a tecnologia e a ideia do carro elétrico sejam incríveis, ainda há alguns obstáculos – e é aqui que a Engenharia Elétrica entra.
Só para começar: o engenheiro elétrico vai ser responsável por criar os circuitos que vão converter a energia da bateria em energia mecânica. Ou seja: o que tem dentro da bateria do carro vai se transformar em movimento para as rodas. Assim, como fazer isso? Qual a quantidade de energia é necessária para alimentar o motor do carro? E o sistema de refrigeração? Iluminação? E as perguntas se estendem.
O que você verá neste artigo:
Engenharia elétrica não é só fio na parede
É o que mais as pessoas associam – que é quem vai fazer a instalação elétrica da casa ou do empreendimento. Não que o engenheiro não possa fazer isso, mas ele tem outra responsabilidade: a de fazer o projeto elétrico. Quando o engenheiro civil projeta uma casa, apartamento, prédio, fábrica ou outra construção, ele precisa do conhecimento do seu colega da área de elétrica. É ele quem calcula o tipo de fio a ser usado e faz o projeto da fiação elétrica dentro do imóvel.
Mas não é só isso. Engenheiros elétricos têm uma gama muito grande de trabalho. Por exemplo, ele pode se especializar em microeletrônica. Essa também é uma área em expansão: é este engenheiro que projeta os chips usados em computadores, telefones, televisões, e tudo o mais que seja eletrônico. Os carros elétricos também precisam deles.
Por outro lado, há os engenheiros que projetam grandes obras, mas grandes mesmo, como usinas hidrelétricas, eólicas e termelétricas. Não só eles vão calcular a quantidade de energia gerada por estas formas, mas como ela será transmitida.
O caminho da energia até em casa
Imagine a usina de Itaipu, que fica em Foz do Iguaçu (PR), e é a maior em geração de energia elétrica limpa do mundo. Suas turbinas são capazes de produzir quase 3 milhões de gigawatts por hora. É muita coisa. Os engenheiros elétricos precisam ficar em constante atenção para verificar se a produção está indo bem. De lá, ela começa a ser transmitida para o Sistema Integrado Nacional, que se junta a outras usinas para levar energia para todo o país.
O processo é longo e complexo, envolve transformação de energia para ser transmitida por cabos. Sabe aquelas grandes torres de transmissão? Por lá passa uma grande quantidade de energia, que, enfim, chega à sua casa. É aí que a história do carro elétrico fica interessante.
O desafio dos carros elétricos
Em um futuro não tão distante, talvez, você chega em casa no final do dia, estaciona seu veículo elétrico, e o conecta à tomada. da mesma forma que você carrega seu celular. Ou a energia acaba no meio do caminho, e postos de abastecimento fornecem energia para chegar ao destino.
Isso já acontece em alguns países, e o Brasil tem projetos de prédios e empreendimentos com postos de recarga. Mas há ainda um entrave, que engenheiros elétricos e químicos ainda estão estudando. Esse entrave se chama bateria.
A bateria é o que armazena a energia que será convertida em movimento. O desafio é criar baterias mais seguras, menos pesadas, que consigam armazenar mais energia, sejam carregadas mais rápido e tenham mais autonomia. Outro detalhe é que carros elétricos ainda não desenvolvem grandes potências, nem conseguem levar grandes cargas. Exemplo disso são os caminhões. Já há pequenos caminhões elétricos hoje, mas aqueles que são mais pesados ainda não são possíveis.
Uma vez superado esse desafio, carros elétricos serão predominantes. Por não emitirem fumaça – porque não queimam combustível fóssil – serão grandes contribuidores para o meio ambiente. Com menos poluição, o ar fica mais limpo e respirável, ainda mais nas grandes cidades.
Os carros elétricos e a energia limpa
Outra tendência que já está se tornando muito mais comum é a geração de energia por meio de placas fotovoltaicas. É o que conhecemos como energia solar. Inesgotável, limpa e disponível em qualquer parte do mundo, ela é outra grande contribuidora do meio ambiente.
Usinas hidrelétricas produzem energia limpa, mas sua construção demanda uma grande adaptação no meio ambiente. Grandes represas precisam ser construídas para armazenar a água. Isso muda o curso dos rios, alaga regiões mais baixas, e desaloja comunidades para locais mais altos. Sem contar o grande trabalho de transmissão da energia para as casas.
Com a energia solar, cada um é seu próprio produtor de energia. Placas instaladas no telhado das casas fazem o trabalho de converter luz do sol em energia elétrica, que vai para as luzes, geladeira, fogões elétricos, chuveiro – e o carro elétrico.
A engenharia elétrica e o meio ambiente
Assim, o trabalho da engenharia elétrica não somente tem tudo a ver com o carro elétrico, mas tem participação fundamental na elaboração de veículos mais eficientes. Participa também da geração de energia de forma sustentável. A energia eólica já é realidade no Brasil: há mais de 180 usinas que usam a força do vento para produzir energia. Se fosse usada na sua capacidade total, ela poderia produzir até mais energia que Itaipu. Mas há alguns detalhes que devem ser levados em consideração.
Além de instalar grandes hélices em locais onde o vento é predominante, ele não tem a mesma força o ano todo. Ou seja: em alguns meses, a usina vai produzir menos energia. Mas isso não tira da ela o grande mérito de não poluir o ambiente e usar uma fonte de energia constante. Energia essa que também é conectada ao Sistema Integrado Nacional que, enfim, chega até sua casa e abastece seu futuro carro elétrico.
Viu como o carro elétrico tem tudo a ver com engenharia elétrica? Se você gosta dessa área, estude para o vestibular e prepare-se para o curso, que dura cinco anos, e tem disciplinas que vão de cálculo a resistência dos materiais, magnetismo e produção de energia. Mas, antes disso, continue com a gente na Voomp e saiba mais sobre engenharia elétrica e outras engenharias!