Na construção sustentável procuramos harmonizar o processo de construir casas e demais edifícios com o meio ambiente, de forma a minimizar o impacto com a natureza.
Cuidar do meio ambiente deve ser uma preocupação constante, tanto das pessoas quanto das empresas. A exploração de florestas, minérios, a poluição do ar e água chegaram a níveis alarmantes. E a construção de edifícios tem participação nisso.
Os materiais e métodos utilizados para erguer as casas dependem, e muito, do que a natureza oferece. Assim, cimento, areia, cal e cascalho vêm de reservas minerais. Os projetos de construção nem sempre levam em consideração a iluminação natural ou a ventilação dos ambientes.
É aí que entra o conceito de construção sustentável. Ela leva em consideração fatores como o menor impacto ambiental possível, bem como maneiras de projetar cômodos de forma a aproveitar a luz solar. Vamos ver com mais detalhes como funciona.
O que você verá neste artigo:
Da crise, a oportunidade
Sempre que passamos por alguma dificuldade, encontramos uma forma de superá-la. Não foi diferente com a construção sustentável. A crise do petróleo, nos anos 70, causou problemas de ordem planetária. A escassez de combustível no mundo todo levou países a desenvolver formas alternativas de se obter energia. Foi quando o álcool combustível tomou impulso no Brasil. Ele passou a ser um substituto da gasolina – e é até hoje. Mas o que isso tem a ver com construção sustentável?
Nos países do hemisfério norte, como Estados Unidos e os da Europa, a utilização de combustível para mover carros e máquinas, bem como aquecer as casas, era muito mais intensa do que hoje. Dessa forma, o conceito de construção sustentável começou a tomar forma. Era necessário elaborar projetos de casas que aproveitassem melhor a luz do dia e a ventilação natural.
Tudo isso para evitar ou reduzir bastante o consumo de energia. Assim, casas passaram a ter janelas maiores, e serem construídas de forma a aproveitar o movimento do sol durante o dia. Da mesma forma, essas janelas grandes deixam o vento entrar, evitando o uso de ar-condicionado.
Além disso, utilizar madeiras de reflorestamento e tijolos de adobe (um tipo de barro) contribuem para manter a temperatura da casa. Assim, nos dias quentes, os cômodos ficam mais frescos. Já nos dias frios, eles mantêm o local mais aquecido.
Construção sustentável começou devagar
Mas esse conceito demorou a pegar. Ele passou por períodos de esquecimento, até que, somente na década de 1990, tomou corpo. Países escandinavos, como Finlândia e Noruega, passaram a investir mais nesse tipo de construção.
Congressos começaram a acontecer em vários países para divulgar esse método e trocar experiências com quem já estava mais adiantado no processo. O Brasil levou um tempo a mais para adotar essa modalidade, mas, hoje, o país é o quarto no mundo que mais possui construções sustentáveis.
Tanto se tornou importante que há o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, uma organização que reúne engenheiros, empresas, formadores de opinião e pesquisadores. Ela pesquisa, divulga e promove a construção sustentável em todo o país.
Construção sustentável é cara?
Infelizmente sim. Mesmo com o Brasil sendo um dos países onde mais se tem construções nessa modalidade, o processo em si ainda não é feito em grande escala. Assim, projetos sustentáveis ainda são feitos por poucos profissionais, visto que é uma área em expansão no país.
Não somente isso. A disponibilidade de tijolos de adobe para venda ainda é baixa. Assim, os produtores, que não são muitos, não conseguem dar conta da demanda. A produção é feita de forma artesanal, por isso não achamos tijolos de adobe para vender em casas de material de construção da mesma forma que encontramos os tradicionais.
Abastecer a casa com energia renovável, como a solar, também não sai barato – pelo menos no começo. Ela depende de uma consultoria personalizada para cada empreendimento, e as placas fotovoltaicas (que captam a luz do sol) ainda são caras. Mas já foram bem mais no passado. O investimento que se faz para instalar esse sistema é um pouco alto, mas vale à pena. Produzir sua própria energia, e pagar menos na conta de luz, conta muito.
Os materiais da construção sustentável
Para ser considerado sustentável, o empreendimento precisa ter boa parte – senão todos – os seus materiais de origem certificada. Isso significa, por exemplo, usar madeira de reflorestamento. Ela vem de árvores que foram plantadas para este fim, e não retiradas da natureza.
Falando em madeira, existe a madeira plástica, feita de plástico reciclado, e que pode ser usada como piso ou revestimento. Além de não agredir o ambiente, ela é imune a pragas, como cupins.
Até concreto pode ser reciclado. Inclusive, ele é responsável por boa parte dos resíduos da construção. Assim, empresas reaproveitam o que seria inservível e usam novamente. Os tijolos de adobe, dos quais falamos antes, são feitos com argila, palha e areia, e são muito resistentes.
Telhas também podem ser de material reciclado, e funcionam tão bem como as tradicionais. Elas podem ser feitas de resina, asfalto e papel reaproveitado, e também de fibras como sisal, bananeira, pinho e eucalipto.
Como aproveitar essa tendência?
Justamente por ser uma área com alta demanda por profissionais qualificados, quem gosta dos temas de sustentabilidade e ecologia tem muito a aproveitar. Engenheiros civis, elétricos, químicos, arquitetos e biólogos podem se especializar nesse tipo de construção. Há cursos de extensão que trazem as últimas novidades da área, como materiais e técnicas, para que o impacto no ambiente seja o mínimo possível.
Assim, quem é da Civil e da Arquitetura vai ter mais contato com projetos que aproveitem melhor a luminosidade, bem como materiais do tipo adobe. Os da Elétrica podem ser consultores de energia fotovoltaica – eles fazem o cálculo do consumo mensal até o projeto da instalação das placas.
Os engenheiros químicos vão estudar com mais detalhes como criar materiais e substâncias com menor impacto ambiental. Biólogos entendem muito de ecologia e meio ambiente. Podem ser consultores para construtoras e engenheiros, e orientar como aproveitar melhor a área na qual será erguido o empreendimento. Portanto, é uma área em expansão, carente de profissionais e que tem muito a acrescentar para o meio ambiente!
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