Segundo as estatísticas da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, cerca de 80% dos inscritos em cada Exame de Ordem são reprovados. Esta é uma média histórica das primeiras trinta edições. A pergunta que sempre faço a quem teoriza sobre as razões desta reprovação altíssima: será que faltou estudo ou não estudaram? É possível que parte seja por terem os examinandos estudado “errado”, erro de foco, erro de estratégia. De qualquer forma, ainda não responde o porquê de quase 80 mil serem reprovados por edição.
Eu preparo para as provas da OAB desde janeiro de 2006, quando ingressei na docência em curso especializado. Depois, passei a escrever em blogs até publicar o meu primeiro livro em 2008, cujo conteúdo era sobre questões comentadas. Desde então, já perdi as contas de quantos alunos e leitores preparei para o temível Exame de Ordem, pois já são mais de 15 anos de docência, preparatórios e palestras, além de 100 livros publicados, grande parte, para OAB. Se aprendi algo neste período, foi que a grande causa que derruba candidatos bem preparados é a parte emocional.
Emocional: impacto desconsiderado
Antigamente, ao tempo que prestei o exame, em meados de 1997, a ordem era: “senta na cadeira e estuda, que a aprovação vem”. Quem reprovava tinha o diagnóstico de que “não estudou o suficiente”. É bem verdade que a prova era diferente, muito mais acessível, mas eram também outros tempos, com bem menos distrações ao alcance, além da televisão de tubo com poucos canais e uma internet em fase pré-jurássica. A preocupação, fora o conteúdo a ser estudado, era ter cuidado para não perder a concentração na véspera e no dia da prova com o nervosismo. Ora, quem não ficava nervoso ou ansioso com o exame? A receita era: “durma bem”.
Até é compreensível que o senso comum sobre as emoções e sua interferência no dia da prova eram o que prevalecia sobre os candidatos, pois a inteligência emocional veio a se popularizar somente neste século. Por muito tempo, as emoções foram o “patinho feio” dentro da ciência da Psicologia, ou seja, eram relegadas diante das pesquisas sobre o comportamento e a racionalidade. Quando os cientistas passaram a se interessar sobre esta nova disciplina, a educação foi uma das subáreas beneficiadas pelas descobertas.
Efeito do emocional sobre o racional
Sabe-se agora que as emoções não “esperam” a prova para se manifestar, como se pensava antes, mas surgem desde o momento que o estudante abre um livro ou começa a assistir a uma aula. Basta pensar na disciplina que você mais gosta e naquela que detesta. Qual delas você terá mais motivação para estudar? “Gostar” é ter sentimentos sobre determinada coisa, portanto, envolve a expressão das emoções. Outro exemplo: Experimente estudar depois do término de um relacionamento ou durante um período de grande ansiedade e estresse. O quanto você acredita que este conteúdo será compreendido?
Portanto, reconhecer que as emoções não podem ser isoladas do seu lado racional é o primeiro passo em direção ao que denomino “despertar da aprovação”. Estes dois lados são inseparáveis numa preparação que tem todas as chances de levar à aprovação. E a inteligência emocional faz parte da construção deste caminho e que exploro no meu novo livro, “Poder da Aprovação 2.0 – Passe na OAB e Concursos com Inteligência Emocional” pela Saraivajur. A partir deste reconhecimento quanto aos cuidados à saúde mental, é possível alcançar o que nós estamos propostos em lhe ajudar a conquistar: a tão sonhada carteirinha vermelha!
Sobre o autor
Marcelo Hugo da Rocha é escritor, professor e advogado. Mestre em Direito, pós-graduado em Psicologia Positiva e Coaching e graduando em Psicologia, possui mais de 100 livros publicados.
Live “Passe na OAB com Inteligência Emocional”
Gostou do tema e quer saber mais? Veja a live com o autor e professor Marcelo Hugo no canal da Voomp no YouTube!