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Como é a vida de um jornalista correspondente de guerra?

Vivemos um contexto de relativa paz mundial. A existência de instituições de função diplomática como a Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo,  ajudam a amenizar o impacto dos conflitos políticos que acontecem ao redor do mundo. No entanto, determinados confrontos ainda eclodem com uma certa frequência, o que, por sua vez, requere a ativação de uma rede de jornalistas especializados neste tipo de cobertura noticiosa.

Em reportam publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, correspondentes compartilham pequenos relatos de suas experiências em campo. A matéria traz ainda questões referentes à importância social deste profissional. Afirma-se que a profissão é responsável por estabelecer conexão entre diferentes países, bem como pela tradução de culturas e tradições.

Ademais, com a retomada do regime Talibã no Afeganistão, as curiosidades com relação ao papel dos correspondes de guerra voltam a surgir. Isso se deve ao fato de que acontecimentos como esse envolvem uma série de questões que muitas vezes são desconhecidas por populações de outros países. Nesse caso, os profissionais comunicadores são de extrema importância, pois serão os porta-vozes do mundo.

Deste modo, o objetivo deste artigo é trazer alguns elementos relevantes que marcam a rotina desta profissão. A ideia é que os interessados pelo tema possam visualizar com facilidade como é o trabalho de um correspondente de guerra. Acompanhe com a gente.

O que é um correspondente de guerra?

Antes de tudo, é necessário compreender exatamente o que seria considerado um “correspondente de guerra”. Conforme consta nas definições do dicionário online Michaelis, a expressão correspondente de guerra significa “jornalista especializado em fazer cobertura de conflitos e/ou de guerras”.  A partir deste ponto de vista, é possível perceber de antemão que guerra e conflito não correspondem ao mesmo significado. Por conflito podemos chamar tudo aquilo que envolve oposição de interesses, ao passo que a guerra envolve um conflito armado. Isto é, tensões que se resolvem de maneira não diplomática e com uso de instrumentos violentos.

Assim, um correspondente de guerra seria um profissional especializado em conflitos não pacíficos. Essa distinção é importante de ser feita porque muitos jornalistas atuam como correspondentes, mas não trabalham com temas desta ordem e natureza. A exemplo disso, temos os repórteres que são acionados quando a pauta relata acontecimentos em outro país. Muitas vezes, esses jornalistas são mantidos em cidades estratégicas e que facilitem o deslocamento para outras regiões. Mas atenção, aqui cabe também outra diferença: correspondente internacional é diferente do jornalista enviado especial!

Os jornalistas que são correspondentes internacionais se especializam em eventos estrangeiros. Logo, eles podem ser requeridos para cobrir conflitos como protestos, reuniões diplomáticas, discursos presidenciais etc. No entanto, entende-se que um jornalista habilitado para cobrir fatos de guerra deve receber outro tipo de treinamento e preparação. Isso porque os riscos e os danos psicológicos devem ser evitados ao máximo. Mas, para isso acontecer, o profissional precisa saber lidar com todas as situações de maneira ética e responsável.

Habilidades necessárias para trabalhar em zona de conflito

A atuação de um correspondente de guerra vai além de tornar público os acontecimentos do mundo. Os profissionais desta área devem ter um amplo conhecimento do território em que irão trabalhar. Esse conhecimento diz respeito a aspectos culturais, geopolíticos, econômicos e sociais. Somado a isso, também deve-se respeitar os códigos de conduta ética da profissão e saber manejar situações de risco e negociação.

Desta forma, listamos características e habilidades que devem ser desenvolvidas por um jornalista correspondente de guerra:

  • inteligência emocional
  • persistência em uma rotina árdua
  • concentração em meio ao caos
  • responsabilidade profissional
  • sensibilidade social
  • conhecimento das normas do Direito Internacional Humanitário
  • respeito pelas fontes
  • agilidade para fazer a cobertura
  • capacidade de improviso
  • eficiência na construção de rede de contatos
  • disponibilidade integral
  • domínio de outros idiomas
  • ideal: formação em Jornalismo

Esses são alguns dos principais requisitos esperados em um profissional especializado em conflitos. Lembrando que essa profissão deve levar em conta, sobretudo, o interesse público e a pertinência dos fatos relatados. Sob essa perspectiva, é muito importante estar consciente de todos os perigos antes de focar um emprego na área.

Um cenário de conflito armado não oferece riscos somente àqueles que estarão na “linha de frente”. Por serem questões delicadas, que geralmente envolvem uma gama de atores envolvidos, muitos conflitos de interesse acompanham todo o conflito. Nesses casos, o jornalista pode ser visto inclusive como um inimigo. A julgar por essa realidade, a escolha desta profissão deve ser guiada por valores que compreendem mais do que uma admiração pelo trabalho.

Muitos filmes relatam o correspondente e os jornalistas de maneira romantizada. Isso não é errado, pois se trata de um mercado de ficções. No entanto, o dia a dia de um profissional que está imerso no conflito não é nada fácil. Assim, reforçamos a importância de levar em consideração todos os itens que listamos acima. Pois essas habilidades deverão ser desenvolvidas e reforçadas ao longo do exercício da carreira.

Rotina do correspondente de guerra

Agora que você já compreende toda a dimensão deste ramo do Jornalismo, traremos os elementos que permeiam a rotina de um correspondente de guerra.  De um modo geral, o que se espera de um jornalista é que ele disponha de capacidades suficientes para colher informações. Isso porque o produto principal da atividade jornalística é justamente a matéria ou a reportagem. Nesse aspecto, a vida de um correspondente não diferente muito da rotina de um jornalista convencional. O que acrescenta tonalidades distintas à profissão do correspondente de guerra é justamente o contexto e o “jogo de cintura” para lidar com o conflito.

Acontece, porém, que tudo que será feito por um jornalista em cenário de guerra irá exigir uma expertise maior, já que o profissional terá mais riscos e estresse para executar as funções básicas. Ainda assim, pode-se dizer que a rotina deste profissional envolverá registros, gravações, coletas de informação, entrevistas, mediação via fontes e informantes e, principalmente, diplomacia e negociações por relatos oficiais. Todas essas tarefas são essenciais porque oferecerão os materiais para que o mesmo possa redigir seu conteúdo. O jornalista pode também atuar como repórter televisivo, não ficando restrito apenas à reportagem escrita.

Por fim, notamos que o que confere particularidade à rotina do correspondente de guerra são os próprios conflitos. Eles é que adicionam dificuldades, sejam elas psicológicas ou de execução técnica das atividades.  Mas, independente disso, o mercado de notícias permanece essencial e tem um valor humanitário muito estimado, já que o nosso conhecimento de mundo depende destas mediações feitas pelo jornalismo internacional.

Esperamos que o artigo tenha oferecido informações suficientes para suprir as suas dúvidas. Para ficar por dentro de outras profissões, acesse nosso site clicando aqui.

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