Aposto que você já ouviu falar sobre o tal QI, o quociente de inteligência. No entanto, com a evolução da sociedade e seus novos requisitos de atuação e adaptabilidade outros tipos de quociente passaram a integrar essa “medição” de nossas qualidades. Como por exemplo o QA, um novo quociente que avalia o potencial de adaptabilidade.
O Quociente de Adaptabilidade, cada vez mais procurado pelas empresas, é a capacidade de desempenhar novas funções de forma flexível e resiliente.
O QA está cada vez mais tomando espaço no mercado de trabalho, por isso, é preciso entender como esse novo quociente funciona e quais são as principais características avaliadas nesse kit de habilidades desejadas.
No entanto, é necessário compreender quais são os quocientes de avaliação e quais são seus objetivos.
O que você verá neste artigo:
QI: Quociente de Inteligência
O QI, abreviação da definição Quociente de Inteligência é uma medida expressa por meio de um número. Os testes para a obtenção desse resultado numérico expressam a capacidade intelectual de um indivíduo, utilizando como base critérios de referências e comparações. Desta forma, é estabelecido uma relação entre sua idade mental e cronológica.
Com origem na China, a medida começou a ser considerada pela comunidade cientifica no século XX. Neste período, diferentes tipos de métodos foram elaborados para a avaliação da capacidade intelectual. No entanto, entre todas as técnicas desenvolvidas, destaca-se a de John C. Raven, publicada em 1938, a qual se baseia em diversos testes verbais e de execução. A partir deles é possível gerar uma pontuação que classifica a QI do indivíduo.
Não existe um tipo de inteligência universal
Embora os testes de QI sejam amplamente difundidos e utilizados no mundo todo, é importante ressaltar que não existe uma inteligência única e universal. Esse tipo de medição demonstra habilidades mentais, verbais e logico-matemáticas, que fazem parte do desenvolvimento e contexto social de uma sociedade globalizada.
Os conceitos de inteligência e desenvolvimento de um indivíduo variam de acordo com a organização social em que a pessoa se ambienta.
Por exemplo, para um grupo de aborígenes, uma pessoa com um QI alto não será necessariamente considerada inteligente. Justamente em decorrência ao dia a dia do grupo e, as habilidades consideradas crucias para eles podem não comtemplar as características que a sociedade urbana prega.
QA: Quociente de Adaptabilidade
O Quociente de Adaptabilidade diz respeito a capacidade do indivíduo de crescer profissionalmente baseado em sua habilidade de adaptação, criatividade e resiliência.
Esse novo tipo de inteligência tem tomada cada vez mais espaço nas entrevistas de emprego, já que contempla as principais características do mercado globalizado, que está em constante mudança e atualização.
O profissional que é considerado dentro desse quociente está preparado para as novas demandas mercadológicas e pode inclusive, desenvolver-se mais do que um funcionário com um QI alto, por exemplo. Afinal, como defende Amy Edmondson, professora de Administração da Harvard Business School, existem verdadeiros gênios rígidos e avessos a mudanças.
Ter um bom QI e pouco ou nenhum QA pode significar um bloqueio e dificuldade de adaptar-se ao desempenho de novas funções.
QA: cada vez mais utilizado por empresas
De acordo com um levantamento realizado pela International Business Machines, 5.670 grandes executivos do mundo todo classificam as habilidades comportamentais mais importantes para a força de trabalho. Ainda de acordo com os empresários, sobressai-se as características de flexibilidade, agilidade e adaptabilidade.
Ao contrario do QI, o QA ainda não possui testes fixos e um resultado numeral. No entanto, diversas empresas empregam algumas técnicas em suas entrevistas para conseguir classificar o grau de criatividade e adaptabilidade do entrevistado.
Will Gosling, líder em consultoria de capital humano da Deloitte no Reino Unido informou que a empresa tem obtido excelentes resultados após adotar testes de QA.
De acordo com ele, é apresentado aos candidatos um cenário onde a Deloitte organiza um triatlo para os funcionários, no entanto, alguns colaboradores ficam relutados para participar, cabe ao entrevistado apresentar técnicas de como ele estimularia os colegas a se juntarem à equipe.
Outro ponto avaliado é ter no currículo boas experiências em diferentes setores e áreas, mostrando versatilidade.
As outras três formas em que o Quociente de Adaptabilidade pode se manifestar é por meio de perguntas simples e respostas bem elaboradas. Tais como se o indivíduo consegue vislumbrar versões do futuro, fazendo sempre perguntas utilizando o “e se”.
Desta forma, será possível observar a capacidade de se desprender de informações e desafiar os pressupostos. Outra forma é observar se a pessoa possui um perfil explorador, em busca de novas experiências e oportunidades.
É possível aumentar o QA?
Embora seja difícil de mensurá-lo, de acordo com os especialistas é possível aumentar o Quociente de Adaptabilidade.
Todos nós possuímos características de personalidade que contribuem, ou não, para o nosso desempenho profissional.
De acordo com Penny Locaso, fundadora da BKindred, empresa australiana da área da educação. Algumas pessoas possuem naturalmente personalidades mais corajosas e curiosas. O que explica a facilidade em se adaptar rapidamente a diferentes tipos de situações e ambientes.
No entanto, a especialista ressalta que situações cômodas podem sim diminuir essa capacidade de adaptabilidade natural.
Se você não se identifica com os traços citados anteriormente, não é preciso se desesperar. Ainda de acordo Penny, é possível aumentar essa capacidade de três simples formas. Confira.
- – Limite as distrações e aprenda a se concentrar no mapeamento das adaptações que devem ser feitas.
- – Faça perguntas desconfortáveis, como pedir um aumento salarial, para desenvolver coragem e normalizar o medo.
- – Estimule sua curiosidade por coisas fascinantes e busque respostas sobre elas em conversas com outras pessoas.
Procure as respostas que você procure dentro da sua própria cabeça. Por mais estranho que possa parecer, deixar de lado o Google faz com que o nosso cérebro se empenhe para encontrar soluções e indagações que propomos a nós mesmo.
A internet e toda a informação na palma das mãos pode deixar o seu cérebro preguiço. Como consequência, isso pode diminuir o seu Quociente de Adaptabilidade. Por isso, cuidado com as distrações.
Adaptação é a palavra do futuro
É nítido que a sociedade enfrenta grandes mudanças em suas configurações de trabalho, compra e relacionamentos. A influência do dinamismo digital tem mudado os processos e consequentemente, as produções.
Por isso, a tendência é que o Quociente de Adaptação tome cada vez mais espaço.
Por exemplo, algumas profissões poderão ser substituídas por automação. Como por exemplo, áreas que envolvam detecção de dados.
Um advogado que revisa documentos legais, ou um médico responsável pela busca do histórico de pacientes podem perder espaço de atuação.
Desta forma, cabe ao profissional adaptar-se aos novos meios e encontrar formas de desempenhar bem novas funções. E os que possuem um bom Quociente de Adaptação, com certeza sairão na frente.
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