Você já se perguntou como a comunicação não-violenta pode te ajudar na carreira profissional – e na vida? Este artigo veio para você, querido leitor, com a ideia de esclarecer alguns pontos relacionados à CNV e como ela pode ser uma propulsora de um ambiente de trabalho gentil e empático.
Também, iremos te contar as premissas e situações relacionadas a comunicação não violenta. Partiu compreender como a comunicação não-violenta pode te ajudar?
O que você verá neste artigo:
A comunicação como caminho
O ser humano é um ser social. E, neste aspecto, cientistas da evolução relatam que, ao passar do tempo e dos processos de seleção natural, o homem foi desenvolvendo físico e mentalmente, estruturas corpóreas e mentais relacionadas à comunicação.
Ainda, percebe-se, diante da evolução do gênero Homo, o desenvolvimento da região do córtex cerebral, relacionado a comunicação. Essas, são as chamadas áreas de Wernick, responsável pela elaboração da fala e/ou expressão; e área de Broca, encarregada da compreensão e associação de informações.
Logo, o homem sempre teve empenho fisiológico para expressar e se fazer entender. Assim, pontuar essa análise científica e antiquíssima é necessário para retomarmos e darmos o devido valor a prática de comunicar.
Desse modo, a comunicação é o caminho desde sempre. Seja tanto para caçar e criar pinturas rupestres, quanto para desenvolver softwares e aplicativos, por exemplo. Ambas tem seu valor e demandam da troca e da comunicação.
Mas, se a comunicação é o caminho, porque falhamos ao nos comunicarmos?
Antes de mais, deve-se compreender um contexto histórico mundial: o homem é tão bom em comunicar, mas tão bom, que ele é capaz de segregar.
Isso, é fundamental para entendermos que a “falha” da comunicação depende de uma perspectiva. Sob a ótica da generosidade, empatia e respeito, falhamos miseravelmente todos os dias.
Mas, sob a ótica da efetividade da expressão, não há como negar o sucesso. Não à toa, diante dos próprios interesses, o homem descobriu a partir do poder da fala e da compreensão, como criar os seus “exércitos”.
Então, aqui usaremos da comunicação não-violenta para criar pontes. Por fim, iremos recuperar a estrada principal e te mostrar por A+B que a fala humanizada é gentil e gera integração, não segregação.
O que é comunicação não-violenta?
Agora, compreenderemos o conceito, para assim perceber como a comunicação não-violenta pode te ajudar, certo?
A princípio, a CNV, abreviação de comunicação-não violenta é inspirada em grandes líderes como Gandhi e Martin Luter King. Estes, travaram e venceram batalhas complexas através de resistência e outras práticas pacíficas.
Diante disso, norte-americano Marshal Rosenberg, psicólogo, desenvolveu as tais habilidades de comunicação. Assim, ao observar as atitudes não-violentas dos líderes mencionados, implantou esses métodos na fala cotidiana.
Assim, nos anos 60, Marshall seguia sua carreira acadêmica visando o estudo do comportamento humano violento em diversos contextos. E, através destes estudos, buscava construir as tais pontes de paz, abertura de fala e escuta.
Desse modo, mesmo com o seu falecimento em 2015, a CNV só cresce. Sendo hoje, utilizada em grandes empresas, escolas, instituições e em quaisquer relações afetivas.
Por fim, a comunicação não-violenta diz respeito ao estabelecimento de uma conexão através da expressão. E, há métodos para tal estabelecimento empático, nos quais observaremos nos tópicos a seguir.
A comunicação não-violenta na prática: como aplicá-la na carreira profissional?
Essa ferramenta poderosíssima pode te ajudar em todos os âmbitos da vida. Então, veremos na prática, como a comunicação não-violenta pode te ajudar.
Em primeiro lugar, você tem de querer. Não basta aprender os métodos e não desejar, genuinamente, conectar-se com o outro para entender as suas necessidades.
Neste contexto, a CNV parte do pressuposto que toda comunicação agressiva e impositiva vem de uma necessidade não atendida. E, a ideia, portanto, é que essa necessidade seja explicitada e se possível, atendida.
Ou seja, o que há por trás de uma fala violenta?
Também, vale pontar, que não se deve confundir violência de incômodo. Ainda que o incômodo possa ser dito e o outro, se possível, resolva ceder ao que te incomoda, as duas coisas não são sinônimas.
Uma situação clássica é, por exemplo: no ambiente de trabalho, durante o horário do café, os colegas se encontram e conversam sobre tudo. Um deles, não gosta do jeito que a pessoa fala, pois considera “muito alto”.
Ainda, esse desagrado que acaba por tornar-se acumulativo, gera desconforto e incômodo. E, em uma determinada situação, o colega que se sente incomodado com o tom de voz do outro, em um dia de estresse, direciona uma fala claramente violenta ao colega que o incomoda.
Ou seja, esse desagrado, que antes era só um incomodo, tornou-se uma agressão. Assim, apesar de incômodo e violência não serem a mesma coisa, pode servir de atalho.
Por fim, se o colega agredido conhecer a CNV, possivelmente buscará conectar-se ao agressor para entender a origem do problema. Uma das perguntas realizadas para essa comunicação é: qual é a sua necessidade?
E, a ideia é que através do diálogo, as coisas se esclareçam e até, modifiquem. Assim, confira cada uma das etapas utilizadas no método de aplicação da CNV.
Observação e escuta
Esse é o momento da criação de consciência sobre uma situação. Assim, deve-se observar as dinâmicas e as narrativas que envolvem o conflito. E, portanto, a possibilidade de resolução.
Questionar, indagar e entender
Esse é, possivelmente, o passo mais difícil. A chave para esse passo é a empatia. Somente com empatia é possível entender a emoção que está sendo transmitida através daquela fala e/ou comportamento.
Compreensão e demanda
Compreender a necessidade alheia não significa que você deve aceitá-la, mas sim, você deve escutar. Todo mundo tem uma necessidade e uma bagagem.
A CNV não vai te fazer sair de mãos dadas com quem acabou de te ofender, mas sim, criar uma ponte entre o seu comportamento ou expressão e o outro. Você também não precisa mudar a sua personalidade.
Por fim, a CNV acredita haver um caminho intermediário entre conflitos. E que esses, atendam as necessidades das partes da forma mais humana possível.
Solicitar e argumentar
Essa etapa é bastante técnica. Digamos que, no seu ambiente de trabalho, o seu colega fale “você tomou todo o café, que droga!” e você responde “mas, estou fazendo mais café para todos”. E, ainda sim, seu colega permanece bravo e irritadiço.
Depois disso, você, bom entendedor de CNV, questiona: você está chateado ao tomar a última xícara de café? E o seu colega responde: não, não estou chateado. Mas, outro dia, você deixou um copo sujo na pia. E também, apagou a luz do banheiro quando eu estava usando.
Aí, você compreende que a origem do conflito não é o café, mas sim um conjunto de situações incômodas. Desse modo, você tenta destrinchar a situação até encontrar o âmago e assim, resolve-la.
Digamos que, por fim, o seu colega aponte que você costuma fazer bagunça no ambiente de trabalho e isso o desagrada, pois, ele tem de arrumar tudo sozinho, afinal é o último a sair do escritório. Ou seja, a última xícara de café foi apenas o estopim.
Sendo assim, a CNV te ajuda a se autocorrigir, perceber suas falhas e deslizes. Dificilmente o conflito é aleatório, sempre há uma bagagem por trás, que pode te envolver ou não. Mas, apenas criando pontes, será possível compreender o quanto aquilo te pertence. E, ainda, é uma forma de tornar o mundo um lugar mais generoso com o próximo e consigo.
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Até logo, querido leitor!