Fixar a atenção nas suas obrigações é quase impossível e, por isso, você resolveu procurar entender como aplicar a técnica mindfulness para estudar? Você está no lugar certo. Então, não se deixe atrapalhar pelas distrações, ignore momentaneamente as notificações dos aplicativos… e boa leitura!
O que você verá neste artigo:
Quem precisa disso?
Se você se sente culpado por não conseguir ser mais produtivo e fazer os seus momentos de estudos renderem mais, saiba que não está sozinho. As distrações são muitas na vida corrida da atualidade. E, em decorrência disso, boa parte das pessoas está vivendo basicamente em modo automático.
Segundo artigo do Uol, em boa parte do tempo não estamos prestando atenção no que fazemos. A matéria traz um estudo publicado na Science, em que pesquisadores da Universidade de Harvard (EUA) apontam como sendo 46,9% o número relativo ao tempo em que não estamos prestando atenção no que fazemos. Mas a técnica mindfulness vai evitar que isso ocorra com você na hora de estudar.
O que é a técnica mindfulness?
Em tradução livre, mindfulness seria, no português, algo como atenção plena. Esse é, em síntese, o objetivo dessa que é uma técnica bastante antiga, com inspiração budista. Na prática, ela se refere ao deslocamento do foco de atenção para aquilo que está sendo vivido.
Em atenção plena, as preocupações com passado e futuro são eliminadas. Elas dão lugar a uma consciência voltada ao “agora”. Isso ocorre por meio da percepção de sentimentos, sensações e ambiente. Ou seja, a técnica mindfulness é perfeita para quem não está conseguindo sentar e estudar com qualidade.
Quando pensamos em concentração, manipular o foco pode ser algo bem abstrato. Mas, nesse caso, utiliza-se uma noção bem concreta. Ao olhar para o aspecto material do que lhe cerca, o sujeito passa a tomar as rédeas do seu pensamento. E, com isso, dissipar toda aquela confusão típica das mentes agitadas.
Com essa tomada de consciência, poderíamos dizer metacognitiva, você conseguirá combater dois grandes problemas dos estudantes. Com a cabeça cheia de coisas, muitas vezes, o efeito prático é o da paralisia, e os pensamentos não produzem nada. Por outras, o cérebro se ocupa de frentes de atuação distintas, o que não desenvolve especificamente a área que se pretende evoluir. Nos dois casos, os resultados para um estudante tendem a ser péssimos.
Como aplicar a técnica
Você definiu que vai começar a estudar e não está conseguindo se concentrar? É hora de aplicar a técnica. Para começar, você deve se concentrar em você mesmo. Comece prestando toda a sua atenção na sua respiração.
Inspirando e expirando bem devagar, pensando apenas neste movimento sereno, você perceberá uma desaceleração dos seus batimentos cardíacos. Faça isso até que sua mente esteja vazia. Ou seja, faça isso até estar com raciocínio focado apenas naquele instante vivido.
Para alcançar essa calma, você pode fechar os olhos. Busque eliminar, se possível, as interferências externas. Um ambiente calmo vai lhe ajudar. Tendo controlado a ansiedade, você poderá iniciar os seus estudos com calma.
Treinando a técnica mindfulness
Se você está procurando uma forma para se concentrar melhor, certamente reconhece a importância de se preparar para fazer algo. Pois bem, a técnica mindfulness, quando pensada para estudar, não é diferente. Então, vamos entender como é possível fazer exercícios para conseguir qualificar essa meditação.
Especialistas dizem que se pode começar pelos momentos triviais do cotidiano. Ao secar o corpo após o banho, por exemplo, a maioria de nós nem pensa sobre como mover a toalha. Trata-se de uma tarefa feita no automático. A sacada aí seria pensar sobre esses movimentos. Talvez, escolher uma ordem de secagem diferente daquela que é feita sempre. Outro ponto importante pode ser a percepção das sensações dessa ação. Pensar na maciez da toalha, nas partes do corpo que estão molhadas, naquelas que vão ficando secas.
O mesmo pode ser aplicado a várias outras tarefas de sua rotina. Escovar os dentes, fazer um exercício leve, dirigir e por aí vai. O importante, aqui, é combater o automatismo em pequenas pílulas diárias. Isso fará com que você se acostume com a dinâmica de se concentrar totalmente em uma tarefa.
A tendência é que esse seja um exercício mais leve, fácil de executar. Mas mesmo ele imporá desafios e, eventualmente, você poderá perceber sua mente em fuga daquele momento e espaço. Nesse caso, é importante retomar a dinâmica, tomando consciência de como o foco se perdeu.
Depois desse começo, é hora de fazer algo mais sistemático. Além dessas práticas mais triviais ao longo do dia, também é importante realizar um exercício mais duradouro. Não há tempo máximo, nem mínimo. Nesses casos, o importante é que isso faça parte da rotina.
Passo a passo para meditar
Você definiu o horário em que vai treinar a técnica do mindfulness para depois estudar? Já organizou os objetivos que pretende cumprir dentro de um certo período de estudo? Então, pode começar a meditação. Para isso, siga alguns passos.
Para começar, elimine as interferências o tanto quanto for possível. Se puder ficar sozinho, isso pode ser fundamental. Evite não só as interações físicas, mas também aquelas que estão em seu celular ou em sua TV. Evite as dispersões de um modo geral.
Cuide da ergonomia. Posicione-se de maneira confortável onde for se sentar. Se possível, opte por uma iluminação adequada. E feche os olhos, se quiser. Sem ser incomodado pelos fatores externos, você terá uma chance muito maior de conseguir a concentração desejada.
Com o ambiente pronto, é hora de observar as sensações corporais. Para isso, pense no conforto da cadeira ou cama sobre a qual você repousa. Perceba como os tecidos tocam a sua pele. Note a temperatura da sua pele.
Perceba a sua respiração. Compreenda o ritmo, controle-o. Inspirando e expirando profundamente, com calma, veja como seu corpo reage. Sinta como o ar entra pelas narinas, como o tórax e o abdômen se movem, bem como as alterações nos batimentos cardíacos. Depois de controlar a respiração, volte ao início e às sensações corporais. Com isso, será possível encerrar o exercício e se perceber preparado para a tarefa desejada.
Outros exercícios para o mindfulness
Há muito os especialistas dão conta de que os exercícios físicos são ótimos aliados na busca pela saúde mental. Quando se trata do mindfulness, a caminhada ganha destaque. Isso ocorre porque ela pode ser feita de forma meditativa, quando você concentra a sua atenção justamente em tudo o que envolve este exercício.
Outro momento que pode ser muito bem aproveitado no intuito de buscar essa paz é a refeição. Quando a comida disputa a atenção com as notícias e memes, a tendência é que a ingestão dos alimentos se dê de forma automatizada. Ao contemplar cada mordida, você conseguirá sentir a experiência que os alimentos podem te oferecer. E isso vai trazer mais calma do que você imagina.
E, por fim, aproveite a natureza. Pise sem calçados na grama, se possível. Escore-se em uma árvore. Ouça com atenção o canto dos pássaros. Essas podem ser tarefas difíceis para quem vive em uma grande metrópole, mas, com um pouco de esforço, você certamente encontrará essa conexão.
As vantagens do mindfulness para estudar
Uma pessoa capaz de viver o aqui e agora consegue aproveitar muito melhor a vida. É mais feliz, segundo pesquisas, conforme mencionamos antes. Mas, e ao estudar, como a técnica mindfulness se reflete?
Bom, podemos começar com a qualidade do estudo. Você já deve ter ouvido de alguma pessoa sobre uma noite inteira de estudos que não serviu de nada. Não é incomum que alunos se queixem de ter um branco numa prova mesmo que tenham feito uma longa jornada antes de uma prova.
Os motivos podem ser variados, mas a explicação provável para um branco passará pela qualidade desse estudo. Um aluno sob estresse tende a absorver um número baixo daquilo que estudou. Da mesma forma, horas e horas de leitura, acompanhadas de muita ansiedade e nervosismo, tendem a produzir péssimos resultados.
Estudar nessas condições é como colocar água em um balde furado. No dia seguinte, não importa que a dose do líquido tenha sido grande, o recipiente estará vazio. Por outro lado, ao desenvolver esse equilíbrio, os furos são tapados. Assim, utiliza-se a redução do estresse e o controle da ansiedade e do nervosismo para o aumento do foco.
Com boas doses de descanso e muita concentração, o aluno pode tem uma melhora da memória e da memorização dos assuntos estudados. Além disso, a prática também oferece o desenvolvimento da inteligência emocional e a regulação do sono, pilares importantes não só para o estudo, mas também para a aplicação dos conhecimentos adquiridos.
Buscar orientação pode ser necessário
A meditação, como basicamente qualquer coisa, depende de treino. Com o a técnica mindfulness e a qualidade na hora de estudar, não é diferente. No começo, as dificuldades podem surgir, mas seguir tentando, com paciência, é o melhor caminho.
É como na academia: ninguém espera que um aluno levante todo o peso disponível em seu primeiro dia. O cérebro, assim como o bíceps, por exemplo, precisa ser exercitado para se desenvolver e melhorar.
A falta de evolução pode demonstrar um problema importante. Para ficarmos no exemplo da academia, você pode estar fazendo um movimento errado. É algo que pode estar à margem de sua percepção. Para isso, um bom treinador pode ser a solução. Talvez você precise de um profissional especialista da meditação, ou mesmo um aplicativo voltado para essa área.
Ainda com o paralelo em relação ao exercício físico, você pode estar apresentando um aspecto físico disfuncional. Assim como um ligamento pode precisar ser curado com uma cirurgia, um problema mais sério pode estar por trás de sua falta de desempenho nos estudos. Nesse caso, a melhor opção é buscar auxílio especializado com profissionais da saúde mental.
E então, gostou do que leu até aqui? Você pode seguir aprendendo a estudar melhor. Não deixe de ler o nosso artigo que dá sete dicas para uma produtividade plena.
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