Você que acabou de prestar o Enem pode até não se recordar, mas certamente respondeu a algumas questões que se referiam a área da Sociolinguística. A princípio, essa disciplina da Linguística, pode cair no Enem no caderno de “Linguagens, Códigos e suas Tecnologias”.
Então, para te ajudar a se lembrar destas questões, ou ainda, para te auxiliar na preparação para o exame, neste artigo, te contaremos um pouco a respeito da sociolinguística e principalmente, como esse conteúdo pode cair no Exame Nacional do Ensino Médio. Vamos em frente?
O que você verá neste artigo:
O que é Sociolinguística?
A Sociolinguística, assim como outros campos de estudo, é permeada por muita discussão. Embora a disciplina não tenha tido sua origem no Brasil, ela se consolidou como uma das áreas mais importantes nos estudos linguísticos em nosso país. Este campo teórico estuda a relação entre a língua e a sociedade, ou seja, descreve como fatores externos influenciam na diversidade e na heterogeneidade linguística.
Os sociolinguistas reconhecem que uma língua natural, como o português, por exemplo, sofre mudanças em sua forma. Acreditam que essas pequenas transformações se dão em razão de fatores externos à própria linguagem, tais como o ambiente sociocultural, a geografia, a história e a situação de fala em que o falante está inserido. Logo, cada grupo social produz uma variante muito específica da nossa língua portuguesa.
Sociolinguística: o que são variações linguísticas?
Um dos focos da Sociolinguística é o estudo das variações linguísticas. Assim, por meio destas pesquisas podemos entender porque uma mesma língua sofre pequenas modificações.
Este fenômeno é inerente a todas as línguas naturais e ocorre graças a uma característica comum a todas elas; a flexibilidade. Um exemplo clássico de mudança na língua portuguesa é o da palavra “você”. O vocábulo que um dia já foi “Vossa Mercê” e “vosmecê”, atualmente é “você”, e convive também com as formas “ocê” e “cê”. Podemos dizer que esta foi uma variação histórica, diacrônica. Houve, portanto, mudança na modalidade escrita e falada.
No entanto, nem só de variações diacrônicas vivem as línguas. Você certamente já deve ter notado a diferença em algumas palavras em razão da região do país em que são pronunciadas. Deve ter se impressionado com expressões diferentes para se referir a um mesmo referente.
Isso acontece pelas línguas serem dinâmicas e suscetíveis a mudanças. Desta forma, a região geográfica, onde se reúnem uma concentração de falantes (de uma mesma língua), pode ser responsável pela produção de uma certa modalidade de linguagem. Por isso, muitas vezes nos surpreendemos com os usos de uma palavra em certas localidades do país.
Ao nível de curiosidade, o que uns conhecem por “mandioca”, outros conhecem como “aipim” ou “macaxeira”. A variação regional ou diatópica é muito comum. Mesmo em um mesmo estado as nuances são perceptíveis.
Como já dissemos, a idade, o sexo, a classe social e também o contexto de comunicação são responsáveis pelas variações na língua. Por isso, é muito importante refletirmos a respeito dessas mudanças, e fugirmos do preconceito linguístico. Mas, te contamos mais a respeito no próximo tópico.
Sociolinguística e Enem: combate ao preconceito linguístico
É muito comum vermos pessoas ridicularizando e hostilizando outras em virtude do uso que fazem da língua portuguesa. Alguns acreditam que apenas a sua variedade linguística é adequada e subestimam outras tantas, que também são extremamente eficazes para o que se propõem, a comunicação.
As variações linguísticas são compartilhadas entre um grupo de falantes e atendem às necessidades comunicativas dessas pessoas. Logo, quem emite algum julgamento sobre o uso que algumas pessoas fazem da língua portuguesa, está praticando preconceito linguístico.
Como a Sociolinguística aparece no Enem?
O Enem é elaborado com a premissa de combater todo e qualquer tipo de preconceito social. Isto fica bem evidente, sobretudo, pelas temáticas escolhidas para a prova de redação. Assim sendo, é comum observarmos no exame algumas questões que abordam o preconceito linguístico em suas diversas manifestações.
Modalidade formal e informal
Os textos exploram as diferenças entre as modalidades formais e informais da língua portuguesa. Exigem dos candidatos uma reflexão a respeito das escolhas lexicais utilizadas pelos autores para conferir ao texto diferentes sentidos. A decisão pela exploração de uma ou outra variedade linguística pode agregar aos textos um tom humorístico, uma crítica social ou até maior credibilidade (provocado pelo uso de uma linguagem técnica ou terminológica).
Regionalismos
O Enem também costuma abordar os usos de expressões regionais nos conteúdos de linguagens. Nas questões é possível observar como algumas palavras ou termos são peculiaridades de um estado, ou região do país. Sendo assim, qualquer fato linguístico que demonstre alguma diferença com a variedade nomeada como “português brasileiro padrão” (variedade utilizada no eixo linguístico Rio/São Paulo) é tida como regionalismo.
Por isso, vale a pena ficar de olho nas características e usos linguísticos mais marcantes de cada região do país.
Variação histórica
A história também pode ser contada por meio dos diferentes sentidos atribuídos a uma mesma palavra. Por intermédio da linguagem podemos observar o contexto sócio-histórico que possibilitou um determinado uso e excluiu outro. Logo, é importante identificar quando esse fenômeno linguístico é abordado pelo Enem.
Conclusão
Como vimos, pode ser muito útil dar aquela conferida nas noções mais básicas da Sociolinguística para se preparar para o ENEM. Assim, você poderá ficar mais seguro para responder questões ligadas a nossa língua e ainda se inspirar para um possível tema de redação; “O preconceito linguístico no Brasil”.
Então, aproveite para ter mais dicas como essa! Preparamos para você conteúdos que realmente podem fazer a diferença em sua preparação para os vestibulares, para a escolha de uma carreira e também para sua vida acadêmica.