Os cursos de Engenharia possuem enorme prestígio. Entre os muitos motivos para isso, estão as múltiplas (e importantes) áreas de atuação, a alta procura pelas graduações nos vestibulares e, claro, o salários dos engenheiros profissionais. Entre as opções que despontam pela procura está a Engenharia Elétrica.
Você consegue imaginar a nossa vida sem eletricidade? Como viveríamos, atualmente, sem internet, luz elétrica, aparelhos eletrônicos diversos (do celular à geladeira)? A humanidade percorreu um longo caminho de pesquisa e inovação até chegarmos à eletricidade e eletrônica atuais. No meio desse caminho, a Engenharia Elétrica se tornou uma profissão, estudada e ensinada nas universidades.
Mas, você sabe quando foi que a Engenharia Elétrica se tornou uma profissão?
O que você verá neste artigo:
Breve história da eletricidade
O interesse científico pela eletricidade surgiu em meados do final do século XVII, através dos primeiros experimentos e demonstrações do poder da energia. Benjamin Franklin é considerado o “pai” da Engenharia Elétrica devido à sua criação, marco da área: o pára-raios, de 1752. A invenção de Franklin foi a primeira aplicação prática, porém, os estudos pioneiros da área remontam à antiguidade. Assim, a palavra eletricidade tem origem grega no termo élektron. Ademais, os progressos na área avançaram lentamente, despontando a partir dos estudos aliados à Física e à Matemática.
Nesse sentido, considera-se como o primeiro engenheiro eletricista o inglês William Gilbert, inventor do Versório, uma máquina capaz de detectar a presença de cargas estáticas. Aliás, foi também William quem cunhou o termo “eletricidade” e determinou a distinção entre magnetismo e estática. Assim, alguns anos depois das descobertas de William, o italiano Alessandro Volta identificou o eletróforo e desenvolveu a pilha voltaica, percursora da bateria elétrica como conhecemos atualmente.
Com o início do século XIX, intensificam-se as pesquisas sobre eletricidade, o que desenvolve profundamente o campo. Assim, o mundo, em meados de 1830, se depara com a agilidade nas comunicações. Logo, surgem o telégrafo e os cabos submarinos. Além disso, são padronizados os medidores de energia (volt, ampere, ohm e etc).
Nessa época, grandes transformações e avanços científicos também contribuem para o desenvolvimento da eletricidade. Assim, em 1882 Thomas Edison, o inventor da lâmpada elétrica, apresenta ao mundo a primeira transmissão de energia elétrica. E uma curiosidade brasileira: foi Thomas Edison quem trouxe a iluminação pública para o Brasil em 1879, a pedido de Dom Pedro II, em nossa capital da época, o Rio de Janeiro.
No mesmo período, também são desenvolvidas as turbinas a vapor, responsáveis pela energia elétrica de 80% do planeta. Além dessas, as primeiras comunicações por ondas de rádio e os primeiros experimentos elétricos dominam a atenção. Assim, das primeiras invenções com descargas elétricas até a criação de carros elétricos, a humanidade desenvolveu a tecnologia exponencialmente.
As primeiras faculdades de Engenharia Elétrica
O ensino de Engenharia Elétrica, inicialmente, foi oferecido em universidades e escolas técnicas por meio de disciplinas opcionais relacionadas aos currículos de Física e Engenharia.
A Escola Politécnica de Paris, na França, oferece as primeiras disciplinas de elétrica ainda em 1797. Ainda assim, apesar dos avanços, durante alguns anos a eletricidade ficou restrita a sub-área da Física. Apenas em 1885 surgem os primeiros cursos de graduação em Engenharia Elétrica em institutos tecnológicos prestigiados, a exemplo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Universidade de Cornell. A Universidade de Darmstadt, na Alemanha, foi a primeira a fundar um departamento específico para a Engenharia Elétrica.
Assim, através das universidades (que, após Darmstadt, começaram a oferecer graduação na área), a Engenharia Elétrica foi conquistando seu posto como uma das faculdades mais prestigiadas no mundo. E os engenheiros, por sua vez, encontraram mais um ambiente de estudo e formação profissional.
Ao longo das décadas nas quais o ensino de Engenharia Elétrica tem sido repassado aos futuros profissionais, as universidades oferecem currículos com conteúdos de base e com ênfase nas necessidades locais de cada país e região.
A primeira faculdade de Engenharia Elétrica no Brasil
Muitos não sabem, mas a primeira escola de Engenharia Elétrica do Brasil foi pensada e fundada por um advogado. Em meados do século XIX, o ensino de eletrotécnica era ainda insipiente no país. Por sua vez, a elétrica era considerada apenas um braço da Engenharia Civil. Além disso, os poucos profissionais que atuavam no país eram formados no exterior.
Foi nesse período que Teodomiro Carneiro Santiago, formado em Direito e administrador público, decide investir no papel da eletricidade para a educação e industrialização do Brasil. Ao considerar o potencial hidrelétrico do país, Teodomiro visualiza uma instituição focada na área, responsável por formar brasileiros em Engenharia Elétrica. Após visitar centros desenvolvidos na Alemanha, na França e na Suíça, por exemplo, Teodomiro volta ao país e funda, em 1913, a primeira instituição brasileira dedicada à Engenharia Elétrica – o Instituto Eletrotécnico de Itajubá, em Minas Gerais.
Na mesma época, já existiam desde 1911 as escolas politécnicas para engenheiros-eletricistas em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1901, por exemplo, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) criou a disciplina de eletrotécnica. Porém, o Instituto Eletrotécnico de Itajubá foi a primeira instituição dedicada à pesquisa e ensino superior da Engenharia Elétrica. Em 1956, o Instituto se federaliza e, em 1968, torna-se a Escola Federal de Engenharia de Itajubá (hoje, Universidade Federal de Itajubá).
Atualmente, a faculdade de Engenharia Elétrica é oferecida em dezenas de universidades e instituições de ensino no país, seja no âmbito público, seja na esfera privada.
E o que faz um engenheiro elétrico?
O engenheiro elétrico é responsável pelo desenvolvimento de sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Portanto, é o profissional que planeja, projeta, instala e opera instalações elétricas. Além disso, também é o responsável pela elaboração de projetos e estudos de otimização de energia com fontes renováveis.
Portanto, em seu trabalho, o engenheiro elétrico precisará acompanhar o uso da energia, trazendo soluções ao cotidiano das pessoas, indústrias e empresas. Com o avanço das novas tecnologias, as possibilidades de trabalho na área só aumentam. Além disso tudo, o Brasil é um país de grande presença hidrelétrica, o que chama a atenção desse profissional da área.