O estágio é, definitivamente, um dos momentos mais importantes na vida do universitário. Isso porque esse momento é o mais próximo que o estudante terá do mercado de trabalho no qual pretende ingressar. Portanto, a hora do estágio é sempre carregada de expectativas e possibilidades. Qual instituição escolher? Será que serei remunerado? Posso estagiar a partir de qual semestre/ano? Será que irei conseguir? Essas e muitas outras dúvidas passam pela cabeça do universitário.
No caso dos estudantes de Medicina, não é diferente. Um curso tão concorrido e tão promissor apresenta desafios do vestibular à formatura. Portanto, os futuros médicos querem saber: existe estágio em Medicina? Quando e como posso fazê-lo?
Para ajudar os universitários que estão com essas dúvidas nesta situação, a Voomp elaborou este conteúdo. Acompanhe!
O que você verá neste artigo:
Afinal, existe estágio em Medicina?
Sim, caro estudante. Existe, sim, o período de estágio em Medicina. Contudo, precisamos fazer algumas diferenciações para que você compreenda melhor o que o espera pela frente.
A primeira diferenciação necessária é a respeito das modalidades. Existem dois tipos de estágio: os obrigatórios e os complementares. No primeiro caso, a etapa de estágio é exigida pela faculdade e pelo curso para que o aluno se forme. Assim, as grades curriculares nas quais constam a disciplina de estágio obrigatório preveem um período para essa formação. Dessa forma, o estudante precisará passar por essa etapa e comprovar perante o curso para obter seu diploma. Contudo, no segundo caso, do estágio complementar, a atividade é facultativa. O estudante pode optar por realizar um estágio e muitos o fazem por questões profissionais. Afinal, é inegável a contribuição do estágio para a formação profissional.
Além disso tudo, importante destacar que os estágios (tanto o facultativo quanto o obrigatório) podem ou não ser remunerados. Muito importante que, ao optar por um determinado estágio, você procure por essas informações e verifique as possibilidades de estagiar com ou sem remuneração. Sempre preste atenção a essa demanda.
Assim, o futuro médico possui essas duas opções de estágio. No caso específico do estágio em Medicina obrigatório, uma nomenclatura o define: internato. Desse modo, o estudante de Medicina cumpre com a carga horária do estágio ao final do curso, nos dois últimos anos. Essa função o prepara para as atividades profissionais e para o ambiente de trabalho do médico. Portanto, o internato é o momento no qual o futuro médico irá testar e aperfeiçoar seus conhecimentos adquiridos nas salas e laboratórios do curso.
Internato não é o mesmo que residência!
Uma importante questão que não pode ficar de fora: o internato não é a mesma coisa que a residência médica. Isso porque o primeiro, como já explicamos, é o estágio obrigatório que todo estudante de Medicina deve fazer para concluir o curso. Contudo, no caso da residência, a mesma só pode ser realizada após a conclusão do curso superior. Logo, a residência funciona como uma pós-graduação, realizada após o curso de graduação (como exigido). Além disso, a residência visa especializar o médico formado em uma das especialidades da Medicina.
Outras diferenças entre o internato e a residência estão no período de realização, no tempo de duração, no foco de estudo e prática e nos valores das bolsas. Por isso, vamos identificar abaixo as especificidades de cada modalidade.
Internato
- Funciona como um estágio em Medicina. A duração média do curso de Medicina é de seis a sete anos. Os primeiros são dedicados à carga teórica e os dois últimos à residência.
- Tem duração de um ano e meio a dois anos.
- Realizado nos anos finais do curso.
- O objetivo é praticar a Medicina e os alunos passam por diferentes áreas e conhecimentos práticos.
- É realizado em hospitais-escola, ambulatórios ou UBS que tenham convênio com a universidade.
- A remuneração não é comum e, quando ofertada, é no valor de um salário mínimo.
- Os estudantes que realizam o internato fazem plantões e cumprem jornada intensa de trabalho. Não podem atuar desacompanhados de médicos e residentes.
- Com a conclusão do internato, o médico será generalista e poderá escolher se especializar ou não. Contudo, após esta etapa, já poderá emitir seu CRM, o registro junto ao Conselho Regional de Medicina.
Residência
- A duração é de dois a cinco anos, a depender da especialidade escolhida.
- É realizada após a conclusão do curso de Medicina, nos moldes de uma pós-graduação.
- O objetivo é especializar o médico em determinada área.
- É realizada em hospitais específicos após a seleção.
- O residente precisa ser aprovado em uma prova teórica e em uma prova prática no hospital ao qual se candidatou. A concorrência é considerável e, por isso, importante dar atenção ao currículo durante a graduação.
- Após aprovado, o residente atuará na área escolhida e se especializará nesse segmento. Alguns exemplos são: Psiquiatria,
- Apesar de funcionar como pós-graduação, residência não é o mesmo que especialização. Portanto, o médico, além de residente, poderá optar pela academia cursando mestrado e doutorado. Ou, ainda, realizar cursos de especialização (pós-graduação latu sensu) para adquirir mais conhecimento.
- Por exigir dedicação exclusiva, a residência oferece bolsas de R$ 3 mil reais, em média.
Como funciona o estágio obrigatório em Medicina?
Importante que o estudante conheça as exigências de seu estágio em Medicina. O mínimo de carga horária exigida é de 35% do total de horas do curso. No internato (estágio obrigatório em Medicina), como já apontamos, há locais nos quais os futuros médicos podem estagiar. Os internos – como são chamados – podem atuar em hospitais, ambulatórios, postos de saúde. Deve ocorrer nas redes estadual ou municipal de saúde e em hospitais e localidades próprias da faculdade (caso dos hospitais-escola) ou em instituições parceiras.
Durante o internato, o estudante aprenderá na prática as atividades básicas da Medicina, passando pela prevenção, tratamento e reabilitação dos enfermos. Assim, o futuro médico aprenderá a cuidar de seus pacientes, aumentando sua capacidade e suas habilidades conforme o período de internato avança.
Contudo, é importante reforçar que o plantão realizado pelo estudante de Medicina é de até 12h por dia/40h na semana. Além disso, o interno não pode realizar suas atividades se não estiver acompanhando de um supervisor responsável. Assim, por meio dessa orientação, tanto o interno quanto o paciente se sentirão mais seguros. E o futuro médico poderá aprender adequadamente a desempenhar suas funções.
As atividades do interno devem ocorrer no atendimento básico e nas instâncias de urgência e emergência. Assim, o estudante terá contato com a clínica médica, com atividades de saúde coletiva, obstetrícia, pediatria, cirurgia, ginecologia e muito mais. Por fim, após se graduar, o médico poderá optar por uma residência para aprofundar conhecimentos e se especializar na área de seu interesse.