Muitas pessoas têm dúvida entre ingressar em um curso técnico ou fazer um curso profissionalizante. Mas será que sabem diferenciar as características de cada um? Pensando nisso, decidimos apresentar 5 diferenças entre os cursos técnicos e profissionalizantes.
Antes disso, no entanto, independentemente do curso a ser escolhido, é importante refletir sobre o perfil que se espera do trabalhador atualmente.
Foi o que fizeram Lucas da Silva Martinez, Carina da Silva Prestes e Everton Fêrrêr de Oliveira no artigo “Educação profissional e tecnológica: Reflexões teóricas sobre trabalho e tecnologia a partir de Paulo Freire e Álvaro Vieira Pinto”.
Os autores analisaram, entre outros, o anseio do mercado com relação ao perfil do trabalhador, que precisa ter autonomia e conhecimento das tecnologias atuais.
Justamente por isso, independentemente do curso escolhido, a formação profissional precisaria garantir, ao adolescente, ao jovem e ao adulto, o direito de uma formação plena.
Tal formação precisaria então possibilitar o aprimoramento da sua leitura do mundo, fornecendo-lhes a ferramenta adequada para aperfeiçoar a sua atuação como cidadãos de direitos
O que você verá neste artigo:
Conheça as diretrizes nacionais dos cursos
Para começar, precisamos entender o que diz a legislação.
As diretrizes curriculares nacionais gerais para a educação profissional e tecnológica estão descritas na resolução CNE/CP nº 1, de 5 de janeiro de 2021.
Isso mesmo. Elas são definidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
Em seu artigo 4ª, a norma lembra ainda que, pelo Decreto nº 5.154/2004, a Educação Profissional e Tecnológica, é desenvolvida por meio de cursos e programas.
Entre eles, podemos destacar justamente o curso técnico e o curso profissionalizante.
Em primeiro lugar, estão os cursos técnicos, descritos pela legislação como cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio.
Pois é. Esse é o termo oficial, que inclui saídas intermediárias de qualificação profissional técnica e cursos de especialização profissional técnica;
Em segundo lugar estão os cursos profissionalizantes, denominados como cursos de qualificação profissional, incluindo os cursos de formação inicial e de formação continuada de trabalhadores.
1- Entenda a diferença com relação à autorização do MEC
Enquanto os cursos técnicos necessitam de aprovação do MEC, os cursos de formação inicial ou qualificação profissional – também conhecidos como cursos profissionalizantes – não precisam de tal autorização.
Consequentemente, os cursos profissionalizantes estão livres de algumas obrigatoriedades, podendo ter duração variável e serem abertos à comunidade.
Não há, portanto, exigência de escolarização e o aluno não precisa estar vinculado a uma ocupação.
Por isso, em vez de diplomas emitidos pelo MEC, como ocorre com os cursos técnicos, cabe às próprias instituições e redes de ensino emitir os certificados dos cursos profissionalizantes .
Basta, evidentemente, que tais documentos sejam emitidos nos termos da legislação e normas vigentes.
Quer saber quais são os cursos técnicos autorizados ou recomendados pelo MEC? Então consulte o catálogo nacional de cursos técnicos.
Aliás, como muitas formações tiveram seus nomes alterados, foi criada uma tabela de convergência.
É possível, assim, visualizar os nomes antigos e os novos nomes adotados.
2- Saiba mais sobre os diferentes conteúdos
O conteúdo é um dos aspectos mais relevantes na hora de diferenciar os cursos profissionalizantes dos cursos técnicos.
E devem ser considerados pelo aluno na hora de fazer sua escolha.
Se de um lado, o conteúdo dos cursos profissionalizantes é direto e tem por objetivo qualificar o profissional para uma atividade específica, por outro proporcionam uma formação mais superficial.
Por isso, é mais indicado para pessoas que já possuem uma formação básica e desejam atualizar seus conhecimentos.
Por outro lado, embora proporcione uma formação mais aprofundada, os cursos técnicos são mais longos.
Sua estrutura curricular abrange conteúdos práticos e teóricos e, geralmente, contempla a realização de estágio profissional supervisionado e trabalho de conclusão de curso.
Trata-se, portanto, de uma formação que deve desenvolver competências profissionais de nível tático e específico relacionadas às áreas tecnológicas.
3- Descubra como cada curso se organiza
Qualquer pessoa pode ingressar em um curso profissionalizante, sem a necessidade de estar matriculado no ensino médio.
As formações de cunho técnicos, por outro lado, são desenvolvidos de forma integrada com o ensino médio.
Ou seja: só pode ser ofertado a estudantes que ingressem nessa modalidade de ensino.
Conheça as modalidades de curso técnico:
- integrada: ofertada somente a quem já tenha concluído o Ensino Fundamental, com matrícula única na mesma instituição, de modo a conduzir o estudante à habilitação profissional técnica ao mesmo tempo em que conclui a última etapa da Educação Básica;
- concomitante: ofertada a quem ingressa no Ensino Médio ou já o esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada curso, aproveitando oportunidades educacionais disponíveis, seja em unidades de ensino da mesma instituição ou em distintas instituições e redes de ensino
- concomitante intercomplementar: desenvolvida simultaneamente em distintas instituições ou redes de ensino, mas integrada no conteúdo, mediante a ação de convênio ou acordo de intercomplementaridade, para a execução de projeto pedagógico unificado; e
- subsequente: desenvolvida em cursos destinados exclusivamente a quem já tenha concluído o Ensino Médio.
4- Saiba mais sobre as diferenças na oferta dos cursos
Os cursos profissionalizantes são geralmente oferecidos por empresas registradas no segmento de cursos.
Como já vimos, esse tipo de formação não precisa de autorização do MEC.
Além disso, tampouco as instituições que oferecem tais cursos estão estão sujeitas ao MEC ou às secretarias estaduais de educação.
Já os técnicos são oferecidos por instituições de ensino credenciadas.
No portal do INEP (Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), inclusive, é possível acessar um catálogo nacional de escolas.
O serviço permite até mesmo consulta por diversos critérios, inclusive o porte da escola.
Nós fizemos uma consulta e constatamos que existem no Brasil, atualmente, 6.510 escolas que oferecem Educação Profissional Técnica de Nível Médio.
Entre no portal e faça também a sua consulta.
5- Duração dos cursos: entenda as diferenças
O tempo de duração dos profissionalizantes livres difere muito dos cursos técnicos.
Enquanto os técnicos duram, em média, de 18 a 24 meses, os cursos livres podem durar poucas horas. Há cursos livres que variam de 8 a 200 horas.
Como são livres, as instituições de ensino que organizam podem escolher a carga horária livremente.
Tais formações, de curta duração, são indicadas para o período de férias, quando os estudantes podem aproveitar o tempo livre para uma qualificação extra.
Quer saber mais? Conheça também as profissões para quem deseja atuar na indústria de alimentos.