Por muito tempo a colonização de outros planetas do universo, dentro e fora da nossa galáxia, foi um dos principais temas abordados na ficção científica. Porém, com o avanço das tecnologias e novas descobertas da biologia, esse momento pode estar muito mais próximo do que esperávamos.
E para ajudar nesse quesito, existe uma área específica para esse tipo de pesquisa nas ciências biológicas: a Astrobiologia. Quer saber mais sobre o campo e como isso pode ajudar a humanidade a colonizar outros planetas? Então é só continuar a leitura do texto que preparamos para você!
O que você verá neste artigo:
Astrobiologia – estudando os organismos do espaço
De acordo com o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (Universidade de São Paulo), a astrobiologia é “uma recente área de pesquisa científica que estuda a vida no Universo, em conexão com o ambiente astronômico: sua origem, distribuição, evolução e futuro”.
Essa área também é conhecida como exobiologia, e nos ajuda a entender melhor como começou a vida no universo. Nos mostra quais os tipos de organismos existentes atualmente no universo, desde microrganismos até a possibilidade da existência de vida extraterrestre inteligente. Além disso, também analisa o que pode acontecer com a vida em todo o universo uma vez que nós já não estivermos aqui.
A astrobiologia utiliza disciplinas como biologia molecular, biofísica, bioquímica, química, astronomia, cosmologia física, exoplanetologia, geologia, paleontologia e icnologia para reconhecer se há possibilidade de vida no universo e estudar as diferentes biosferas encontradas fora da terra.
Benefícios dos estudos da astrobiologia de outros planetas
E estudar esses diferentes tipos de biologias, que muitas vezes não encontramos aqui na Terra, pode trazer inúmeros benefícios para as nossas vidas, tanto atuais como futuras.
Por exemplo, as descobertas de zonas habitáveis próximas de outras estrelas como o Sol leva à descobertas de inúmeros exoplanetas. Além disso, permite análises sobre organismos em ambientes extremos aqui na terra e possibilita novos conhecimentos sobre o que se achava possível e impossível para a vida até muito recentemente.
Tudo isso permitiu que os astrobiólogos entendessem um pouco mais sobre a vida no universo e chegassem à conclusão que existem muito mais planetas nas chamadas “zonas habitáveis” do que pensávamos antes. E isso pode significar que a probabilidade de vida fora do nosso planeta é alta. Além disso, nos permite visualizar que existem diversos locais em que a civilização humana um dia poderá colonizar.
As principais novidades da astrobiologia
Ainda está com dificuldade em entender como tudo isso pode ajudar o planeta Terra e como podemos usar esses conhecimentos para futuramente colonizar novos planetas? Para isso, separamos uma lista com as principais descobertas da astrobiologia dos últimos anos para você conseguir compreender a importância desse campo de estudo!
Fosfina na atmosfera de Vênus
Alguns cientistas descobriram a presença da substância Fosfina na atmosfera do planeta Vênus. A fosfina é comumente considerada uma bioassinatura, ou seja, é produzida apenas quando há a presença de seres vivos. Isso gerou uma “briga” na comunidade, com uma parcela acreditando na possibilidade da presença de vida, mesmo que microscópica, em Vênus, enquanto outra parte afirmava que isso era apenas interpretações incorretas de dados. Os responsáveis pela pesquisa refizeram as análises de dados e os dados mostraram que existe sim a presença da substância na atmosfera do planeta, porém em menor quantidade do que apontavam as análises anteriores.
Planeta anão Ceres pode ter água
O Planeta anão Ceres, que fica localizado entre Marte e Júpiter, pode ter água no seu subsolo. Pelo menos é o que dizem os estudos da sonda Dawn, divulgados em 2019, que ainda estão em análise. Os cientistas encontraram montanhas brilhantes formadas por líquido salgado, que foi liberado quando o solo rico em água congelou após um impacto há cerca de 20 milhões de anos. Esses depósitos eram feitos, principalmente, de carbonato de sódio, que só pode ser formado de sódio, carbono e oxigênio, que provavelmente veio de um líquido que emergiu à superfície e evaporou. Em 2020 eles descobriram de onde vinha essa substância: de um extenso reservatório de salmoura, que é uma solução de água saturada com sal. E como essas substâncias estão novamente subindo para a superfície do planeta, é possível que nos próximos anos se encontre bioassinaturas.
Água na Lua
NASA descobriu recentemente grandes quantidades de água na superfície da nossa Lua e também em uma cratera que é iluminada pelo sol no polo sul do satélite natural. A descoberta sugere que a água pode estar distribuída em toda a superfície, e não somente nos locais mais frios e fora do alcance da luz, como previam anteriormente. A quantidade encontrada é pequena, cem vezes menor do que a quantidade de água encontrada no deserto do Saara, mas levanta questões importantes sobre como a água continua presente no satélite, já que não possui atmosfera.
Sonda Curiosity
A sonda Curiosity foi mandada à Marte pela NASA para analisar o planeta vermelho em 2012, e até hoje continua sua missão. Entre as principais descobertas do item estão dados que mostrariam que Marte tinha, há milhões de anos atrás, a química necessária para conter vida microbiológica, já que substâncias como enxofre, nitrogênio, oxigênio, fósforo e carbono eram encontradas por lá. A Curiosity também revelou a presença de argila e sal, o que significa que, em algum momento, pode ter havido água na superfície do planeta que, os cientistas dizem, cobria cerca de 2% do território.
Bactérias para ajudar a cultivar plantas em Marte
Em 2020 cientistas da NASA encontraram algumas bactérias em uma de suas estações espaciais e, ao estudarem essas cepas mais a fundo, descobriram que elas podem ser a chave para ajudar a cultivar plantas no solo de Marte caso um dia se decida colonizar o planeta. Os resultados das pesquisas dizem que elas podem ajudar a criar um “combustível” para ajudar as plantas a suportarem as condições extremas do planeta vermelho, uma vez que atuam na fixação de nitrogênio, solubilização de fosfato, tolerância ao estresse abiótico, promoção do crescimento de plantas e nas atividades de biocontrole contra patógenos de plantas. Esse estudo ainda está acontecendo, então podemos ter muitas novidades sobre ele na próxima década.