Você sempre gostou de Geografia desde pequeno. Mapas, fenômenos climáticos e sociais sempre te interessaram. Até aqui, tudo bem. Mas, já se perguntou qual o perfil do estudante de Geografia? Quais habilidades e competências serão necessárias para se tornar no futuro um bom geógrafo?
Então, a Voomp vai trazer informações importantes e relevantes que vão te ajudar a descobrir o perfil do estudante de Geografia e se há um geógrafo em você.
Antes de tudo, acabe de vez com o reducionismo, no qual quem estuda Geografia será, obrigatoriamente, professor. Essa é apenas uma área da ampla atuação de um geógrafo. Ao contrário do que muitos pensam, o profissional não se restringe a transmitir conhecimentos em uma sala de aula. Há ainda os bachareis que poderão enveredar pelo caminho técnico-profissional.
O que você verá neste artigo:
Afinal, o que se estuda num curso de Geografia?
Quem optar por essa profissão pode ir muito além. Ao geógrafo compete o estudo e análise do relevo, clima, solos, vegetações e sistemas hidrográficos de uma região, para citar alguns. Precisa saber ainda sobre as relações entre o meio natural e os grupos sociais. Como se não bastasse, entender outras questões. Em suma, como proceder na relação entre aspectos fundamentais da geografia econômica, política e da demografia com as importantes questões socioeconômicas de um país.
Pensa que parou por aí? A amplitude ainda é maior. Atualmente, os conhecimentos dessa área são de extrema importância nos ramos da estatística, geologia e engenharia, contribuindo, assim, para o planejamento urbano, construção de rodovias, ocupação rural e reforma agrária. Com o advento da pandemia em 2020, muitos pesquisadores também têm ajudado na elaboração de dados. O objetivo é auxiliar na construção de políticas públicas de combate ao vírus.
Ações e atividades universitárias
Por isso, as universidades nos cursos de Geografia vão desenvolver ações, estudos e atividades tanto para os que optarem para o bacharelado quanto para os que elegerem a licenciatura. Dessa forma, os bachareis atuarão mais como técnicos profissionais. Os que elegerem a licenciatura dedicarão mais ao ensino em salas de aula. Mas ambas têm áreas correlatas importantes à formação do geógrafo. A Voomp pesquisou em alguns cursos de Geografia e obteve o seguinte resultado:
Bachareis e licenciados:
- Articular os elementos conceituais e empíricos, concernentes ao conhecimento científicos dos processos espaciais e sociais;
- Conhecer, analisar, interpretar e por em prática as diversas manifestações do conhecimento geográfico. Essa característica serve tanto ao nível técnico-profissional enquanto bacharel, quanto ao nível do ensino fundamental e médio enquanto licenciado;
- Articular, interpretar e explorar integradamente, nos diferentes níveis do ensino, da pesquisa, e das atividades voltadas à extensão universitária, os eventos e/ou fenômenos geográficos dirigidos aos elementos naturais e humanos. Isso, nas diferentes escalas espaço-temporais;
- Dominar métodos e técnicas instrumentais de laboratório e de campo. Nesse sentido, relativas à produção e aplicação do conhecimento geográfico;
- Planejar, propor, elaborar e executar projetos de pesquisa e de extensão acadêmica no âmbito da Geografia.
- Interpretar mapas temáticos ou outras representações gráficas e cartográficas;
- Dominar a língua portuguesa como forma de expressão, para viabilizar a produção e a difusão do conhecimento geográfico;
Já os que acreditam que a licenciatura é a preferida, terão que:
- Atuar no processo ensino-aprendizagem junto às escolas, públicas e privadas, no nível de ensino fundamental e média;
- Organizar e dominar os conhecimentos sobre a natureza e sociedade, adequando-os ao processo de ensino-aprendizagem em Geografia nos diferentes níveis de ensino;
Os bachareis atuarão em outras frentes. Para isso, terão de:
- Elaborar mapas temáticos ou outras representações gráficas e cartográficas;
- Elaborar, analisar e executar, a partir da interpretação dos fenômenos geográficos, programas, planos e projetos aplicados ao espaço urbano e regional, voltados ao Planejamento;
- Utilizando-se de instrumentos técnicos (fotointerpretação, geoprocessamento, SIG -Sistema de Informação Geográfica, etc), proceder à execução de atividades voltadas à análise, interpretação e proposição de soluções, em relação a EIA – Rima, Laudos Técnicos, etc.
Área de atuação de um geógrafo
Para ter o perfil do estudante de Geografia, é necessário enveredar por todas as áreas citadas acima. Você deve, portanto, estar atento aos debates climáticos, sociais, econômicos e querer entendê-los sob o ponto de vista de um geógrafo.
Segundo o professor Renato Fontes Guimarães, do Departamento de Geografia da Universidade de Brasília (UnB), o geógrafo pode trabalhar em três grandes áreas – Geografia Física, Geografia Humana e Geografia Técnica. Em todas elas, é o Estado quem emprega o maior número de profissionais.
Geografia Física –Desenvolve projetos e pesquisas ligados a estruturas naturais como relevo, fauna, flora, clima e hidrografia.
Geografia Humana – Estuda as relações do homem com o meio ambiente. Dessa forma, o geógrafo pode, por exemplo, estudar os movimentos migratórios, o crescimento populacional, estabelecer e analisar indicadores estatísticos relativos à densidade demográfica, à expectativa de vida de uma população e outros fatores.
Geografia Técnica – O campo faz parte dessa terceira grande área de atuação do geógrafo. Nessa área, também está o sensoriamento remoto, que despontou muito nos últimos anos. Em síntese, nada mais é do que uma cartografia moderna na qual regiões são mapeadas com auxílio de satélites e radares, sendo as amostras computadas em um banco de dados (geoprocessadas).
Pesquisa do perfil e percepção
A pesquisa Perfil e percepção dos geógrafos brasileiros sobre suas formação e condições de trabalho, realizada por Rúbia Gomes Morato, em 2018, mostra que o geógrafo trabalha predominantemente no setor público (52,3%). Isso se deve ainda às poucas condições de trabalho oferecidas pelo setor privado. Dessa maneira, o estudo mostra também que, no futuro, 64,2% pretendem trabalhar no setor público. Enquanto 17,8% pretendem trabalhar como autônomos. Só 10,5% desejam ser empregadores.
Outro aspecto relevante da pesquisa é que os geógrafos apontaram que a área de geoprocessamento aparece como a que oferece salários mais justos, para 39%. Por outro lado, o ensino superior, aparece, com 21%. Ao final, o licenciamento ambiental, com 17%. Correlato a esse resultado, na percepção de 66% dos geógrafos, após o ensino, o geoprocessamento apresenta a principal demanda pelo mercado de trabalho. Em segundo lugar, segue o licenciamento ambiental, com 12,6%.